Tribunal de Contas enganado
para aprovar autoestradas
Denúncia feita em relatório de
juízes, que apontam dedo a Estradas de Portugal e anterior Governo
Carlos Enes
Não é um, nem um colectivo de
três, como na maioria dos casos. São todos os nove juízes da secção de
auditoria a denunciar por unanimidade que o Tribunal de Contas foi enganado e
só por isso autorizou a construção de seis parcerias público-privadas, lançadas
pelo anterior Governo.
O relatório, aprovado no
passado dia 10, põe em causa a legalidade da Autoestrada Transmontana, da
Soares da Costa e da FCC, bem como das concessões Douro Interior, do consórcio
Aenor/Mota-Engil, do Baixo Alentejo e Algarve Litoral, da Edifer/Dragados,
Litoral Oeste, do consórcio MSF/Brisa/Somague, e Baixo Tejo, da Brisa, no valor
global de 10 mil milhões de euros.
Nenhuma destas obras podia ter
arrancado sem visto do Tribunal de Contas, que foi recusado à primeira
tentativa em cinco concessões, com um argumento simples. Entre o concurso e os
contratos finais o Estado assumia um prejuízo ilegal de 705 milhões de euros.
A Estradas de Portugal,
contudo, endereçou um segundo pedido de visto. Mas, garantem os nove juízes, só
teve sucesso porque escondeu ao Tribunal de Contas informação financeira
essencial, relativa a contratos paralelos celebrados entre os bancos
financiadores, as construtoras privadas e a própria empresa pública,
denominados acordos contingentes, que não foram submetidos a visto do Tribunal
de Contas.
O relatório de auditoria, a
que a TVI teve acesso, é demolidor: «Nesta auditoria, foi detectada a
existência de acordos consagrando um conjunto de compensações financeiras
devidas às concessionárias sem reservas ou condições».
(…)
A matéria, de Carlos Enes/tvi, aqui na íntegra.
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