quarta-feira, 5 de março de 2014

Que se faça Justiça

Oswaldo Colombo Filho
Passado um quarto de século nos deparamos com a notícia de que a Corte máxima de nossa Justiça poderá adiar mais uma vez o julgamento dos chamados expurgos dos planos econômicos nas cadernetas de poupança. O último adiamento, ocorrido em dezembro, foi sugerido a pedido do ministro Marco Aurélio Mello, em razão das férias do Poder Judiciário. Desta feita, a Corte poderá atender às demandas feitas pelo Banco Central (BC), e que já conseguiram no passado postergar por anos o acontecido. Afinal, sendo órgão de defesa de interesses institucionais, e, por conseguinte, da Nação, como pode o BC tomar partido numa pendenga jurídica? Qual o interesse, sem que seja o de estar a serviço do clientelismo?

Bem se sabe que os números que apresentaram de um choque na economia, caso os poupadores vençam, de R$ 150 bilhões, é um espalhafato grotesco, já desmentido pelo Credit Suisse, que avaliou, tal qual o Ministério Público Federal, em no máximo R$ 26 bilhões. Assim como, se vencedores, tais poupadores reinvestirão tais recursos na economia, que está imersa nos bancos, os mais rentáveis do mundo e geridos pela maior e mais facilitada agiotagem constituída que existe.

À Suprema Corte, se adiar o julgamento, fará uma macabra concessão, tal qual ainda não expurgar de plenário os hipócritas que visam a construir uma pretensa realidade onde o terror quer formar um juízo que forje a justiça aos moldes de interesses espúrios. A imensa maioria dos lesados e que entraram com ações, quase 400 mil famílias, se constitui de pessoas idosas que aguardam, como já colocado por 25 anos.

Certamente, durante todo esse tempo, milhares e milhares de casos já foram julgados e na imensa maioria deles os bancos foram condenados, dezenas de milhares de perícias e pareceres foram anexados a processos transitados. Surge agora a alegação de que necessário se faz suspender o processo para maiores análises. Ora, trata-se no mínimo de um acintoso descalabro moral contra a sociedade.
Título e Texto: Oswaldo Colombo Filho, 05-03-2014

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