Mais de 90 senadores espanhóis
e cerca de 200 legisladores latino-americanos estão a solicitar que a Corte
Penal Internacional de Haia investigue as violações aos direitos humanos
cometidos na Venezuela pelo regime bolivariano, alegando que a cúpula do regime
chavezista, incluindo seu caudilho da vez, Nicolás Maduro, tem cometido
inúmeros crimes de lesa humanidade.
Tal solicitação, enviada esta
semana pelos senadores espanhóis, também expressa o desejo dos seus
subscritores de obter o respaldo da Conte Internacional à deputada venezuelana
María Corina Machado, assinalando que o processo judicial iniciado contra ela
constitui uma clara mostra de como o regime socialista fascistóide venezuelano
faz uso dos tribunais chavezistas para perseguir seus adversários.
“Subscrevemos uma declaração
de apoio à congressista venezuelana Maria Corina Machado e uma petição para que
as cortes internacionais de justiça possam se inteirar melhor sobre o assunto
haja vista que é evidente que os tribunais venezuelanos de encontram completamente
“aparelhados” pelo poder executivo e, destarte, não são, em absoluto,
imparciais”, comentou o senador Dionisio García Carnero, do Partido Popular
espanhol.
As ações legais assim
empreendidas contra a deputada tornam-se altamente ilegais e são a mais nova
expressão de uma “situação de violência tremenda e de violação dos direitos
humanos a que a Venezuela está submetida”, acrescentou o senador espanhol
García Carnero.
A deputada María Machado — que
foi cassada sem qualquer julgamento pelo presidente da Assembleia Nacional, o
chavezista Diosdado Cabello — foi intimada a testemunhar em 16 de junho
próximo, acusada de estar vinculada ao último plano de um pressuposto
magnicídio (assassinato de autoridades) descoberto pelo regime, numa suposta conspiração
na qual também foi acusado o ex-embaixador da Venezuela na ONU, Diego Arria,
banqueiros venezuelanos e até envolvendo o embaixador dos Estados Unidos na
Colômbia.
Anteriormente, o regime tinha
encarcerado militares e dirigentes chaves da oposição, incluindo prefeitos e o
líder oposicionista Leopoldo López, sob a acusação genérica de conspirar para
derrubar Maduro.
Para García Carnero, a
manipulação da justiça local com finalidades de perseguição política é evidente
e desmascara qualquer dúvida de que o país sulamericano se trata, na verdade,
uma ditadura fantasiada de democracia.
Tais prisões autoritárias
estão sendo seguidas por uma onda feroz de violência perpetrada por soldados e
por grupos paramilitares chavezistas contra estudantes e opositores que
protestam contra Maduro nas ruas, numa repressão que já produziu 40 mortos,
centenas de feridos e dezenas de denúncias de torturas perpetradas por agentes
do estado.
Além de contar com a
assinatura de García Carnero, a solicitação enviada a Haia também foi subscrita
por cerca de 90 outros políticos de Espanha, incluindo Antolín Sanz Pérez,
secretário geral do Grupo Parlamentar Popular; Miguel Angel Pérez de Juan
Romero, presidente da Comissão de Assuntos Ibero-americanos; Gonzalo Piñeiro
García-Lago, presidente da Comissão Constitucional Popular; María Rosa Vindel
López, vice-porta-voz do Grupo Parlamentar; e Jokin Bildarratz Sorrón,
porta-voz do Grupo Parlamentar Basco.
Esta solicitação dos senadores
espanhóis se soma às denúncias formuladas dias antes por 198 deputados e
senadores latinoamericanos que fazem parte da Aliança Parlamentar Democrática
da América, que introduziram perante a Corte Penal Internacional um relatório
detalhando uma longa lista de crimes de lesa humanidade perpetrados pelo regime
de Maduro contra a sociedade civil.
A deputada peruana Cecilia
Chacón disse que os legisladores denunciaram perante a Promotoria da Corte
Penal de Haia que as violações aos direitos humanos cometidos pelo regime
‘bolivariano’ são generalizadas e sistemáticas e que são levadas a cabo pelos
corpos militares, policiais, milícias e paramilitares, sob o controle e direção
do Palácio Miraflores, a sede do regime.
“O senhor presidente Maduro, o
senhor Diosdado Cabello, a Defensora Pública e o Promotor Público não estão a
fazer nada contra as violações perpetradas na Venezuela, sendo que tal
inoperância está a gerar toda essa barbárie cometida pelo uso das ferramentas
do Estado contra a população civil”, declarou Chacón de Lima, a capital do
Peru.
Na carta enviada à Promotoria
de Haia, os legisladores advertiram que as autoridades venezuelanas estão a
cometer crimes de lesa humanidade contra estudantes e manifestantes que,
pacificamente, levam seus “protestos e reivindicações de indiscutível
legitimidade democrática”. “Solicitamos a esta Promotoria, pois, a abrir um
inquérito formal para investigar a pressuposta perpetração de crimes de lesa
humanidade com especial foco no previsto artigo 15 do citado Estatuto”,
escreveram os legisladores.
Os denunciantes apresentaram
as conclusões emitidas por diferentes ONGs que documentam uma longa lista de
excessos cometidos contra os manifestantes, incluindo denúncias de torturas,
lesões e assassinatos. “No entanto, além disso, o governo tem efetuado prisões
de líderes fundamentais da oposição democrática venezuelana, entre estas a
prisão de Leopoldo López, cabeça visível do partido Vontade Popular, e também a
detenção de prefeitos eleitos, perseguidos e criminalizados
inconstitucionalmente”, declararam.
Por outro lado, a Casa Branca
considera o julgamento de Leopoldo López é o tipo da farsa que prejudica
qualquer diálogo da oposição com o regime de Caracas para atenuar a crise
social (política e econômica) que arrasa o país. Para a administração Obama, “o
diálogo é o único caminho capaz de gerar soluções duradouras e abrangentes e
não se vê o Palácio Miraflores minimamente empenhado para atingir esse
objetivo”, disse uma funcionária da Presidência americana.
López deve permanecer preso
até o dia do julgamento e poderá ser condenado a 10 anos de prisão por
supostamente ter instigado à violência durante um protesto opositor de rua em
12 de fevereiro passado em Caracas. Nesse dia, as manifestações de rua acabaram
provocando as primeiras três mortes das 42 que já ocorreram até hoje.
Washington tem denunciado a
violência à perseguição de oposicionistas na Venezuela durante as manifestações
e estimulado um diálogo do governo de Maduro com a coalizão opositora MESA da
Unidade Democrática (MUD).
López diz que “o covardão do
Maduro e sua curriola no poder” têm razão em temê-lo. Na carta López diz que “o
governo de não poderá agir impunemente contra o bravo povo venezuelano”, como
vem fazendo, e que “quanto mais for a violência governamental, mais o povo irá
se rebelar”.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia
internacional), 06-06-2014
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