sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A juventude política hoje


Cesar Maia
       
1. As juventudes políticas sempre foram grandes massas de manobra para líderes políticos. Num esquema polar teríamos de um lado as juventudes comunistas e de outro as juventudes hitlerista e fascista. Mobilizavam milhares e milhares de jovens, em marchas treinadas e coreografadas, repetindo palavras de ordem.
      
2. As mobilizações das juventudes foram progressivamente esvaziadas a partir das grandes manifestações de 1968 que tinham foco na educação e nos costumes e, assim, não repetiam os automatismos dos anos 20 e 30, pois tinham foco e conteúdo. Nos últimos anos o esvaziamento foi quase generalizado.
      
3. As redes sociais trouxeram duas novidades. A primeira foi de as mobilizações serem horizontais, desideologizadas e desierarquizadas. E a segunda foi o perfil etário transversal, mesmo com maioria de jovens pelo fato que são os maiores usuários das redes.
      
4. No Congresso, realizado em julho, da IDC (Internacional Democrata de Centro) que tem o PPE (com perfil de centro/centro-direita e que controla o parlamento europeu há uns 20 anos), como coluna vertebral, o tema da juventude ganhou centralidade. Da mesma forma a reunião da ODCA (regional latino-americana da IDC), trouxe o tema da juventude como central.
      
5. Em agosto, a juventude internacional da UDI (União Democrática Internacional) de corte conservador/liberal, que tem como núcleo o Partido Conservador britânico e o Partido Republicano norte-americano, realizou seu Congresso renovando a executiva. O papel da juventude política hoje, foi tema que ganhou centralidade. Uma semana antes, a UPLA (regional latino-americana da UDI) reuniu os representantes de suas juventudes e outra vez ganhou destaque o papel das juventudes políticas hoje.

6. Nesses encontros recentes, da IDC/ODCA e UDI/UPLA, em julho e agosto deste ano, uma síntese dos debates permite concluir que a representação política internacional das juventudes de centro e centro-direita ajustou sua estratégia.
       
7. As mobilizações são sempre bem-vindas, mas neste momento o fundamental é que as juventudes partidárias nos países que integram estas internacionais (no Brasil o Democratas) priorizem a FORMAÇÃO DE QUADROS.
      
8. Que a força das juventudes deixe de ser mensurada por mobilizações, automatismos, coreografias e slogans. As juventudes partidárias de centro devem formar quadros com base no conhecimento estudado, ministrado e debatido. E, a partir de seus quadros, se ampliar através das redes sociais, multiplicando e debatendo ideias sem preocupação com filiações partidárias.
      
9. O fundamental passa a ser a filiação ideológica e política pela convergência de ideias e não pelas carteirinhas. E através de pesquisas e avaliação da circulação nas redes sociais se avaliar o quanto suas ideias políticas – conjunturais e permanentes – se tornam significativas e até hegemônicas nos diversos países. 
Título e Texto: Cesar Maia, 21-8-2015

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