segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Economia cresce 1,5%, impulsionada pelo consumo e investimento

O produto interno bruto (PIB) português avançou 1,5%, confirmou esta segunda-feira o INE. Por trás dessa variação está o contributo de 3,4 pontos da procura interna e um forte contributo negativo da procura externa líquida. O reforço dos stocks foi decisivo para o crescimento.
Nuno Aguiar

Entre Abril e Junho deste ano, o PIB registou o mesmo ritmo de crescimento homólogo que o trimestre anterior (1,5%), reflectindo uma aceleração significativa da procura interna que, de um contributo positivo de 1,8 pontos percentuais, passou para 3,4 pontos. Apesar da semelhança de ritmo de crescimento, o Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta que a sua composição foi diferente, "acentuando-se o crescimento da procura interna". "Efectivamente, as três componentes da procura interna apresentaram variações homólogas mais elevadas: o consumo privado de 2,5% no primeiro trimestre para 3,3% no segundo trimestre, o consumo público de -0,4% para +0,5% e o investimento de 1,7% para 7,0%", acrescentam os técnicos do INE.

Contudo, o INE faz questão de explicar que este bom resultado do investimento se deve a um reforço dos stocks das empresas que, depois de terem dado um contributo negativo para o crescimento económico no primeiro trimestre (-1,2 pontos), deram alguma uma ajuda de 0,5 pontos. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que reflecte de forma mais fiel as despesas efectivas de investimento - até desacelerou no segundo trimestre, passando de 9,5% para 3,9%.

Já no que diz respeito à procura externa líquida - exportações menos importações - observou-se um agravamento do seu contributo negativo para o PIB, agora nos -1,9 pontos percentuais (-0,3 pontos no trimestre anterior), "verificando-se uma aceleração das importações de bens e serviços a um ritmo superior ao das exportações de bens e serviços", refere INE. O resultado desta evolução foi uma diminuição do excedente externo que, em termos nominais, passou de 1% do PIB para 0,2%.

Estas são as conclusões que se retiram de uma comparação homóloga dos indicadores. Uma análise em cadeia revela que o PIB cresceu 0,4% face ao trimestre anterior, um valor semelhante ao dos dois trimestres anteriores. Isto é, a economia não parece estar a acelerar nem a arrefecer. Também neste caso, o contributo da procura interna foi positivo, reflectindo principalmente o crescimento do consumo privado, enquanto o contributo da procura externa líquida foi negativo. 
Título, Imagem e Texto: Nuno Aguiar, Jornal de Negócios, 31-8-2015

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