Rui A.
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Foto: Alberto Frias |
António Costa assumiu, perante o país, um conjunto
de compromissos para um futuro governo do PS liderado por si. Vejamo-los um por
um e aquilo que eles poderão significar:
1º «Promover o emprego»: há duas formas de um governo olhar para a criação de emprego:
uma é acreditar que são as empresas e a sociedade civil que o criam. Neste
caso, ao governo competirá não obstaculizar a vida das empresas e da iniciativa
privada, para que elas possam cumprir a sua missão natural. A outra consiste em
defender que são o governo e o estado os verdadeiros dinamizadores da economia,
através do investimento público. Da última vez que o PS e António Costa
estiveram no governo foi esta última orientação que foi seguida. O
«compromisso» de então era criar 150.000 postos de trabalho. Os resultados
ainda estão à vista de todos;
2º «Combater a precariedade»: só pode ter um significado, que é o de que um futuro
governo PS criará legislação que endurecerá mais ainda as relações de trabalho.
As consequências disto serão exactamente as contrárias das que se enunciam no
objectivo anterior: com leis de trabalho mais rígidas, as empresas reduzirão a
contratação de novos trabalhadores e o desemprego aumentará;
3º «Aumentar o rendimento disponível das pessoas»: como? Só há uma maneira de o fazer:
diminuindo os impostos. Importa-se o PS de explicar quais os impostos sobre o
rendimento das pessoas singulares que está disposto a baixar e para que
montantes por escalão? Esta seria uma medida muito interessante, se exequível.
Obviamente, se o PS explicar claramente como, quando e onde o irá fazer;
4º «Dar prioridade às pessoas»: o PS pressupõe que o PSD e o CDS dão prioridade aos
animais? Ou aos objectos inanimados? Talvez não fosse pior explicar direitinho
o que significa este sound bite;
5º «Resolver os bloqueios de financiamento às empresas»: um futuro governo PS pretende
substituir-se à actividade bancária? Vai instrumentalizar o crédito, obrigando
os bancos a concedê-lo em montantes altos e a taxas artificialmente baixas? Ou
será que voltaremos ao escudo e a fabricar notas? Muito francamente, por mais
que se olhe para este «compromisso» do PS, ele fará sempre recordar os
compromissos do Syriza de Varoufaquis;
6º «Promover um Estado forte, inteligente e moderno»: em vez de reformar o estado e de o
retirar de onde ele não deve estar, o PS pretende torná-lo mais «eficiente». Um
velho sonho de todos os governos dos últimos cinquenta anos, com os resultados
que estamos agora a pagar. E sim, fujam: vem aí um novo Simplex, mais serviços
e funcionalismo público. Ou seja, um incontável aumento de despesa pública,
para que tudo fique na mesma ou pior ainda do que já está.
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