sexta-feira, 26 de junho de 2015

Pobres aposentados

O ministro Levy fez pedidos especiais aos deputados. O ministro da Previdência, Carlos Gabas, esteve no Congresso e pessoalmente fez apelo aos parlamentares em nome do ajuste fiscal. Nada disso adiantou. Na votação de uma medida provisória, o governo se surpreendeu ao ser derrotado, inclusive com muitos votos da base aliada, com a aprovação de uma emenda que estende para todos os aposentados e pensionistas do INSS o cálculo de reajuste automático aplicado ao salário mínimo.

O reajuste anual será baseado na variação do INPC acumulado no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB apurada dois anos antes. Dessa forma, para 2016, 2017, 2018 e 2019, serão acrescidos ao INPC do ano anterior as taxas de crescimento real do PIB de 2014, 2015, 2016 e 2017, respectivamente. Os índices de aumento serão publicados por decreto do Executivo anualmente.

Lideranças do governo já dizem que Dilma deve vetar a emenda, o que não seria surpresa. Este governo, que se esforça para manter ativo o fator previdenciário, que não aceita que os aposentados tenham um ganho apenas um pouco acima da inflação, é o mesmo governo que eleva à estratosfera os juros, o que só beneficia bancos e instituições financeiras. Enfim, se há uma categoria que o governo do PT não privilegia, nem que a vaca tussa, é a dos aposentados.

Para conhecimento do cidadão que ainda tem alguma sensibilidade, lucidez e coerência, copiei o texto acima do blog do ex-deputado Roberto Jefferson, dedicado aos descartados e oprimidos aposentados do INSS.

Decorridos 17 anos de decepções e asfixiante sufoco, os aposentados do RGPS, parece-nos, começam agora a colher alguns frutos da sua heroica, corajosa e desigual luta contra o governo federal, que nunca deixou de arremeter seu possante trator para cima de nos aposentados, massacrando-nos sem dó nem piedade. Quem assistiu nesta última quarta-feira a sessão plenária da Câmara dos Deputados, viu que conseguimos aprovar parcialmente mais um direito que nos fora tirado desde o ano de 1998. Através da Medida Provisória 672/15 conseguimos novamente atrelar o nosso reajuste à correção do salário mínimo. É ilógico e imoral aplicar dois percentuais diferenciados na atualização das aposentadorias, uma nojenta discriminação e um covarde preconceito contra velhos e indefesos aposentados!!

Só cabeças desprovidas de inteligência, ou com inteligência demais usando-a de modo pervertido, condenável, visando covardemente torpedear um terço de aposentados fragilizados, que ganham uma merrequinha a mais acima do salário mínimo. Querem nivelar todas as aposentadorias privadas em apenas um piso mínimo vigente! Agora, é só esperar que o Senado Federal repita a mesma decisão da Câmara, o que, repetindo-se a seriedade e o bom senso, não poderá ser outra a decisão daquela Casa, porque, outrora, ela mesmo já havia aprovado o PL 01/07 - Percentual único de correção para todas as aposentadorias (antigo Pl 42/07). Portanto, é só confirmar o que fez anteriormente, ou saberemos, que forças petistas ainda que enfraquecidas, conseguem ditar os procedimentos para aquela Casa Legislativa, que deveria ser soberana e independente! Que o ônus do veto fique com a presidente Dilma...

Ainda com referência à votação plenária de quarta-feira passada, gostaria de tecer alguns comentários: Através das últimas eleições conseguimos equilibrar mais as forças entre Situação X Oposição, quando eram evidentes que as forças da base eram infinitamente superiores as dos oposicionistas, tornando-se uma tarefa difícil conseguir alguma vitória para os aposentados, que sabemos, são descartados pelos atuais manda-chuvas petistas. Agora, finalmente tivemos 206 votos favoráveis, contra 179 que não desejavam ver a nossa alforria. Uma vitória de apenas mais 27 votos.

Agora para quebrar um "tabu", que muito nos prejudicou nas últimas eleições, cito um dado importante para quebrar o gelo de aposentados equivocados, que mantiveram uma obstrução ferrenha em cima de candidatos tucanos, com a única intenção de punir FHC que iniciou as medidas políticas que nos prejudicaram. Alertavam-nos que nenhum parlamentar tucano votaria alguma medida a nosso favor, para não contrariar seu mestre FH que por debaixo dos panos, era um petista disfarçado. Dos 45 tucanos que participaram da votação, 44 votaram a nosso favor, ficando apenas um em cima do muro, abstendo-se de votar.

Quanto aos petistas, num total de 51 deputados, 2 mostrando corajosa independência, votaram favoravelmente aos aposentados, merecendo por isso nossos aplausos e agradecimentos. São eles: Weliton Prado (RJ) e Luzianne Lins (CE). Teve mais outro petista, Assis do Couto (PR), que não votou nem a nosso favor nem contra, abstendo-se de votar. Não teve a mesma firmeza dos outros dois, merecendo entretanto o nosso meio aplauso, porque não colaborou (sua consciência não deixou) no cômputo geral de votos favoráveis a deslealdade que Dilma cisma em manter atuante.
Texto: Almir Papalardo, 26-6-2015 

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