Cesar Maia
1. As juventudes políticas sempre foram grandes massas de manobra
para líderes políticos. Num esquema polar teríamos de um lado as juventudes
comunistas e de outro as juventudes hitlerista e fascista. Mobilizavam milhares
e milhares de jovens, em marchas treinadas e coreografadas, repetindo palavras
de ordem.
2. As mobilizações das juventudes foram progressivamente esvaziadas
a partir das grandes manifestações de 1968 que tinham foco na educação e nos
costumes e, assim, não repetiam os automatismos dos anos 20 e 30, pois tinham
foco e conteúdo. Nos últimos anos o esvaziamento foi quase generalizado.
3. As redes sociais trouxeram duas novidades. A primeira foi de as
mobilizações serem horizontais, desideologizadas e desierarquizadas. E a segunda
foi o perfil etário transversal, mesmo com maioria de jovens pelo fato que são
os maiores usuários das redes.
4. No Congresso, realizado em julho, da IDC (Internacional
Democrata de Centro) que tem o PPE (com perfil de centro/centro-direita e que
controla o parlamento europeu há uns 20 anos), como coluna vertebral, o tema da
juventude ganhou centralidade. Da mesma forma a reunião da ODCA (regional
latino-americana da IDC), trouxe o tema da juventude como central.
5. Em agosto, a juventude internacional da UDI (União Democrática
Internacional) de corte conservador/liberal, que tem como núcleo o Partido
Conservador britânico e o Partido Republicano norte-americano, realizou seu
Congresso renovando a executiva. O papel da juventude política hoje, foi tema
que ganhou centralidade. Uma semana antes, a UPLA (regional latino-americana da
UDI) reuniu os representantes de suas juventudes e outra vez ganhou destaque o
papel das juventudes políticas hoje.
6. Nesses encontros recentes, da IDC/ODCA e UDI/UPLA, em julho e
agosto deste ano, uma síntese dos debates permite concluir que a representação
política internacional das juventudes de centro e centro-direita ajustou sua
estratégia.
7. As mobilizações são sempre bem-vindas, mas neste momento o
fundamental é que as juventudes partidárias nos países que integram estas
internacionais (no Brasil o Democratas) priorizem a FORMAÇÃO DE QUADROS.
8. Que a força das juventudes deixe de ser mensurada por
mobilizações, automatismos, coreografias e slogans. As juventudes partidárias
de centro devem formar quadros com base no conhecimento estudado, ministrado e
debatido. E, a partir de seus quadros, se ampliar através das redes sociais,
multiplicando e debatendo ideias sem preocupação com filiações partidárias.
9. O fundamental passa a ser a filiação ideológica e política pela
convergência de ideias e não pelas carteirinhas. E através de pesquisas e
avaliação da circulação nas redes sociais se avaliar o quanto suas ideias
políticas – conjunturais e permanentes – se tornam significativas e até
hegemônicas nos diversos países.
Título e Texto: Cesar Maia, 21-8-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-