A tomada de Alepo pelas forças armadas
sírias e os seus aliados russos e xiitas é a derrota do terrorismo e de líderes
como Obama, Hollande e Merkel
António Ribeiro Ferreira
Cinco anos, quatrocentos mil
mortos e um milhão de refugiados depois, o regime de Damasco está prestes a
reconquistar a cidade de Alepo, a segunda maior do país, uma vitória que pode
ditar a curto prazo a derrota dos diferentes grupos terroristas que se
instalaram na Síria depois das miseráveis Primaveras Árabes de 2011, apoiadas e
financiadas de forma criminosa e irresponsável pelos Estados Unidos de Obama,
pela França de Sarkozy e Hollande, pela Alemanha de Angela Merkel e pela
Turquia de Erdogan, que também levaram o caos e a morte ao Egito, à Líbia e à
Tunísia.
O chamado mundo ocidental e
civilizado levou a barbárie para um país que já tinha combatido e vencido os
terroristas da Irmandade Muçulmana nos anos 80. Com o falso argumento do
combate à ditadura de Assad e de apoio a grupos amantes da liberdade e da
democracia. Como se o Estado Islâmico e uma filial da Al-Qaeda fossem amantes
da liberdade e da democracia.
O verdadeiro objetivo era
derrubar um regime que tem na Rússia o seu grande aliado. O verdadeiro objetivo
era afastar Moscovo do Médio Oriente e do mar Mediterrâneo. Afinal, as contas
saíram furadas.
Assad e as suas forças
resistiram ao assalto ocidental e terrorista, com o apoio firme da Rússia de
Putin e dos seus aliados xiitas do Irão e do Líbano. Mas a falta de vergonha
dos líderes ocidentais é tal que andam pela comunicação social a chorar baba e
ranho pelos terroristas que ainda estão em Alepo e pelos civis que, nestes anos
de guerra civil, serviram de escudos humanos dos bandidos armados.
Os planos saíram furados: o
regime sírio pode recuperar o território perdido e, com a ajuda dos curdos,
alcançar finalmente a paz e a estabilidade, embora o vizinho turco do otomano
Erdogan, aliado na NATO de Obama e companhia, tenha de ser posto na ordem por
Vladimir Putin.
A criminosa aventura ocidental
na Síria é a grande responsável pela vaga de refugiados que inundou a Europa e
está a servir às mil maravilhas aos partidos nacionalistas para correrem do
poder com os chamados políticos do sistema. Políticos do sistema que continuam
a ser carinhosamente levados ao colo pelos jornalistas amigos e lacaios do
sistema e do politicamente correto, que também andam por estes dias a chorar
baba e ranho pelos terroristas amigos.
O futuro da Síria é de
esperança e, com a chegada ao poder de Trump nos EUA, acaba definitivamente a
aventura criminosa de Obama no Médio Oriente. O pragmatismo do presidente
eleito norte-americano vai ser fundamental na normalização das relações com a
Rússia, no fim da escalada militar da NATO na Europa de leste e na redução das
tensões e conflitos no Médio Oriente. Mais ainda: Donald Trump, que está a
constituir um gabinete notável, com personalidades fortes nas áreas
fundamentais da governação, como é o caso da Defesa, vai ser, de facto, um
grande aliado de Israel, ao contrário de Obama, que sempre hostilizou o Estado
judeu.
O primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu, poucos dias depois da eleição de Trump, foi muito claro: “Trump vai
ser um grande amigo de Israel.” É por isso que a grande vitória de Trump nos
EUA vai ser determinante para a redução dos conflitos no mundo e vai ser
decisiva para a paz. Ao contrário de Obama, que recebeu o Nobel da Paz sabe-se
bem porquê e que só trouxe morte e sofrimento ao mundo.
Adivinham-se, por isso, tempos
novos, bons tempos não só para os americanos como para o mundo em geral. Para
grande desgosto dos líderes ocidentais amigos do terrorismo e dos seus lacaios
jornalistas. Os ventos estão, de facto, a mudar, e a esperada ventania vai, por
certo, limpar a terra de muito lixo e de muita poluição política.
Poluição a sério. Poluição
real, palpável e que se mede em guerras, mortos, feridos e refugiados. Poluição
real que levou a União Europeia e a Zona Euro a um beco sem saída, com
economias rastejantes, dívidas públicas galopantes e crise sociais que os
governos são incapazes de resolver, atados de pés e mãos, com medo de porem o
dedo nas feridas, como é o caso gritante da emigração muçulmana, que
transformou aldeias, vilas e cidades europeias em zonas interditas aos europeus
e à sua cultura cristã.
Poluição real que levou a
maioria dos britânicos a votar a favor do Brexit. Poluição real que levou os
italianos a correr com Renzi do poder no referendo constitucional. Poluição a
sério que pode varrer do mapa outras caras do sistema em 2017, seja na Holanda,
na Áustria, na França ou mesmo na Alemanha de Merkel, a senhora que agora é
apontada, de forma ridícula, pelos suspeitos do costume como a guardiã da
liberdade, da democracia e dos valores ocidentais, que os políticos de cá e de
lá do Atlântico dizem estar ameaçados com a vitória de Trump. Pobre mundo que
esteve e ainda está entregue a esta gentinha.
Título e Texto: António
Ribeiro Ferreira, jornal i, 13-12-2016
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