segunda-feira, 2 de abril de 2018

[Pernoitar, visitar, comer e beber fora] Ginjinha

Conta a lenda que foi um monge da Igreja de Santo António, Francisco Espinheira, que experimentou deixar ginjas a macerar em aguardente, acrescentando açúcar, água e canela. E foi no muito castiço balcão da Ginjinha do Largo de São Domingos, ainda hoje no mesmo canto do Rossio, fundada em 1840 por um galego empreendedor, que se começou a servir aquela que se viria a tornar a mais típica bebida lisboeta.


Hoje, o negócio desta bebida, prima do kirsh e do marrasquino, vai na quinta geração, selecionando as melhores ginjas (prunus ceresus) e garantindo os quatro meses de repouso para uma produção de 150.000 litros anuais, muitos deles exportados.

Bebida doce e saborosa, serve-se tradicionalmente “com elas” ou “sem elas”, segundo o freguês goste ou não de trincar a fruta curtida no fundo do copo. Uma delícia que confirma os versos escritos há mais de um século no balcão da Espinheira:
“É mais fácil com uma mão dez estrelas agarrar, fazer o sol esfriar, reduzir o mundo a grude, mas ginja com tal virtude é difícil de encontrar.”


Ginja ou cereja ácida (Prunus cerasus), também conhecida como amarena, é uma espécie do género Prunus, pertencendo ao subgénero Cerasus (cereja), nativo de grande parte da Europa e do sudoeste asiático. É um parente próximo da cereja Prunus avium, também conhecida como cereja-doce, mas o seu fruto é mais ácido, sendo útil principalmente para fins culinários.

A árvore é menor que a da cereja-doce, alcançando entre 4 a 10 metros de altura. A cor do fruto varia entre o vermelho e o preto, desenvolvendo-se em ramos mais curtos.

Ginjinha, ou simplesmente ginja, é um licor obtido a partir da maceração da fruta da ginja (nome científico Prunus cerasus), similar à cereja, muito popular em Portugal, especialmente em Lisboa, em Óbidos, em Alcobaça, e no Algarve.


É costume servi-la com uma fruta curtida no fundo do copo, popularmente dito "com elas", ou, quando pura, "sem elas".

Foto: Gisela Cabral

Estabelecimentos especializados em Lisboa:

·    Ginjinha Espinheira, fundada em 1840 pelo galego Francisco Espinheira — Largo de São Domingos.
·        Ginginha Sem Rival, fundada no século XIX — Rua das Portas de Santo Antão.
·        Ginjinha Rubi, fundada em 1931 — Rua de Barros Queirós.
·        Ginginha do Carmo, fundada no século XXI — Calçada do Carmo.

Fontes:

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