terça-feira, 5 de maio de 2020

Moradores de rua transformam Copacabana em latrina a céu aberto e espalham móveis pelas ruas: comércio e consumo de drogas é a regra

"Mendigos e cracudos tomaram o bairro", dizem moradores de Copacabana indignados com o consumo e venda de drogas, a sujeira e a presença ostensiva dos moradores de rua. 


Diário do Rio

Os problemas com moradores de rua e dependentes de drogas em Copacabana vinham piorando desde o início do governo do prefeito Marcelo Crivella, mas agora, em tempos de pandemia, a situação se agravou. São sofás, camas, colchões, e até mesas, além dos próprios moradores, com acúmulo de lixo, fezes de animais e humanas, distribuídos por várias esquinas e ruas da princesinha do mar. Isto, sem contar na violência, o consumo de tóxico a céu aberto, o atirar de pedras portuguesas em automóveis e outros relatos dignos da série The Walking Dead.

Na Rua Domingos Ferreira, próximo à esquina de Barão de Ipanema, pedintes dormem em colchões de casal, e tentam extorquir dinheiro de transeuntes.
Os relatos pululam pelas redes sociais há semanas, sem qualquer reação das autoridades. Na rua Hilário de Gouveia, próximo ao Colégio Pinheiro Guimarães, e ao lado da Policlínica Copacabana, a situação é crítica, segundo a moradora Solange Duarte: “ali eles passam dia e noite acampados, fazendo suas necessidades ali mesmo, comendo e jogando as embalagens e outros lixos pelo chão. A qualquer hora do dia ou da noite brigam entre si. No meio da noite é um inferno, ninguém nos prédios perto tem descanso, somos acordados em meio a gritos. Se a polícia aparece, correm levando junto seus colchões para em poucos minutos voltarem e recomeçar a baderna“. Alan Amorim, outro morador de Copa, endossa o que disse Solange, e conta dos momentos de terror que se passaram com ele: “estão jogando pedra nos carros, arranhando os mesmos estacionados, brigas e discussões são constantes, tive 2 vidros do meu carro quebrados“.

Na avenida Copacabana, famílias inteiras acampam com móveis, colchões e defecam junto às portarias dos prédios.

Outro ponto que, segundo os moradores, têm se tornado crítico, é a esquina da Avenida Atlântica com a Rua Rodolfo Dantas. “Ali se vende e consome drogas, vejo da minha janela, mas quando a Polícia chega não encontra nada pois eles escondem dentro de postes e em buracos na terra em volta das árvores, sem contar mochilas de pedintes“, disse ao DIÁRIO o leitor Paulo, que pediu que não divulgássemos seu sobrenome. No grupo de Facebook Copacabana Urgente, Fabi Junior corroborou o relato de nosso leitor: “ali aumentou muito a quantidade de moradores, muito mau cheiro, fezes, sexo ao ar livre, comércio de drogas, moro próximo“.

Na esquina da Rua Barão de Ipanema com a Avenida Atlântica existem umas árvores muito bonitas, que em épocas normais servem para casais se sentarem, crianças brincarem. Mas depois que começou a quarentena, é permanente o consumo de drogas no local, sem contar o lixo. “Outro dia tinha um sofá lá. Da minha janela, quase todas as noites, eu vejo os moradores de rua que dormem ali esquentando drogas numa colher, não sem antes olhar pra todos os lados e procurar ter certeza de que não vem polícia. Mas de vez em quando a polícia vem, e eles escondem as drogas em buracos na terra ou jogam no jardim do prédio em frente. Todos os dias a rotina se repete, consumo de tóxico por eles.” disse André Padilha, morador do edifício exatamente em frente. Arlinda X., outra vizinha ao local, já interveio para evitar um estupro: “no canteiro central em frente à Barão de Ipanema tem um mendigo que tem um cachorro. Muitas noites este cachorro late a noite inteira. Semana passada, saí na janela e vi que o cachorro latia porque o homem estava em cima de uma mulher, que gritava. Saí na janela aos berros, sem acender a luz. O homem parou, e mulher saiu correndo em direção à Bolívar.

Colônia de moradores de rua que migra entre a esquina da Barão de Ipanema e o canteiro central da Avenida Atlântica, e onde todas as noites há consumo de drogas e onde até estupros já foram flagrados por moradores
Alguns moradores do bairro estão assustados, pois suas denúncias, por incrível que pareçam, acabam chegando nos moradores de rua, que fazem ameaças. Uma leitora do grupo Copacabana Informa, que se queixou na internet da situação de imundície e consumo de drogas na Rua Dias da Rocha, relatou que “eles se sentem donos da rua. (…) cuidado com o que postam nos grupos Copacabana Urgente e Copacabana Informa. Uma foto que foi postada foi apresentada aos nossos porteiros de forma intimidatória, pois falaram que foi tirada de nosso prédio.“.

A Rua Constante Ramos, entre avenida Copacabana e Atlântica, lado ímpar, também passa por situação semelhante. São tendas, sofás, colchões de casal, fezes de cães e ameaças a passantes a todo o tempo. Após muita insistência de moradores, a guarda municipal fez a retirada de parte do mobiliário utilizado por mendigos tanto para o sono quanto para ocultação de colheres, seringas e saquinhos de pó que muitos duvidam ser farinha.

Mais um sofá destinado ao uso de moradores de rua e toxicômanos, este bem na Avenida Atlântica, ao lado do 5 estrelas Pestana Rio Atlântica
Na esquina de Constante Ramos com Domingos Ferreira, mais um morador de rua descansa em seu sofá, até ser “perturbado” pelas autoridades
Título, Imagens e Texto: Redação Diário do Rio, 4-5-2020

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