Alberto José
A nossa cultura sindicalista
ainda está atrelada ao que Leonel Brizola chamava de "pelegos", uma
vez que a lei concede ao representante sindical licença remunerada e imunidade
para sobreviver à perseguição dos empregadores.
Nesse tipo de embate quem
perde são sempre os trabalhadores, pois não é raro referendarem um acordo que
foi costurado secretamente entre as lideranças que dizem representá-los, os
empresários e o governo (como acontecia na aviação civil).
Por outro lado, aqueles que
querem, têm talento (têm cara-de-pau) e são aceitos pela categoria acabam se
ETERNIZANDO nos cargos de influência e mando nessas associações, e dessa forma
passam a se comportar como na política legislativa se denomina pejorativamente
de "curral eleitoral", cujo poder inerente desvirtua o princípio da
representatividade trabalhista.
Finalmente, é possível prever
que teremos embates e incidentes oriundos dessa nova liberdade de acordo, dado
que a nossa maturidade politica e sindical ainda é muito incipiente, apesar de
existirem sindicatos neste estilo desde a década de 40, mas não se possa
desprezar o progresso em visão do embate emprego versus trabalho, já que é
impossível "criar" empregos para todos, mas é perfeitamente
realizável proporcionar trabalho sem limite para todos que quiserem e puderem
exercer aquelas atividades que estão sendo oferecidas.
Recentemente, ocorreram dois
casos de dirigentes sindicais que fraudaram os trabalhadores ao se apossarem de
mais de R$ 10 mil do total da sucumbência dividido com os advogados propostos
pelo próprio sindicalista.
No caso do Sindicato dos
Comerciários (RJ),durante a anos, a dirigente colocou toda a família na
"folha de pagamento", com salários de mais de R$ 10 mil, viagens
internacionais, hospedagem em resortes de luxo, com prejuízos de mais de R$ 200
milhões para os associados. Só largaram o "filé" depois que a PF
invadiu o "feudo" sindical!
Em um sindicato modesto, de
porteiros, faxineiros ou coisa parecida, os dirigentes e familiares viajaram
várias vezes para a Europa, em classe executiva com a contribuição dos
trabalhadores!
Título e Texto: Alberto José *, 24-12-2016
* O autor do texto é um ex-aeronauta
da Varig, com muito conhecimento da causa.
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