sábado, 20 de junho de 2015

Descontentamento

Jorge Machado Curvello

Não consegui identificar a autoria
Na vida nunca gostei de meias palavras, as curto inteiras sejam como forem. Sei que sou grosso, mal-educado, algumas vezes, franco demais e bastante prepotente, mas, o que fazer?

Gosto de falar as coisas na cara olhando nos olhos do oponente, não gosto de externar suspeita em forma de acusação, o que infelizmente venho observando ocorrer nesta neurose dos aposentados a respeito ao drama Varig/Aerus, bastando uma aprovação de algo parecido de bom para todos para logo surgirem críticas de quem por isso está sendo também favorecido. Elogios mesmo são poucos.

Voei na Varig, vi muito isso acontecer ao longo dos quase trinta anos, fui protagonista por vezes e cito três:

1 – Uma vez dividi as despesas de apartamento com um colega, ele fez da minha casa de rendevú e dei a ele quinze dias para mudar, sem temer seu físico avantajado ou represália. Ainda continuamos amigos depois.

2 - Outra vez, em Frankfurt, me indispus com uma colega quando ela defendeu outro que me devia um marco (dinheiro alemão) e no calor da contenda até lhe chamei de galinha e mandei pra puta que a pariu na frente do Chefe de Equipe e em pleno restaurante. Fui franco? Fui, e a mim bastou.

3 – De uma outra, sendo Supervisor, surpreendi no toalete do avião dois auxiliares trancados juntos, acusados pelos demais de estarem lá fumando maconha. Abri na marra, os botei pra sentar e enfrentei a raiva deles por anos depois, mas valeu. Não falei por trás ou agi por trás, fiz na cara e nunca os reportei para a Chefia como mandava o estatuto.

Nesse procedimento enfrentei com minha franqueza até dois dos diretores do serviço de bordo, nunca fui demitido por isso, e me aposentei. É assim que sou.

Mas agora, velho, ancião, me defronto todos os dias em e-mails ou no Facebook com colegas acusando esse ou aquele nas intenções, mas escondendo o nome do culpado por não ter provavelmente a prova do que pensa ou denuncia e fico babando. Que CUS são esses? Penso, se não tem a prova ou tem medo de usar, melhor calar e não aumentar desavenças, rancores, desesperanças, um monte de sentimento que faz advir dali.

Estamos velhos, ficando frágeis, muitos morrendo porque chegou a hora ou a doença leva, mas isso só abrevia ao coitado, é malvadeza.

Porra! Tem lá um grupo em Brasília trabalhando para que, pelo menos, tenhamos esperanças de receber alguma coisa. Se ele é honesto, falho, indevido, está levando quinhão por fora, não importa, porque está lá conseguindo alguma coisa. Nesse Brasil de agora, melhor um pedaço na mão do que todo o bolo.

Tenho visto nesta merda toda até criarem personagens como do filme Guerra nas Estrelas, não sei baseado em quê porque não fica claro o vilão real e não põe nome verdadeiro nos então personagens reais dessa sátira, apontando que nós sabemos quem são. Eu, pelo menos, ignoro quem.

Outros são mais sutis, falam bonito nas letras, mas lá está a agulha cutucando o cu de alguém. Caralho, porque não põe o nome?

O que sei é que como foi no grupo de voo ninguém fica plenamente satisfeito com nada e mesmo que um dia se consiga levar tudo, o de direito, eles, se não desaparecerem dentro da sua nova “riqueza”, devem certamente assim continuar envenenando, como eu penso estarem com suas atitudes.
Ah! Varig, Varig, Varig, que bem te conheci!

A merda que sei é que tudo começou no Aerus, mas ninguém apontou para ele preferindo ir buscar o dragão, a AGU, e isso é outro grande mistério. Hoje o pessoal da frente do SNA, se fustiga contra o da Aprus e vice-versa, outros fora desses dois, expõem aqui suas opiniões, mas de modo furtivo talvez temendo represália judicial, o que não fez quando fez nosso colega Paulo Resende e mais um outro que confundo o nome e nem cito aqui. Eu me calo porque já fui advertido de atrapalhar o andamento das conversações judiciais, e vejo agora adesões desses às críticas. Que ironia!

Na verdade, sou amigo dos que considero amigos e contra nenhum deles ficarei, certos ou errados. Mas que enoja, isso enoja porque sou como expus, franco, direto e falo na cara o que sinto, mesmo sem poder provar. Deu zebra? Enfio minha viola no cu e vou cagar em outra freguesia.

O que sinto é que acima da vontade de ajudar, a coisa é mais para o lado do vamos pichar. Vamos ser vaidosos, vamos almejar reconhecimento, vamos e vamos sem terminar o vamos.

Meu conceito é: Deixa andar a carruagem, pega e usa as migalhas porque o pão inteiro pode mesmo nunca chegar. Esse nosso governo de pulhas é forte o bastante e não vai ser derrotado se por aí.

Um colega nos aponta solução através dos Direitos Humanos Mundial com sede na Costa Rica e eu pergunto: Se ele é Direito Humano Mundial, porque tantos outros países continuam abusando (vide a fome eterna em Biafra) e ele nada faz? Irá ser diferente conosco ou mais uma vã e perdida tentativa? Mas que tentem porque sem tentar nada se consegue, é o que aprovo.

