quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Direitos

Explicar o óbvio

Vitor Cunha

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que os maricas são palermas transmissores de SIDA.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que os pretos são burros.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que os socialistas são umas bestas.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que os chineses são amarelos papa-arroz.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que o holocausto nunca existiu.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que os escravos viviam melhor sob a força de chicote.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que árabes pinam cabras.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que uma mulher de burqa parece um apicultor de luto com comichão nas virilhas.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que os judeus têm narizes que parecem ferros-de-soldar para farejarem dinheiro.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que os católicos são beatos assexuados com desejos pedófilos.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que a Isabel Moreira, mesmo para fufa, é feia como breu.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que o Passos Coelho é um pelintra de Massamá subserviente à gorda da Merkel.

Qualquer pessoa tem o direito a dizer que o monte de banha com caril do nosso primeiro-ministro é um imbecil.

E a única coisa que vós podeis fazer é pensar que quem o diz é parvo. Agora ide ganhar juízo.
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 29-12-2016



2 comentários:

  1. Muito interessante o texto do colega Vitor Cunha. Criativo, bem escrito, português correto. Em poucas linhas deixou uma mensagem simples; todavia, edificante, certa, coesa, inimitável. Parabens. Nota 10. Máxima. Bravo.
    Aparecido Raimundo de Souza.

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  2. Muito bom!
    Abs,
    Heitor Volkart

    ResponderExcluir

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