sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Inteligir ou Intuir?... Os juízes usam o intelecto ou a intuição quando julgam um caso? E você, do Aerus, quer argumentos intelectuais ou intuitivos no caso do processo da defasagem tarifária?...

Valdemar Habitzreuter
Este texto não é para ser lido. Não foi escrito para você, caro leitor inteligente e exigente com o conteúdo que as letras podem formar. Contém idiotices e será perda de seu precioso tempo. Está publicado, mas é uma transgressão ao respeito que o leitor merece. Este texto só faz sentido para o autor, e, talvez, nem para ele. Para os juízes, talvez… E não seja curioso. Não prossiga na leitura. (No final dirás se valeu a pena ler)

Aventuro-me a dizer o seguinte: Um juiz pode se servir de duas armas para julgar um caso: da lógica que o intelecto pura e simplesmente confere ao caso, ou da visão abrangente que a intuição lhe outorga. Para isso seria necessário, primeiro, expor a diferença entre intelecto e intuição.


A inteligência é a faculdade do ser humano para munir-se de instrumentos que facilitem seu dia a dia na luta pela sobrevivência. Assim como o animal possui o instinto que lhe garante sua subsistência, o ser humano, além do instinto, possui também a inteligência que o torna superior ao animal.

É pela inteligência que o ser humano fabrica seus instrumentos com os quais alivia seu trabalho na busca e produção de alimentos. Estes mesmos instrumentos servem no fabrico de instrumentos cada vez mais sofisticados, e isso indefinidamente. Está aí, na modernidade, a alta tecnologia que o ser humano desenvolveu ao longo da História.

Isto quer dizer que os instrumentos são uma extensão da mão humana. Nos primórdios dos tempos, os utensílios que os humanos fabricavam eram bem rudimentares. Por exemplo, para algo cortante, partiam as pedras em lascas para servir de machado, faca, etc. Estes instrumentos seriam, pois, uma extensão de suas mãos, enquanto os animais se serviam de seu próprio corpo, como instrumento, na aquisição de seus alimentos.

Podemos ver aí a lógica que está imbuída na inteligência. O ser humano posiciona-se perante um desafio da seguinte maneira. Por exemplo, apanhar uma fruta madura pendurada no alto de uma árvore. Começa a refletir de como poderá fazer isso com facilidade. Trepar na árvore? Não, muito difícil. Pegar uma vara? Mais fácil. Como fazer esta vara? Calcular o comprimento que alcance a fruta. Mas, não contente ainda, bola um gancho no final da vara para puxar a fruta. A lógica (daí o termo logística) que o entendimento do intelecto lhe forneceu lhe facilitou apanhar aquela fruta. O Animal se serviria de seu próprio corpo para apanhar aquela fruta (subir na árvore), caso fosse apto a isso. Se não fosse, teria de deixar pendurada aquela fruta e ir atrás de outros alimentos.

Então, por trás da inteligência aloja-se a lógica de como agir com exatidão perante os desafios da vida. Mas esta inteligência ainda assim é um instrumento um tanto deficiente para resolver os grandes problemas existenciais. É um instrumento muito bom, não há de se negar isso, para o nosso bem-estar quotidiano. Com ela a vida se torna mais agradável, mais leve e não penamos tanto com a ordem divina: “ganharás o pão com o suor do teu rosto”.

Mas, ao lado da inteligência humana existe outra faculdade que estimo ir além da inteligência. É a intuição. Pela intuição penetramos nos recônditos mais misteriosos da vida. A vida não é um simples desfrute lógico de procedimento inteligente. A inteligência, com sua lógica, deixa a vida prazerosa, não resta dúvida; mas, às mais das vezes não dá alegria à vida (aquela fruta apanhada com facilidade me dá prazer ao comê-la e só). A intuição dá algo mais, dá alegria e sentido à vida (esta fruta repartida com meu irmão me dá alegria, pois vejo (intuo) que ele tem a mesma necessidade de saciar a fome quanto eu). A intuição penetra no âmago dos problemas, não com a lógica da inteligência, mas com a sabedoria que lhe é inerente.

Segundo um renomado filósofo (Henri Bergson), a intuição é uma espécie de simpatia com a qual penetramos no interior das coisas para vivenciá-las de dentro e assim termos a compreensão de seu conteúdo único e verdadeiro. A inteligência sempre nos dá um conhecimento relativo; isto é, tenho de relacionar uma coisa com outra, fazer uma comparação, e daí tirar a conclusão. A verdade da inteligência, portanto, é sempre relativa, ao passo que a intuição atinge a verdade da coisa em si, pois está inserida nela.


