O ministro Levy fez pedidos especiais aos
deputados. O ministro da Previdência, Carlos Gabas, esteve no Congresso e
pessoalmente fez apelo aos parlamentares em nome do ajuste fiscal. Nada disso
adiantou. Na votação de uma medida provisória, o governo se surpreendeu ao ser
derrotado, inclusive com muitos votos da base aliada, com a aprovação de uma
emenda que estende para todos os aposentados e pensionistas do INSS o cálculo
de reajuste automático aplicado ao salário mínimo.
O reajuste anual será baseado na variação
do INPC acumulado no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB
apurada dois anos antes. Dessa forma, para 2016, 2017, 2018 e 2019, serão
acrescidos ao INPC do ano anterior as taxas de crescimento real do PIB de 2014,
2015, 2016 e 2017, respectivamente. Os índices de aumento serão publicados por
decreto do Executivo anualmente.
Lideranças do governo já dizem que Dilma
deve vetar a emenda, o que não seria surpresa. Este governo, que se esforça
para manter ativo o fator previdenciário, que não aceita que os aposentados
tenham um ganho apenas um pouco acima da inflação, é o mesmo governo que eleva
à estratosfera os juros, o que só beneficia bancos e instituições financeiras.
Enfim, se há uma categoria que o governo do PT não privilegia, nem que a vaca
tussa, é a dos aposentados.
Para conhecimento do cidadão
que ainda tem alguma sensibilidade, lucidez e coerência, copiei o texto acima do blog do ex-deputado Roberto Jefferson,
dedicado aos descartados e oprimidos aposentados do INSS.
Decorridos 17 anos de
decepções e asfixiante sufoco, os aposentados do RGPS, parece-nos, começam
agora a colher alguns frutos da sua heroica, corajosa e desigual luta contra o
governo federal, que nunca deixou de arremeter seu possante trator para cima de
nos aposentados, massacrando-nos sem dó nem piedade. Quem assistiu nesta última
quarta-feira a sessão plenária da Câmara dos Deputados, viu que conseguimos
aprovar parcialmente mais um direito que nos fora tirado desde o ano de 1998.
Através da Medida Provisória 672/15 conseguimos novamente atrelar o nosso
reajuste à correção do salário mínimo. É ilógico e imoral aplicar dois
percentuais diferenciados na atualização das aposentadorias, uma nojenta
discriminação e um covarde preconceito contra velhos e indefesos aposentados!!
Só cabeças desprovidas de
inteligência, ou com inteligência demais usando-a de modo pervertido,
condenável, visando covardemente torpedear um terço de aposentados
fragilizados, que ganham uma merrequinha a mais acima do salário mínimo. Querem
nivelar todas as aposentadorias privadas em apenas um piso mínimo vigente!
Agora, é só esperar que o Senado Federal repita a mesma decisão da Câmara, o
que, repetindo-se a seriedade e o bom senso, não poderá ser outra a decisão
daquela Casa, porque, outrora, ela mesmo já havia aprovado o PL 01/07 -
Percentual único de correção para todas as aposentadorias (antigo Pl 42/07).
Portanto, é só confirmar o que fez anteriormente, ou saberemos, que forças
petistas ainda que enfraquecidas, conseguem ditar os procedimentos para aquela
Casa Legislativa, que deveria ser soberana e independente! Que o ônus do veto
fique com a presidente Dilma...
Ainda com referência à votação
plenária de quarta-feira passada, gostaria de tecer alguns comentários: Através
das últimas eleições conseguimos equilibrar mais as forças entre Situação X
Oposição, quando eram evidentes que as forças da base eram infinitamente
superiores as dos oposicionistas, tornando-se uma tarefa difícil conseguir
alguma vitória para os aposentados, que sabemos, são descartados pelos atuais
manda-chuvas petistas. Agora, finalmente tivemos 206 votos favoráveis, contra
179 que não desejavam ver a nossa alforria. Uma vitória de apenas mais 27
votos.
Agora para quebrar um
"tabu", que muito nos prejudicou nas últimas eleições, cito um dado
importante para quebrar o gelo de aposentados equivocados, que mantiveram uma
obstrução ferrenha em cima de candidatos tucanos, com a única intenção de punir
FHC que iniciou as medidas políticas que nos prejudicaram. Alertavam-nos que
nenhum parlamentar tucano votaria alguma medida a nosso favor, para não
contrariar seu mestre FH que por debaixo dos panos, era um petista disfarçado.
Dos 45 tucanos que participaram da votação, 44 votaram a nosso favor, ficando
apenas um em cima do muro, abstendo-se de votar.
Quanto aos petistas, num total
de 51 deputados, 2 mostrando corajosa independência, votaram favoravelmente aos
aposentados, merecendo por isso nossos aplausos e agradecimentos. São eles:
Weliton Prado (RJ) e Luzianne Lins (CE). Teve mais outro petista, Assis do
Couto (PR), que não votou nem a nosso favor nem contra, abstendo-se de votar.
Não teve a mesma firmeza dos outros dois, merecendo entretanto o nosso meio
aplauso, porque não colaborou (sua consciência não deixou) no cômputo geral de
votos favoráveis a deslealdade que Dilma cisma em manter atuante.
Texto: Almir Papalardo, 26-6-2015
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