Jonathas
Filho
Numa
curiosa aldeia chamada “Das Wunderland”
havia uma rainha que abdicou, mas permaneceu sentada na poltrona do mando como
investida no cargo... só fazendo o coletivo de cágados ou fumando seus charutos
preferidos. Continua enxugando o gelo
que lhe é dado pelos aldeões, mas se mantém reticente e não sai. Garante que
não sai do trono, fala que está tudo bem e que não há nada para... temer.
A pobre criatura, coitada...
não consegue verbalizar o que seus neurônios tentam lhe informar, mormente
porque ainda desconhecem os sinais de “off” ou de “on” nos circuitos das sinapses
e então não “ligam” as informações cognitivas, e com isso a coitada se confunde
e perde a conexão a todo instante, deixando “su pueblo vergonzoso” e criando várias lagunas quando fala. Seriam
lacunas?
Em
represália ao gelo, resolveu que não iria autorizar aos aldeões idosos, a dose
de água extra que sempre ocorre após o meio do ano. Essa dose extra era
esperada ansiosamente pelos moradores desta louca-lidade, que por obra de San Peter of the Sky estava com suas
lagunas com muitas lacunas, ou seja, cheias de espaços vazios d’água. Apesar de
isso ocorrer somente nessa época, os pobres aldeões idosos, se recebessem uma
quantidade maior de água; tinham a vã pretensão de poder lavar as suas dívidas acumuladas
e que não eram poucas.
O
estranho... muito estranho mesmo, é que nessa louca-lidade se pode lavar moedas
em grande quantidade em qualquer época do ano. Dívidas não.
Continuando
lavando a roupa suja, soube-se que o mentor dessa barbaridade foi um monstruoso
serviçal... um vizir chamado leviatã que tem privilégios e que vergonhosamente
já tinha recebido a sua própria cota de água, entretanto, egoisticamente, ele não
queria que os idosos aldeões recebessem as cotas deles. Pode?

Já
que o assunto é roupa suja, esses velhinhos lembram a todo instante o que ocorreu
com as reservas de carvão do Preto Bráz
que estavam sob a guarda e aos “cuidados” de vários roedores - agora consideradas
pelos idosos aldeões como perigosos ratos Pirotécnicos – porque, depois de quase tudo
“queimado”, eles estão aparecendo nas histórias cantadas pelos menestréis,
acompanhadas pelo doce som dos alaúdes.
Tudo
isto foi causado pela coragem de um flautista garboso. Apesar de não levar a
vida na flauta como na outra fábula, este flautista é revestido da mais decente
competência, correção, imparcialidade e está amparado pelas leis da aldeia e
pela sagrada Justiça, e tocando sua flauta tem atraído um enorme bando de
ratazanas de grosso calibre para a limpeza, colocando-os num recipiente de
lavar cheio de grades. Tudo está sendo lavado, enxaguado e espremido com
turbinas que tem um poderoso sopro, um tipo de jato.
Nessa
alquímica aparelhagem, entra-se rato e depois de algum tempo, sai-se roto...
sem um centavo sequer.
Alguns
desses roedores já aprenderam o idioma conhecido como dedurez e estão sendo premiados
e já estão se programando para a prova de vestibular para a Faculdade Xisnove.
Até um ex-Grão-Vizir manhoso e autodidata como é, no conforto do cárcere pode
estar na “encolha” aprendendo para tentar uma vaga também. Quem sabe? Estudar
nunca é demais!
Muita
sujeira acumulada já desceu pelo ralo da improbidade, mas graças à diligente
ação dos Agentes da Pro-Filaxia, que providenciaram a colocação
de um filtro na boca da canalização que leva toda sujeira ao esgoto, várias contas
numeradas em diversos paraísos fiscais estão ficando retidas nessa rede.
Mas,
ainda falta muita “roupa” para ser lavada e os idosos aldeões estão indóceis
esperando esse Flautista atrair mais roedores de outros depósitos de víveres,
utilidades e bens dessa aldeia. Até um grande depósito com o pomposo nome de Bens Notáveis Desta Estranha Sociedade já tem data e hora para escutar o agradável som da flauta
desse que trabalha como um mouro... Seria como um moro ou como um muro?
Há
até uma campanha instalada entre os idosos aldeões que mandaram pintar nas suas
puídas camisetas o slogan “Je Suis Moro,
chega de desaforo.
Dizem
as boas línguas que esse judicioso flautista lembra o famoso jurista italiano
Aldo Moro que mostrou sobejamente que Justiça e proteção à Pátria se fazem
quando se quer. Dizem também que um representante dessa aldeia, que está sempre
procurando, levou duas enormes ratazanas ao libelo e pode ser que esse elegante
janota, num ato de limpeza ética, investigue
outros roedores.
Tem
roedores de barba que estão colocando esses pelos brancos de molho. Vai que...
Será
isso tudo uma fábula? Será isto é uma obra de ficção ou qualquer semelhança com
a realidade será por mera coincidência?
Você
decide!
Título
e Texto: Jonathas Filho, não vive na
flauta... 23-8-2015
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