A inteligência, para resolver um problema aventa mil e umas idéias e peripécias para chegar a uma conclusão. Estas, muitas vezes, não correspondem com a verdade dos fatos relacionados. A intuição vive e sente o problema por dentro e sempre dá seu veredicto certo. Isto não quer dizer que a intuição dispense a inteligência. Pelo contrário, ela é um auxílio, e juntas formam um instrumento infalível no sucesso das soluções da problematicidade da vida. Um exemplo plausível da utilização em conjunto desses dois instrumentos é a Ministra Cármen Lúcia. Ela reuniu inteligentemente (com lógica) os fatos que causaram a ruína da Varig, e, ao mesmo tempo, empregou sua intuição, mostrando-lhe as conseqüências que isso gerou: milhares de ex-trabalhadores na penúria que precisariam de ser socorridos. Ela penetrou no âmago do problema, vivenciando-o.
Que ela sirva de exemplo para que seus pares procedam da mesma maneira!
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 10-01-2014

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7 comentários:

  1. NEM INTELIGIR NEM INTUIR
    O NOME DO QUE OS CARAS DE PAU FAZEM É COVARDIA, FALTA DE VERGONHA, ESCARNIO, SAFADEZA, HIPOCRISIA FALTA DE CARÁTER, ETC E POR AI VAI
    SÃO MAIS DE QUINHENTAS CITAÇÕES.
    José manuel

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  2. A obrigação do Magistrado é decidir sempre dentro da doutrina da lei , e a ela obedecer fielmente. O que vale é o conteúdo do Diploma Normativo. Outra obrigação é buscar o equilíbrio entre a lei e os anseios do cidadão . Como servidor, obriga-se às regras deontológicas e ilibada honestidade para consigo , para com a Pátria e para com o cidadão.. O excesso de recursos baseados nas "brechas" visando sobrestar as ações e a atuação ( e/ou ingerência) de forças ocultas poderosas são a causa de sofrimento , discórdia e discrédito de todos nas Instituições dos poderes constituídos. (opinião meramente pessoal ).

    Sidnei Silva
    Assistido Aerus- RJ

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  3. Os juízes honestos, quando necessitam, apelam para a hermenêutica que é um ramo da filosofia que estuda as formas de interpretação quando a lógica ou o intelecto não se mostram suficientes para atingir um determinado objetivo.
    Alberto José

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  4. Sou adepto dos paradigmas, inteligir e intuir são abstratos no sistema jurídico. Um juiz não faz leis, pode no máximo sugeri-las. Ele não lê as leis, deve interpretá-las, Um juiz jamais deve buscar equilíbrio da lei com os cidadãos, assim para o magistrado quem rouba um pedaço de pão, para saciar a fome comete o mesmo crime que um corrupto ao roubar o erário. O juiz deve apenas comutar a pena de acordo com a lei, quem deve a obrigação de pedir clemência ou a nulidade do crime é o ministério público. No caso da VARIG nossos inimigos não são os juízes, é o sistema, o governo, a AGU, e o ministério público federal. A estátua da justiça usa uma venda nos olhos, ela deve decidir sobre as coisas que ouve, nem inteligir, nem intuir, decifrar ou interpretar de maneira correta e coerente,. Se há leis incorretas o juiz não pode alterá-las ou modificá-las, e esta é a mais dificultosa das parcialidades. As dificuldades vem desde os legisladores e executores. por mais que não gostemos de uma decisão de um determinado magistrado, ela sempre estará amparada em uma lei, ora bem feita, ora mal feita, mas dentro de um vernáculo mal escrito que leva a interpretações espúrias e diferentes. A hermenêutica jurídica é diferente das filosóficas, ela pode ser:
    -Autêntica
    -Doutrinária
    -Jurisprudencial
    -literal
    -Histórica
    -Sistemática
    - E finalmente INOVADORA.
    Enquanto não houver "in claris cessat interpretatio" não haverá compatibilidade das leis com as normas.
    Como nosso direito é o direto dos manos, e não o romano propriamente dito, somos diretamente proporcionais dependente deles.
    Maestus mutatis mutandis
    Lex quanvis irrationabilis, dummodo sit clara
    boa tarde

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    Respostas
    1. É por essa razão que devemos seguir os antigos romanos :

      Piranhorum flumen , saurus dorsus nadavit.

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  5. Sei não, sei não... acho que vou passar a SELECIONAR os comentários de "anônimos", isto é, só vou "aprovar" aqueles que eu entender que acrescentem alguma coisa ao post e/ou ao debate.
    Embora, não é demais repetir, não vejo razão NENHUMA em deixar um comentário anônimo, neste blogue.

    Venho tolerando os comentários "anônimos" por compreender que alguns leitores não estão familiarizados com a internet, mesmo e apesar da recomendação clara: "Por favor, evite o anonimato! Mesmo que opte pelo botãozinho "Anônimo", escreva o seu nome no final do seu comentário."

    Abraços./-



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  6. ...fizeste-me rei sobre um povo tão numeroso como o pó da terra! Dá-me agora sabedoria e conhecimento para os governar com competência. Porque quem seria capaz de dirigir sozinho uma tão grande nação como esta?

    Deus retorqui-lhe: Sendo assim, que o teu maior desejo é seres capaz de servir este povo, e que não pretendeste nem riquezas nem honras pessoais, nem me pediste que amaldiçoasse os teus inimigos, nem tão pouco que te desse uma longa vida; antes pediste sabedoria e conhecimento para guiar competentemente o meu povo - por isso te concedo o que pediste, e ainda te darei tantas riquezas, prosperidade e honras como nenhum outro rei terá tido antes de ti! Não haverá também depois de ti outro semelhante em toda a terra!

    Poucos obedecem as leis de Deus.Se quer, obedecem os Dez Mandamentos.Políticos e presidiários desconhecem ou nem querem saber
    da Palavra de Deus. O NOME DE jesus está banalizado por falsos profetas e pastores.
    2 Crônicas 1
    ABS Janda
    PS: O próprio Salomão caiu em desgraça, quando anos depois ficou muito mas muito rico, e o Senhor o recolheu com apenas 53 anos.

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