segunda-feira, 22 de junho de 2015

A encíclica “Laudato si”...

Valdemar Habitzreuter

Esta encíclica do Papa Francisco é uma ocasião e utensílio de reflexão não só para cristãos, mas também para todos os crentes de outras religiões, para setores da sociedade não religiosos e, principalmente, para governantes em cujas mãos se concentra a responsabilidade maior de legislar para que se evite a destruição de ‘nossa casa’ em que moramos – o planeta terra.

O nosso querido Francisco inspirou-se em outro Francisco, o santo de Assis, que considerava todos os seres vivos seus irmãos e os tratava como tal, com muito respeito e amor, como também exultava de gratidão ao Criador pelas dádivas da mãe Natureza, garantindo a todos o seu sustento.

Atrevo-me a dizer que o Papa Francisco, como outrora seu irmão de Assis, adota uma certa visão budista da Natureza, onde tudo se interconecta em importância e, por isso, o carinho por ela, o respeito, a preservação e o direito à vida de todo ser senciente, sendo um ato criminoso sua destruição. Segundo o Papa: “... cada criatura é objeto da ternura do Pai que lhe atribui um lugar no mundo. Até a vida efêmera do ser mais insignificante é objeto do seu amor e, naqueles poucos segundos de existência, Ele envolve-o com o seu carinho”.

Mas a espécie humana é prepotente e caminha nas trevas da ignorância julgando-se a dona absoluta da mãe terra onde acha que pode fazer o que bem entender: destruir e explorar...

Neste sentido, nossa moradia está sendo, pois, paulatinamente, depredada e destruída por potências arrogantes que insistem em menosprezar o alerta de uma catástrofe anunciada pela comunidade científica. Caso não se reveja suas ações predatórias que esfolam e agridem sistematicamente a mãe Natureza, será o fim de nossa ‘casa’. Estes predadores não querem uma mãe e, sim, uma meretriz para se satisfazer ávida, egoística e inescrupulosamente.

O nosso Papa, além de líder religioso, tem uma visão política de igualdade social. Não é a exploração gananciosa da terra por poderosos tecnocratas, ávidos de concentrar toda riqueza em suas mãos, que trará paz à humanidade. Enquanto houver poderosos massacrando seus irmãos pobres e usando-os como meio para explorar a mãe Natureza e se enriquecer, estamos longe de uma irmandade e humanidade habitando em harmonia na ‘casa’ terra.

A encíclica do Papa Francisco faz-se bem-vinda nos dias atuais para repensar a atitude do homem perante a mãe terra que não suportará por muito mais tempo as agressões descabidas perpetradas por um ser que, supostamente, deveria usar sua inteligência no amparo à mãe e não instrumento para sua morte. 

Que ‘Laudato Si’ tenha seus reflexos positivos para a humanidade... 
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 22-6-2015

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