Giulio Meotti
"A crise migratória é o
'11 de setembro' da União Europeia... Naquele dia, em 2001, tudo mudou nos
Estados Unidos. Em um minuto apenas, os EUA se deram conta de sua
vulnerabilidade. Os migrantes causam o mesmo efeito na Europa... A crise
migratória solapa profundamente os ideais da democracia, tolerância, bem como
os princípios liberais que compõem o cenário ideológico." — Ivan Kratsev,
presidente do Centro de Estratégias Liberais de Sófia e membro do Instituto de
Ciências Humanas de Viena, no Le Figaro.
O público europeu olha com
desprezo as instituições da União Europeia. Ele a lê à luz do multiculturalismo
e da imigração, ele não é apenas indiferente aos seus próprios problemas, mas
somam a estes os que já existem.
"Somos uma comunidade
cultural, o que não significa que somos melhores ou piores, somos simplesmente
diferentes do mundo exterior... nossa mente aberta e tolerância não podem
significar deixar de proteger a nossa herança", Donald Tusk, presidente da
Comissão Europeia.
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Milhares de migrantes chegando a pé em uma estação de trens em Tovarnik, Croácia em 17 de setembro de 2015. Foto: Jeff J Mitchell/Getty Images |
Poucas semanas depois que a
Alemanha abriu as fronteiras para a entrada de mais de um milhão de refugiados
do Oriente Médio, África e Ásia, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán,
alertou que a crise migratória poderia "desestabilizar as democracias". Ele foi tachado
de demagogo e xenófobo. Dois anos mais tarde, a previsão de Orbán se
confirmou. Conforme explica o Website Politico: "a maioria dos líderes da UE ecoam as
palavras do primeiro-ministro húngaro" e agora ele já pode afirmar:
"nossa posição está lentamente se tornando a posição majoritária".
Parece que muitos na Europa já
entenderam o que Ivan Krastev, presidente do Centro de Estratégias Liberais de
Sófia e membro do Instituto de Ciências Humanas de Viena, explicou recentemente
ao Le Figaro:
"A crise migratória é o
'11 de setembro' da União Europeia... Naquele dia, em 2001, tudo mudou nos
Estados Unidos. Em um minuto apenas, os EUA se deram conta de sua
vulnerabilidade. Os migrantes causam o mesmo efeito na Europa. Não é o tamanho
do contingente que desestabiliza o velho mundo... A crise migratória solapa
profundamente os ideais da democracia, tolerância e progresso, bem como os
princípios liberais que compõem o cenário ideológico. É um divisor de águas na
dinâmica política do projeto europeu".
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