José Manuel
Aeroporto, um filme
americano de 1970, baseado na obra homônima de Arthur Hailey, foi um dos
maiores sucessos de bilheteria mundial.
Foi tão retumbante o seu
sucesso, pois iniciou a era dos filmes catástrofe, que teve mais três versões
filmadas como a de Aeroporto 75, Aeroporto 77 e Aeroporto 80.
Este último inclusive utilizou
como aeronave um moderníssimo, à época, e inesquecível Concorde.
Muito poucos sabem, o primeiro
filme foi rodado tendo como avião um Boeing-707, alugado pela Universal
Pictures junto à empresa Flying Tiger Line. Ele serviu para a realização de
cenas que mostravam o exterior. Após o término das filmagens, o avião foi
devolvido à Flying Tiger Line e tempos depois vendido. A partir de então o
avião teve vários donos, até ter um trágico fim em 21 de março de 1989, num
acidente no Brasil, na cidade de São Paulo, quando era operado pela
Transbrasil.
A queda do Boeing 707 prefixo
PT-TCS, cargueiro, ocorreu às 11h54 da manhã, quando perdeu altitude e
sustentação, colidindo com casas e um pequeno prédio, três mil metros antes da
aproximação da pista do aeroporto internacional Franco Montoro em Guarulhos.
Continha no momento do
acidente aproximadamente quinze mil litros de combustível e incendiou-se
imediatamente. Estava carregado com vinte e seis toneladas de produtos
eletrônicos provenientes da zona franca de Manaus, e ocasionou a morte dos três
tripulantes da aeronave, vinte e duas pessoas em terra e causado ferimentos em
mais de cem pessoas.
Há uma relação entre o que
acabo de escrever e o que ocorre em nossas vidas quarenta e cinco anos depois
do lançamento do primeiro filme Aeroporto.
Primeiro, o filme foi lançado
em 1970, mesmo ano em que comecei a minha vida profissional como tripulante da
Varig.
O filme teve quatro versões, e
por incrível que possa parecer nós já fizemos três versões de um protesto em
greve de fome e num aeroporto.
O B-707 veio parar exatamente
na Transbrasil, empresa que está arrolada também nos processos com o Aerus.
A nossa luta não irá esmorecer
apesar de todas as possíveis "armações" que têm sido feitas contra
nós. A cada uma nova ficamos mais experientes e sabedores de como reagir, pois
estamos ficando experts em nos
safarmos com dignidade.
Duas hipóteses irão ocorrer
daqui para o futuro, e assim como na versão cinematográfica talvez tenhamos que
fazer um quarto protesto, que poderá também não acontecer.
Mas a certeza absoluta que
temos é que conhecemos os dois pilotos que estão no comando há treze anos de
uma aeronave também com sobrenome brasil, que em voo cego vem cometendo toda a
série de imprudências, e já está na final curta de um pouso em emergência, em
que imitando a ficção do cinema talvez não consiga chegar à pista tão almejada.
Apenas esperamos que o final
desse voo que já se desenha no horizonte, como mais uma catástrofe, não tenha o
mesmo número de vítimas, do mesmo acidente do protagonista que fez o filme lá
nos idos de 1970.
Título e Texto: José Manuel, como tripulante, sempre de
prontidão a um novo chamado da escala, 28-8-2015
Facebook: #AposentadoAERUSGrevedeFome
Twitter: #AposentadoAERUSGrevedeFome
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JM, lembro me bem do primeiro filme, foi quando deixei Porto Alegre, para residir no Rio, e posteriormente entrar na Varig. Gostaria de acrescentar ao final de sua redação, que neste pouso de emergência, que esta prestes, os dois Pilotos sobrevivam e após o Hospital, venham parar na Cadeia. Um Abs.
ResponderExcluirHeitor Rudolfo Volkart