Conta a lenda que foi um monge
da Igreja de Santo António, Francisco Espinheira, que experimentou deixar
ginjas a macerar em aguardente, acrescentando açúcar, água e canela. E foi no
muito castiço balcão da Ginjinha do Largo de São Domingos, ainda hoje no mesmo
canto do Rossio, fundada em 1840 por um galego empreendedor, que se começou a
servir aquela que se viria a tornar a mais típica bebida lisboeta.
Hoje, o negócio desta bebida,
prima do kirsh e do marrasquino, vai na quinta geração, selecionando as melhores
ginjas (prunus ceresus) e garantindo
os quatro meses de repouso para uma produção de 150.000 litros anuais, muitos
deles exportados.
Bebida doce e saborosa,
serve-se tradicionalmente “com elas” ou “sem elas”, segundo o freguês goste ou
não de trincar a fruta curtida no fundo do copo. Uma delícia que confirma os
versos escritos há mais de um século no balcão da Espinheira:
“É mais fácil com uma mão dez
estrelas agarrar, fazer o sol esfriar, reduzir o mundo a grude, mas ginja com
tal virtude é difícil de encontrar.”
Ginja ou cereja ácida (Prunus cerasus), também conhecida como amarena, é uma espécie do género Prunus, pertencendo ao subgénero Cerasus (cereja), nativo de grande parte
da Europa e do sudoeste asiático. É um parente próximo da cereja Prunus avium, também conhecida como
cereja-doce, mas o seu fruto é mais ácido, sendo útil principalmente para fins
culinários.
A árvore é menor que a da
cereja-doce, alcançando entre 4 a 10 metros de altura. A cor do fruto varia
entre o vermelho e o preto, desenvolvendo-se em ramos mais curtos.
Ginjinha, ou simplesmente ginja, é um licor obtido a partir da
maceração da fruta da ginja (nome científico Prunus cerasus), similar à cereja, muito popular em Portugal,
especialmente em Lisboa, em Óbidos, em Alcobaça, e no Algarve.
É costume servi-la com uma
fruta curtida no fundo do copo, popularmente dito "com elas", ou,
quando pura, "sem elas".
Estabelecimentos
especializados em Lisboa:
· Ginjinha Espinheira, fundada em
1840 pelo galego Francisco Espinheira — Largo de São Domingos.
·
Ginginha Sem Rival, fundada no
século XIX — Rua das Portas de Santo Antão.
·
Ginjinha Rubi, fundada em 1931
— Rua de Barros Queirós.
·
Ginginha do Carmo, fundada no
século XXI — Calçada do Carmo.
Fontes:
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