Cristina Miranda
Ser jornalista hoje, salvo
algumas excepções, não é relatar fatos com isenção e seriedade. É aldrabar,
manipular, distorcer, contornar, fabricar “verdades” alternativas. Só não vê
quem “usa palas”. Qualquer cidadão atento tropeça diariamente neste lixo
jornalístico que promove agendas políticas ligadas ao sistema, mas diz-se
independente. Tropecei esta semana em vários textos execráveis de tão
falaciosos que são. Sobre o quê? Racismo, pois está claro, o tema favorito dos
partidos que promovem o vitimismo como meio de subsistência.
O primeiro tropeção foi com
Fernanda Câncio essa pérola jornalística que se contorce mais que as minhocas
sempre que quer fazer valer um ponto de vista mesmo que sem pontas por onde se
pegue. No seu texto “45 Anos de negação” conta a história do “pobre
e indefeso” Helder Amaral [foto] deputado do CDS que em entrevista lhe revelou
ter sido alvo de “racismo” e das implicações que isso teve na sua vida. Sem
colocar em causa o depoimento de Helder Amaral, esse mesmo testemunho,
poderia ser de qualquer outro cidadão de outra cor qualquer, de outra religião
qualquer, com deficiência física, com óculos graduados, pobre, com obesidade ou
magreza. Qualquer um. Mas, claro está, o que importava à jornalista
era fazer passar a mensagem de que em Portugal temos “muito racismo”. Porém, e
para quem não sabe, esta mesma jornalista tinha entrevistado Camilo Lourenço sobre o mesmo
tema. Mas este, ao contrário de Helder Amaral, não se vitimizou pela cor.
Referiu apenas que os ataques que sofreu não foram por racismo, mas por
estupidez humana e que essa estupidez existe em todo o lugar.
Deve ter sido por isso que
Câncio não o quis mencionar neste seu texto. Pois claro, estragava a narrativa
vitimista que se pretende e assim não dá para crucificar os portugueses.
Pois é, mas o facto é que: Helder Amaral é deputado; António Costa é
primeiro ministro; Van Dunem é ministra da Justiça; Quaresma joga na primeira
liga; PS tem uma deputada cigana; Patrícia Mamona é atleta medalhada no atletismo;
Anselmo Ralph vende milhões de discos; Mamadou Ba é assessor no Parlamento!!!!
E tantos tantos outros!!! Se houvesse racismo em Portugal, jamais
teriam chegado tão longe.
O segundo tropeção foi no
texto do Daniel Oliveira no Expresso, outro obcecado em mostrar racismo em
Portugal à força toda. Diz ele no seu texto ”A Bosta do racismo” : (…)Mamadou Ba permitiu
que este país, que o Estado Novo ensinou que era excepcionalmente tolerante,
exibisse finalmente o seu racismo sem filtro. Ou seja, entende esta criatura
que as reações ao comentário de Mamadou onde incita ao ódio e rotula os
policiais de “bosta da bófia” mostram “racismo” e são despropositadas
porque coitadinho até nem quis insultar, “nós” é que empolamos as coisas.
Esqueceu-se claro, de dizer que enquanto alguns reagiam às declarações deste
assessor do Parlamento de forma efusiva (em resposta às palavras execráveis do
Mamadou), do outro lado da barricada, jurava-se morte aos portugueses e
dizia-se textualmente ”Tugas, vocês são uns merdas, não valem nada. Vocês são um lixo de pessoas. Estamos aqui para vos tirar tudo, o vosso trabalho, o vosso dinheiro, as vossas mulheres” e multiplicavam-se
comentários nas redes deste gênero contra os portugueses. Também se ignora
que Mamadou em suas palestras fez exatamente o mesmo com nosso legado histórico
e cultural e exigiu o fim da GNR e PSP. Daniel só mostra o que lhe convém
porque também ele trabalha para o sistema.
Depois veio o terceiro
tropeção. No texto de quem? Só podia ser do tio Anacleto Louçã que no Expresso
(este jornal coleciona-os a todos!) entrou a correr salvar Mamadou no
texto “A política suja contra Mamadou” onde passa uma
esfregona nos fatos para tornar este senhor numa vítima. De quê? Ora de racismo,
claro. Está na moda e traz votos às extremas esquerdas marxistas
mentirosas.
Porém, na África do Sul, os
brancos não têm sequer acesso a cuidados hospitalares, nem podem possuir bens,
são desprovidos de quaisquer direitos humanos. Isto sim, É RACISMO e praticado
por NEGROS. Mas Câncio não vê interesse em falar sobre isto. Nem Daniel
Oliveira, nem Louçã, nem o Expresso porque é racismo sobre brancos.
Fica assim claro que, sobre
este tema, só falam meias verdades. E meia verdade não é uma verdade. E o
jornal Expresso promove este “jornalismo independente” de forma consciente.
Ainda esta semana publicou um
artigo intitulado “Mulher negra alvo de violência no metro na Suécia” onde
não teve qualquer problema em fazer destaque da cor e da violência. Mas
esqueceu-se de destacar que se tratava de alguém que se recusava a pagar e a
sair da carruagem obrigando ao uso da força. Mas já noutro artigo Carregado
omitiu a cor e teve o cuidado de referir que no furto à loja não houve
agressões nem ameaças aos funcionários.
Portanto, fizeram
passar a mensagem de uma atuação agressiva das autoridades sobre uma negra, no
primeiro artigo e um assalto de trinta pessoas, sem cor, “muito pacíficas”, no
segundo. Este jornal deve pensar que comemos gelados com a testa.
Enquanto isso, eu que sou
branca e portuguesa desde que nasci, trabalhei ao volante de um
empilhador numa fábrica de blocos, nas limpezas, em lares de
idosos, passei a ferro para fora, guardei crianças e que para
ter o que tenho tive de fazer muito calo desde os 17 anos (que ainda se vê nas
minhas mãos), até hoje, nunca tive a “sorte” de ter um lugar
altamente destacável, altamente remunerável sem mexer muitos músculos, como
essas “vítimas de racismo” – Mamadou Ba e Helder Amaral – em
Portugal. Deve ter sido pela cor da minha pele.
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias,
3-2-2019
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