sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"Portugal vai ter de recorrer à ajuda da UE e do FMI"

UniCredit e Merrill Lynch não acreditam ser possível evitar o resgate. Mas para Jacques Attali  isso iria pôr o euro em risco.
Portugal vai ter de recorrer à ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional ainda no primeiro trimestre do próximo ano, acredita o UniCredit. A Merrill Lynch também não vê como Portugal poderá escapar a um resgate e antecipa que, depois, se seguirá a Espanha. Mas o economista Jacques Attali alerta que isso seria o princípio do fim do euro.
Os elevados custos da dívida, o fraco crescimento económico e a falta de confiança dos investidores criam um efeito de "bola de neve" que torna inevitável o recurso de Portugal ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, defende a economista Tullia Bucco, do banco italiano UniCredit, numa nota de análise dirigida aos investidores, citada pela agência Bloomberg. Para Tullia Bucco, a situação deverá complicar-se já nos próximos meses, quando Portugal tiver de recorrer ao mercado para saldar compromissos assumidos anteriormente. Só no primeiro trimestre de 2011 vencem quase dez mil milhões de euros.

Os bancos portugueses "não são o principal problema", como acontece em Espanha, mas o país vizinho está melhor posicionado para evitar ajuda externa, considera o banco italiano, que refere os esforços já feitos para sanar a banca espanhola. A principal diferença entre os dois países, diz o UniCredit, está no peso das respectivas dívidas públicas face ao PIB. A dívida portuguesa deverá atingir 83% do PIB este ano, enquanto a espanhola não irá além dos 64%, tornando as perspectivas de Espanha menos "sombrias".
Já o Merrill Lynch acredita que ambos os países vão precisar de ajuda para saírem do ciclo vicioso da pressão dos mercados. E acrescenta que esse resgate teria de levar à criação de um mecanismo adicional de apoio ao euro, porque só Espanha precisará, em 2011, de 65 mil milhões de euros, quase tanto como Grécia, Irlanda e Portugal juntos (54 mil milhões). Mas para Jacques Attali é "fundamental" que Portugal se restabeleça sozinho, porque um pedido de ajuda "pode pôr a moeda única em perigo" - com Espanha a ir atrás -, defendeu, em entrevista ao Económico, o conselheiro que Sarkozy escolheu para relançar o crescimento em França.
Eduarda Frommhold, Diário de Notícias, 17-12-2010
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Foto: Pat Roque/AP/G1
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G1

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