terça-feira, 23 de junho de 2015

A morte da morte

Quantas vezes deparei-me comigo mesmo ante a morte?
Quantas vezes deparei-me com amigos perdendo filhos?
Pais? Mães? Entes muito queridos?
Quantas vezes deparei-me com seres em coma por pavor da morte?
Pavor do desconhecido?

É o que diz Mooji neste vídeo a uma senhora que perdeu marido e filho.

Creio ser este o tempo de grandes revelações.
A morte é uma delas.

Contudo, minha verdade pode não ser a de vocês. 
Título e Texto: Ivan Ditscheiner, 23-6-2015

2 comentários:

  1. É muito fácil falar da morte para os outros, quero ver é falar das que acontecem em nosso conviver.
    Meu pai adoeceu e se internou num campo de concentração, a osteoporose havia enfraquecido suas costelas e seus pulmões as pressionavam, alem do Mal de Parkinsom.
    Ainda lembro dos dias em que o visitava e fingia desconhecer as histórias que contava, lembranças de um passado que já não lhe pertencia.
    Infelizmente, não pude despedir-me dele, tenho medo de vistar pessoas no hospital, parece que toda morrem no dia seguinte.
    Bem levantei às 4 da manhã, como sempre faço, tomei meu banho e me arrumei para ir ao hospital. A visita era às seis, mas infelizmente as 5 horas me ligaram de seu falecimento.
    Entrei apenas duas vezes num cemitério, uma para meu avo e essa foi a segunda.
    Vê-lo ou velá-lo naquele caixão, não causou-me tristeza nenhuma, sem que sou sua reencarnação póstuma. Somente lhe dei alegrias, fiz tudo que pude por ele em vida.
    Hoje se alguém pergunta se há saudades, digo que não.
    Eu o vejo todos os dias, quando caminho, sento para tomar sol, e por certas atitudes comuns.
    Não se pode sentir saudades daquilo que está dentro de nós.
    Meu pai vive dentro de mim, renegar essa fase genética é renegar-se a vida.
    A morte é a alegria da natureza, tristeza dos humanos que a machucam.
    Não consigo traduzir o que escrevo abaixo, em português não faz sentido.
    As good, as it gets, Life must go on.
    bom dia

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  2. Obrigado Rochinha! - posso tratá-lo assim?
    Obrigado por seu testemunho, e de seu pai também. Que possam suas palavras, também soarem como conforto à tantos que agora mesmo podem estar chorando, estas "perdas".
    Contudo, fica sempre no ar, a pergunta que sempre vou fazer ... Há alguém perfeito entre nós? Você pelo menos viu o que aconteceu no vídeo?

    Sim Rochinha, o que escrevi acima, fazem parte de meus testemunhos. Estou em perfeito acordo com você quando diz que é fácil falar de morte, sem a experiência de nosso conviver. Seria como os "barrigudinhos"que falam de fome zero, sem nunca terem passado fome.

    O meu último em família, foi o de minha irmã Regina (Re, 74) em 14 de agosto 2014. Acreditaria que foi muito bonito? Foi mesmo!
    E neste momento em minhas experiências, posso afirmar-lhe com perfeita convicção:
    Só vai compreender, no dia em que não temer a morte, mas sim, amar a morte.

    Medos e culpas, muito podem nos estar atrasando - evolução -.
    Compreenderia que as alegrias que deu à seu pai, são as mesmas alegrias que sente agora?

    Concordo! A morte é a alegria da natureza, tristeza dos humanos que a machucam.
    O que leva da vida para a vida que nunca é interrompida?
    Life must go on. Ou vai "descansar em paz" ?

    Grande abraço amigo Rochinha!
    Foi o que eu disse ao amigo Helmut, poucos dias antes de ele "mudar de endereço".

    E mais uma vez obrigado, por seu eloquente testemunho.
    Que possa ser o convite para mais testemunhos.
    É fácil escrever sobre isso?
    Por que não?

    Ivan Ditscheiner

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