Rede de Judiarias de Portugal
classificou de "momento histórico" a aprovação do decreto-lei de
concessão da nacionalidade portuguesa a descendentes de judeus sefarditas
expulsos de Portugal.
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Foto: Stephanie Lecocq/EPA |
Agência Lusa
O Governo aprovou na
quinta-feira um decreto-lei que regulamenta a naturalização de descendentes de
judeus sefarditas expulsos de Portugal depois do século XV, podendo este
direito ser exercido por tempo indeterminado.
Jorge Patrão considerou que,
tal como aconteceu em 1996 com a votação simbólica da revogação do decreto de
expulsão dos judeus de Portugal (datado de 1496), esta é mais uma forma de
“reparar um erro” e acrescentou que sente “orgulho” pela decisão.
“Num tempo em que se verificam
novamente sinais de antissemitismo, considero que Portugal vem dar um sinal
muito importante e que se afirma como um verdadeiro exemplo do que deve ser o
bom relacionamento e o diálogo entre todas as culturas e religiões”, vincou.
O secretário-geral da RJP
sublinhou que o mais importante desta regulamentação “é o seu simbolismo”,
apesar de acreditar que haverá um grande número de pedidos de nacionalidade
portuguesa.
Àquela entidade chegou já
informação de “pessoas de todo o mundo que veem com interesse esta
possibilidade”.
“Ainda na quinta-feira tive um
contacto de um israelita de origem sefardita que quer vir produzir trigo para o
Alentejo, que quer fixar residência na cidade do Porto e que, muito
provavelmente, também irá fazer uso deste direito que agora lhe é concedido”,
testemunhou.
De acordo com o dirigente da
Rede de Judiarias, estima-se que haja 15 milhões de judeus em todo o mundo, dos
quais 20% terão origem sefardita, ou seja, cujos ancestrais eram originários da
Península Ibérica.
A Rede foi criada em 2011 e
tem sede em Belmonte, vila do distrito de Castelo Branco onde se encontra uma
das mais antigas comunidades judaicas do país.
Atualmente integram esta
associação cinco regiões de turismo, 28 municípios portugueses e as comunidades
judaicas de Belmonte e Lisboa.
A lei da nacionalidade foi
alterada em abril do ano passado pelo parlamento português, por unanimidade,
para que os descendentes de judeus sefarditas expulsos de Portugal pudessem ter
a nacionalidade portuguesa, por proposta do PS e do CDS-PP, mas essa alteração
estava por regulamentar.
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