José Manuel
Se alguém espera uma dessas
situações acima, pode esquecer porque não vai acontecer.
Não cai porque não há força
nas ruas. Não sai porque aparelharam todo o sistema.
O momento absurdo que estamos vivendo, impensável em pleno
século XXI, nos trás a pergunta do porquê, depois de uma atuação hercúlea de um
Juiz, como o Dr. Moro e de seus colaboradores da Polícia Federal, mostrando ao
país quem são os bandidos (ex-ministro) e o que estão fazendo com a Nação,
mensalão, petrolão, eletrolão e os outros aos que
estão para chegar, o povo não reage a contento.
Cada manifestação que se passa não consegue
suplantar as manifestações de 2013, quando 98% da população se colocou a
favor das manifestações, e só num dia, 20 de junho, numa quinta-feira,
mais de um milhão de pessoas foram às ruas, por apenas 0,20 centavos.
É paradoxal, coisa mesmo de
estudo psicanalítico que por um simples aumento em transportes tenha
acontecido aquilo em 2013, mas a comprovação judicial de um esquema brutal de
desmonte de um país não consiga convencer um povo a tomar uma atitude correta com
o seu destino. O pessoal de Curitiba está longe de chegar ao cerne, ao coração
da bandidagem e nem mesmo a pretensa prisão do líder da quadrilha irá
conseguir que as pedras se movam no Alvorada.
A metástese já alcançou um nível tal que não há
como estancar o para-poder estabelecido, pois até na prisão eles continuam a
controlar os postos chave com os seus cúmplices lá instalados. A prova disso
foi a tramóia urdida na última semana em que ficou de uma vez configurado a que
ponto o país chegou.
No dia 21 de abril de 1993 o país perdeu a sua grande
oportunidade de ser moderno, ao rejeitar o parlamentarismo e manter
o presidencialismo. É muito difícil de se retirar um governante no
sistema presidencialista, mesmo com todas as provas que estão aí presentes,
com apenas manifestações de fim de semana. No parlamentarismo, o
responsável pelo que estamos passando, já tinha sido deposto há muito tempo.
Se o país parasse, por exemplo, por uma semana, com o povo
indo diariamente às ruas, aí talvez tivéssemos uma chance. Enquanto isso não
acontece, vemos espetáculos medíocres de hordas de vagabundos comprados com
mortadela, camisetas e ônibus de luxo às custas do tesouro nacional, do meu, do
seu bolso, afrontando todo um país que quer trabalhar em ordem. Em contrapartida, cortam
a parcela do décimo terceiro salário dos trabalhadores aposentados, numa
espécie de sacanagem para testar até onde podem continuar.
Aí reside um sério perigo, de que a omissão de milhões
pode gerar o fortalecimento e a ambição de poucos e desonestos, amparados por
um governo fraco e corrompido, o que pode levar a um cenário muito sério
de desestruturação social, com todas as resultantes sobejamente
conhecidas.
Portanto, as ruas e as praças nos esperam, pois é nelas
que os bandidos profissionais perdem o seu emprego.
Lisboa, 16 de agosto de 2015 |
Título e Texto: José
Manuel, assistindo ao desenrolar dos fatos, 23-8-2015
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