Mas sabem do que eu gostaria mesmo? Que essa porra toda parasse, que todos ficassem unidos, na frente, junto, cobrando do inimigo e do amigo bem-intencionado, mas ali de cara a cara e não em palavras que a nada levam senão à discórdia necessária à plena desunião. Estou certo ou errado? Aposto que certamente vai haver quem diga que não. Varig, Varig, Varig!

Desculpem todos, os bons e os não bons, mas ando com meu saco estourando e querendo que tudo o mais se foda.
Título e Texto: Jorge Machado Curvello, 20-6-2015

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4 comentários:

  1. Calma prezado Curvelo
    Até é normal que você esteja de " saco cheio ", porque todos nós estamos, mas daí não entender a minha parábola à interposição de recursos, até porque o nome do vilão está lá bem claro entre parenteses; Veja; Mais uma vez Darth Vader encastelado em sua nave estrela da morte, (AGU),
    Então você escreve:
    " Tenho visto nesta merda toda até criarem personagens como do filme Guerra nas Estrelas, não sei baseado em quê porque não fica claro o vilão real e não põe nome verdadeiro nos então personagens reais dessa sátira, apontando que nós sabemos quem são. Eu, pelo menos, ignoro quem."
    Está bem claro para todos no texto assinalado a quem me dirijo e, em nenhum momento você encontra ataques a este ou aquele que esteja lutando pela nossa causa.
    Quem sabe, pela nossa amizade, você não relê todo o texto
    Certamente irá ficar um pouco mais relaxado
    Um abraço
    José manuel

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  2. Li o comentário do J M, mas confesso que mesmo relendo o que ele escreveu no texto primeiro, ainda não sei quem é o tal vilão de forma objetiva, mas penso adivinhar. Só não entendo o por que, mesmo assim isso acontece. Para meu entender a hora não é de queixas ou reclamações, mas sim de esperar que a droga da grana venha da forma que vier e quanto a pedir ajuda no exterior já postei que estou de acordo, mesmo sinceramente, não acreditando que alguém de lá consiga (se se predispor) ou possa nos ajudar.
    Mas é como digo, se tem vilões eles devem ser claramente desmascarados e não por metáfora porque assim o teatro cerra o pano.
    Desculpem de qualquer forma esse desabafo inútil porque tudo vai continuar, eu sei. Varig, Varig, Varig.
    Curvello

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  3. Eu não quero me indispor com você Curvelo.
    Eu sei o que é dar nome aos bois e ser processado pelo poder econômico.
    Se, eu der nome aos bois, lá vou eu de novo aos arautos da justiça.
    Eu não preciso citá-los, basta ver quem a SPC multou pela administração do Aerus.
    Basta ver os que sairam do Aerus Varig e transferiram para o Aerus Aerus seus planos.
    A diretoria da Varig toda sabia dos problemas.
    O plano 2 foi um engodo para todos que entraram no Aerus.
    Não sou desagregador, apenas racional.
    O colégio concordante que era merecimento passou a ser conchavo.
    Eles não estavam mais interessados na Varig mas em seus bolsos, tal e qual a raça petista, que não se interessa pelo brasil e seus brasileiros.
    Os recursos apresentados pela AGU é "juris esperneandis", serão derrubados em primeira instância, acabou-lhes o prazo.
    Aqueles que falam em mudanças da lei, através do congresso, esqueçam.
    Uma nova lei só é válida para ordenamento jurídico após as leis anteriores.
    É o famoso direito adquirido.
    Se houvesse, caminho no direito, o governo não teria pago nenhuma parcela.
    Adoro essas críticas em forma de histórias comparativas, elas não prejudicam, enobrecem quem escreve e deleita quem as lê.
    Curvelínho, não esquenta.
    Tá ruim, mas tá bom.

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  4. Pois é Curvelo, agradecendo ao Rochinha pelo suporte, quero te dizer que se o teu saco está cheio, o meu já estourou e se eu hipoteticamente pudesse ser hoje a reprodução do unabomber, iria fazer um estrago enorme. Eles podem agradecer por eu ter uma família !
    Nós temos que continuar escrevendo, porque esta é a nossa missão nesta ignomínia chamada Aerus.
    Na sexta, depois de ter sabido sobre o retorno do processo pela AGU, a minha vontade foi de fazer um texto muito pior que o teu, usando de palavreado abaixo da crítica, dando o nome a todos os bois e vacas de presépio que nos dominam.
    Porém a época não é para tal e por este motivo uma das saídas é parabolizarmos nossos pensamentos de uma maneira que a mensagem seja de conhecimento público.
    E foi assim que o Império do mal surgiu baseado em uma história filmada que todos conhecem. Então, de onde voltou o processo, senão da estrela da morte ? Ou o nosso placar necrológico não te lembra nada. Quem seria o comandante dessa estrela senão o Darth Vader, lutando desonestamente contra um guardião da justiça que nos devolveu um pouco de luz com o seu sabre, o Obi Wan Kenobi personagem do bem do TRF-1.
    Está dando para entender ? Os JEDI somos todos nós, em uma luta desesperada para se defender do império do mal atualmente estabelecido no país.
    Os líderes dessa batalha, o Luke Skywalquer, o Chewbacca e Han Solo, também podemos ser nós desde que o queiramos ser.
    Quanto à Corte Internacional, junte-se a nós, ao Habitzreuter, a tantos que já estão se inscrevendo e acompanhe as notícias a partir de amanhã.
    Hoje o domingo está melhor. Quem sabe não é um prenúncio de uma semana que entra em que o sabre de luz finalmente pousará sobre as nossas cabeças.
    Um abraço
    José Manuel

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