domingo, 23 de agosto de 2015

Cai ou sai? Esqueça e vá prá rua!

José Manuel

Se alguém espera uma dessas situações acima, pode esquecer porque não vai acontecer.
Não cai porque não há força nas ruas. Não sai porque aparelharam todo o sistema.

O momento absurdo que estamos vivendo, impensável em pleno século XXI, nos trás a pergunta do porquê, depois de uma atuação hercúlea de um Juiz, como o Dr. Moro e de seus colaboradores da Polícia Federal, mostrando ao país quem são os bandidos (ex-ministro) e o que estão fazendo com a Nação, mensalão, petrolão, eletrolão e os outros aos que estão para chegar, o povo não reage a contento.
 
O juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Foto: Fábio Motta/AE

Cada manifestação que se passa não consegue suplantar as manifestações de 2013, quando 98% da população se colocou a favor das manifestações, e só num dia, 20 de junho, numa quinta-feira, mais de um milhão de pessoas foram às ruas, por apenas 0,20 centavos.

É paradoxal, coisa mesmo de estudo psicanalítico que por um simples aumento em transportes tenha acontecido aquilo em 2013, mas a comprovação judicial de um esquema brutal de desmonte de um país não consiga convencer um povo a tomar uma atitude correta com o seu destino. O pessoal de Curitiba está longe de chegar ao cerne, ao coração da bandidagem e nem mesmo a pretensa  prisão do líder da quadrilha irá conseguir que as pedras se movam no Alvorada.

A metástese já alcançou um nível tal que não há como estancar o para-poder estabelecido, pois até na prisão eles continuam a controlar os postos chave com os seus cúmplices lá instalados. A prova disso foi a tramóia urdida na última semana em que ficou de uma vez configurado a que ponto o país chegou.

No dia 21 de abril de 1993 o país perdeu a sua grande oportunidade de ser moderno, ao rejeitar o parlamentarismo e manter o presidencialismo. É muito difícil de se retirar um governante no sistema presidencialista, mesmo com todas as provas que estão aí presentes, com apenas manifestações de fim de semana. No parlamentarismo, o responsável pelo que estamos passando, já tinha sido deposto há muito tempo.

Se o país parasse, por exemplo, por uma semana, com o povo indo diariamente às ruas, aí talvez tivéssemos uma chance. Enquanto isso não acontece, vemos espetáculos medíocres de hordas de vagabundos comprados com mortadela, camisetas e ônibus de luxo às custas do tesouro nacional, do meu, do seu bolso, afrontando todo um país que quer trabalhar em ordem. Em contrapartida, cortam a parcela do décimo terceiro salário dos trabalhadores aposentados, numa espécie de sacanagem para testar até onde podem continuar.

Aí reside um sério perigo, de que a omissão de milhões pode gerar o fortalecimento e a ambição de poucos e desonestos, amparados por um governo fraco e corrompido, o que pode levar a um cenário muito sério de desestruturação social, com todas as resultantes sobejamente conhecidas.

Portanto, as ruas e as praças nos esperam, pois é nelas que os bandidos profissionais perdem o seu emprego.

Lisboa, 16 de agosto de 2015

Título e Texto: José Manuel, assistindo ao desenrolar dos fatos, 23-8-2015

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