segunda-feira, 11 de junho de 2012

Governo argentino insiste em questionar a soberania britânica sobre as ilhas Falklands

Francisco Vianna
O governo argentino dá mais uma de "desentendido" e "lamenta" que a Grã-Bretanha tenha ignorado os "apelos da comunidade internacional" para que ambos os países reiniciem negociações pela soberania do arquipélago das Ilhas Falklands, que os argentinos insistem em chamar de "Malvinas".

Cristina Kirchner e seu “plano estratégico territorial” que, se levado adiante pode fazer recrudescer a guerra anglo-platina pelas ilhas Falklands
A reunião seria hoje em Buenos Aires, mas o Reino Unido não deu a menor pelota para o apelo da presidente Cristina F. de Kirchner, que continua descaradamente a insistir num assunto que Londres já deixou bem claro não ser objeto de negociação.
A presidente peronista deverá levar ainda esta semana suas queixas a ONU e divulgou hoje um novo comunicado sobre a pseudo controvérsia que ela tenta criar – e que já foi motivo de uma guerra entre os dois países – numa hora em que a Argentina comemora o “dia da afirmação dos direitos argentinos sobre as ilhas Malvinas e o setor antártico”.
Tal comunicado reitera, “com serenidade e firmeza”, o “direito inalienável” que assiste ao país “manter a sua permanente e irrenunciável determinação de recuperar, pela via pacífica das negociações diplomáticas, o exercício pleno da soberania” sobre o arquipélago – onde, por sinal, não há argentinos vivendo.
Buenos Aires assevera que tal “pretensão legítima” conta com o “respaldo muito apreciado de todos os países da região", ao que se somam “numerosos e permanentes pronunciamentos de múltiplos organismos e foros internacionais” que “insistem em renovar o chamamento de ambas as partes para a retomada das negociações”. “Lamentavelmente, apesar da permanente vontade de negociação argentina, o Reino Unido continua fazendo ouvidos moucos aos chamados da comunidade internacional” – assinala o comunicado.
Na sexta-feira última, o chanceler argentino, Héctor Timerman – o mesmo que criou uma crise diplomática com Washington ao reter um avião americano que fora à Argentina dar instrução militar à Polícia Federal portenha no aeroporto de Ezeiza – convidou o Secretário de Estado britânico para as Américas, Jeremy Browne, a reunir-se com ele em Buenos Aires para negociar uma solução para o conflito bilateral, mas Browne, até por uma questão de coerência, recusou a oferta.
A chancelaria argentina afirmou hoje que o Reino Unido, “não apenas mantém a ‘situação colonial’, como também persiste na realização de inumeráveis ‘atos ilegais’ unilaterais”, mediante a "exploração ilícita dos recursos naturais renováveis e não renováveis argentinos”. Asseverou também que a British Commonwealth “está consolidando uma crescente militarização do Atlântico Sul (pudera!) que é ofensiva a toda a região", tal como fora recentemente denunciado pelo governo argentino aos presidentes da Assembleia Geral, ao Conselho de Segurança, e ao secretário-geral da ONU.
A presidente argentina, Cristina F, de Kirchner, comparecerá no próximo dia 14 à reunião do Comitê de Descolonização das Nações Unidas, onde reclamará pela soberania de seu país sobre as 'Malvinas'. A chefa de estado reclamará novamente que o Reino Unido, que ocupa as ilhas desde 1833, não cumpre a ‘resolução 2065’ das Nações Unidas, que determina que Argentina e Reino Unido abram negociações para resolver a questão da soberania das 'Malvinas' ou Falklands. Todavia, a resolução citada pela Casa Rosada já foi cumprida, com a abertura das negociações e o seu fechamento pelos britânicos, que foram inflexíveis e claros ao dizer que “apenas os insulares”, conhecidos por 'kelpers', “podem decidir sob que soberania desejam viver, se a britânica ou a argentina”.
Em 1982 uma guerra estúpida e irresponsável desencadeada pela ditadura militar argentina do Gal. Galtieri e outros, causou a morte de 649 argentinos invasores do arquipélago e de 255 britânicos que foram até lá e recuperaram o território por apelo da própria população local. E os argentinos têm que agradecer aos EUA por terem dissuadido Londres de prosseguir com a guerra continente adentro, o que teria causado um conflito de muito maiores proporções.
Esse tal “dia da afirmação dos direitos argentinos sobre as ilhas 'Malvinas' e o setor antártico”, é uma peça de pura demagogia e hipocrisia do populismo peronista praticado pelo kirschnerismo, em memória da criação em 10 de junho de 1829, do "primeiro governo argentino nas ilhas”, que, quatro anos depois foi desmantelado quando os britânicos na época foram lá e recuperaram, pela primeira vez, o arquipélago, expulsando os invasores argentinos.
De lá para cá, os insulares não permitem que argentinos ou outros sulamericanos imigrem para as ilhas, e mantêm a quase totalidade de sua população oriunda de colonos escoceses que criam caprinos e ovinos e exploram a extração marítima de algas Kelp, além da pesca comercial.
Recentemente, a British Petroleum tem feitos perfurações prospectivas de petróleo e gás inland e offshore em torno das ilhas e esse deve ser, seguramente, o motivo do inconformismo argentino.
Título e Texto: Francisco Vianna (com base na agência de notícias espanhola EFE e outras fontes da mídia internacional), 10-06-2012

Um comentário:

  1. De Otacílio Guimarães
    Eu acho que a Argentina e a atual seleção brasileira de futebol estão se comportando como mulher vagabunda, ou seja, gostam de apanhar. Eu gostaria de saber que países da comunidade internacional, além de alguns sul americanos, apóiam as pretensões da Argentina sobre as ilhas Falklands. Tudo isto é uma cortina de fumaça para encobrir o fracasso monumental do governo iniciado pelo marido dessa senhora e hoje continuado por ela. Ocorre que os argentinos não são menos idiotas do que os brasileiros e apóiam incondicionalmente o peronismo, filosofia política que destruiu as pretensões argentinas de um dia se tornar uma grande e próspera nação. Peronismo e lulismo são irmãos gêmeos.
    Veja, se na guerra travada há trinta anos atrás a argentina tomou uma surra formidável, imagine hoje com as forças armadas inglesas muito mais preparadas e tecnologicamente evoluídas, enquanto as forças armadas argentinas sofreram o mesmo desgaste das brasileiras que atualmente só servem para subir os morros cariocas em busca de traficantes de drogas.
    Deve ser loucura, com certeza. As esquerdas mundiais são loucas, amigo. Já deram inúmeras provas disso.
    Otacílio Guimarães

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