segunda-feira, 18 de junho de 2012

De volta para o futuro

José Carlos Bolognese

Nem o antes nem o depois, a realidade é o presente. Mas o aqui e agora não impede a saudade do bom que passou e o alívio do ruim que ficou para trás. Sonhar com o melhor e preparar para o pior, só não podem os animais.
Viver bem no agora e querer que perdure é direito de todos - e a cada um - segundo as suas obras. Só não o merecem os descuidados e irresponsáveis, como na fábula, "A Cigarra e a Formiga."
Porém, dependendo de onde se vive, tudo que parece certo e bom pode não valer de nada. Enquanto não puxam nosso tapete nem jogam a casca de banana aonde vamos pisar, tudo o que é bom no presente já está de bom tamanho para o nosso futuro. Assim parecia na Varig de trinta anos atrás.
Na Copa de 1982 quase chegamos lá. Até hoje, com o Penta e tudo, muitos consideram que não houve melhor time. A nossa RG – com rima pra variar – parecia a equipe do Telê. Já tínhamos o Boeing 747, o imponente Jumbo há um ano voando e o nosso horizonte era promissor. Mas o melhor de tudo foi a fundação do Aerus, que espantava o fantasma a assombrar o trabalhador em fim de carreira.
Quando o Aerus foi fundado a maioria de nós, sócios fundadores, já sabia que no passado as estrovengas do gênero Montepios e Capemis, que prometiam algum rendimento após continuados depósitos mensais, tinham ido pro brejo. Calote! Não me lembro de um caso sequer onde tenha havido uma reversão e as pessoas prejudicadas tenham ao menos, sem juros, recebido seu dinheiro de volta. O Aerus não seria reprise da insensatez, mas o futuro agora!
Não dá pra rejuvenescer trinta anos, mas como seria bom se 2012 fosse o resultado do modelo sonhado em 82…
Acredito que isso tenha sido levado em conta pelos fundadores do Aerus - os responsáveis - porque nós, auto intitulados “fundadores”, fomos apenas os aderentes da primeira hora. E mesmo quem aderiu depois, mesmo contra a vontade para não perder o emprego, deve ter pensado ao menos uma vez que… afinal… um dia me aposento, é o meu futuro!
E assim continuamos a trabalhar e passamos a contribuir pela falsa promessa de que nosso futuro já estava seguro, guardado num cofre de que não tínhamos a chave. Mas o perigo é que todas as boas ideias, todos os bons projetos são feitos por homens, que são capazes de grandes feitos e enormes injustiças.
A luta do presente, que não pode fracassar, é a batalha da Volta Para o Futuro!
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 18-06-2012

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