O produto interno bruto (PIB)
português avançou 1,5%, confirmou esta segunda-feira o INE. Por trás dessa
variação está o contributo de 3,4 pontos da procura interna e um forte
contributo negativo da procura externa líquida. O reforço dos stocks foi
decisivo para o crescimento.
Nuno Aguiar
Entre Abril e Junho deste ano,
o PIB registou o mesmo ritmo de crescimento homólogo que o trimestre anterior
(1,5%), reflectindo uma aceleração significativa da procura interna que, de um
contributo positivo de 1,8 pontos percentuais, passou para 3,4 pontos. Apesar
da semelhança de ritmo de crescimento, o Instituto Nacional de Estatística
(INE) aponta que a sua composição foi diferente, "acentuando-se o
crescimento da procura interna". "Efectivamente, as três componentes
da procura interna apresentaram variações homólogas mais elevadas: o consumo
privado de 2,5% no primeiro trimestre para 3,3% no segundo trimestre, o consumo
público de -0,4% para +0,5% e o investimento de 1,7% para 7,0%",
acrescentam os técnicos do INE.
Contudo, o INE faz questão de
explicar que este bom resultado do investimento se deve a um reforço dos stocks
das empresas que, depois de terem dado um contributo negativo para o
crescimento económico no primeiro trimestre (-1,2 pontos), deram alguma uma
ajuda de 0,5 pontos. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que
reflecte de forma mais fiel as despesas efectivas de investimento - até
desacelerou no segundo trimestre, passando de 9,5% para 3,9%.
Já no que diz respeito à
procura externa líquida - exportações menos importações - observou-se um
agravamento do seu contributo negativo para o PIB, agora nos -1,9 pontos
percentuais (-0,3 pontos no trimestre anterior), "verificando-se uma
aceleração das importações de bens e serviços a um ritmo superior ao das
exportações de bens e serviços", refere INE. O resultado desta evolução
foi uma diminuição do excedente externo que, em termos nominais, passou de 1%
do PIB para 0,2%.
Estas são as conclusões que se
retiram de uma comparação homóloga dos indicadores. Uma análise em cadeia
revela que o PIB cresceu 0,4% face ao trimestre anterior, um valor semelhante
ao dos dois trimestres anteriores. Isto é, a economia não parece estar a
acelerar nem a arrefecer. Também neste caso, o contributo da procura interna
foi positivo, reflectindo principalmente o crescimento do consumo privado,
enquanto o contributo da procura externa líquida foi negativo.
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