Jonathas Filho
Nesse tempo, no qual duramente
aguardamos sermos reconduzidos aos nossos legítimos direitos, só temos visto e
sentido a cruel má temática dos noves fora.
Ficamos em “estado de coma
econômico-financeiro induzido” e deduzidos dos nossos haveres, é claro.
Nove anos em coma, sem o poder
aquisitivo de comer como deveríamos comer, de nos tratar com remédios como
deveríamos e de termos uma qualidade de vida por direito. E a inflação nos
dando de nove a zero. Noves fora... nada!
Durante esse período e, até
então, parece nos circundar como ciranda, uma disfunção econômica comandada
digamos... pelos “intestinos da crise”. Cruzes! Não, não são cruzes que
sinalizam as operações de soma, o conhecido sinal de mais. São sim, milhares de
cruzes que são um sinal de menos com o significado triste da perda irreparável
daqueles que se foram sem ver a cor do $$$ que pagaram por décadas para Fundo
de Pensão AERUS. Pode-se se dizer que nesse tempo, de um modo geral, tudo o que
temos visto e assistido neste Sanatório Geral, muito se parece com o coletivo
de cágados. Uma verdadeira cagada. Um verdadeiro desastre.
Voltando à ciência exata, má
tematicamente, esse problema de “acerto de contas” atingiu as nossas
complementações do AERUS que foram reduzidas com aplicação do MDC – Máximo
Divisor Comum, que nessa estranha operação de subtração dos “noves fora” deu um
resultado que nos deixou com uma parcela chamada de “quase nada”.
“Pero, nósotros, no fuimos consultados en los “nueves fuera” y nos
quedamos con solamiente 8%”, disse-me um colega espanhol com seu sotaque “plano um” característico.
Nada multiplicou nossos
rendimentos, nem mesmo o MMC – Mínimo Múltiplo Comum e, continuamos enxugando
nossas lágrimas até que o Dr. Daniel Paes, Desembargador Federal, por Justiça,
entendeu que deveríamos receber a Antecipação de Tutela. Um outro colega, numa
brincadeirinha de imitação fanhosa e jocosa, caçoava dizendo que foi antecipação de nutela, mas que nos tiraram o doce antes mesmo de o levarmos à
boca.
A resenha disso tudo segue
conforme a nossa Via Dolorosa:
- Antecipação de Tutela,
decisão prolatada pela Desembargadora Federal Neusa Alves, embargada... noves
fora, nada!
- Antecipação de Tutela,
decisão prolatada pelo Juiz Jamil Rosa de Jesus, embargada... noves fora, nada!
- Antecipação de tutela,
decisão prolatada pelo Desembargador Federal Daniel Paes, transformada em
Projeto de Lei em 2014 para ser votada no Congresso Nacional, só pagou de
Setembro/2014 até Janeiro/2015. Em 2015, novamente transformada em PL 2, até
hoje fora da pauta... noves fora...
nada!
- A Defasagem Tarifária,
apesar de vencida pela Varig por 5 votos a 2 em 12 de Março de 2014 no STF, de
cujo montante tem grande parte garantida ao Aerus, ainda não transitou em julgado e já completou mais
de nove anos de atraso e com isso, noves fora, nada.
- Absurdamente, a Terceira Fonte
que deveria durar 30 anos secou também depois de nove anos e continua os
noves
fora. Nada!!!
Nesse afã de ver nossas vidas
resolvidas enquanto vivos, só temos visto o rosto desfigurado da tristeza e com
o olhar perdido, sentimos que a cada tentativa de recondução ao nosso direito
legítimo, só sentimos a dor das perdas que retiraram de nós os tão
importantes Nove anos de nossas vidas e que em abril próximo completarão Dez.
Será que então, passado esse
tempo todo, vamos ter de cantar a canção que a saudosa Emilinha Borba entoava
triste nos programas de rádio?
“Assim se passaram dez
anos
Sem eu ver teu rosto
Sem olhar teus olhos...”
Sem eu ver teu rosto
Sem olhar teus olhos...”
Vamos cantar sim, mas na Corte Interamericana de Direitos
Humanos. Tenho a certeza que lá não será aceita essa absurda má temática e que
os noves
fora não deveriam ter feito parte dos cálculos dessa nossa estranha
vida brasileira.
Título e Texto: Jonathas
Filho, 19-8-2015
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