quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

"Juntar este clube e esta música resulta na combinação perfeita"

Saul Davies, guitarrista dos James, é um dos responsáveis pela campanha "Many Faces"

Muitas caras, mas apenas uma raça. A humana. Partilhar esta mensagem com o mundo é a ambição conjunta do FC Porto e dos James. A campanha “Many Faces” já arrancou e terá um dos pontos mais importantes esta sexta-feira, quando vários músicos convidados atuarem no relvado do Dragão, antes do jogo frente ao SC Braga, na apresentação pública da ideia.


Uma ideia que, de resto, começou por crescer em Saul Davies, guitarrista da banda de Manchester, formada em 1982 e com várias músicas que se tornaram sucessos. Em Portugal, por exemplo, não é difícil encontrar fãs dos James. “Many Faces” pertence ao álbum de 2018 “Living in Extraordinary Times” mas o objetivo da banda e, também agora, do FC Porto é que exista muito para lá do álbum, como marca de uma campanha pela igualdade.

“Acreditamos que é uma mensagem poderosa e atual”, diz Saul Davies, que explica, depois o início de tudo. “A ideia veio da minha namorada, Vanda Guerreiro [foto abaixo], que estava em digressão connosco na América e viu a reação do público a esta canção. Em viagem para o Porto, para um concerto no Parque da Pasteleira, em setembro, ela disse-me: ‘estás sempre a falar de futebol, por que não juntas o futebol e esta música?’ A verdade é que, depois, nesse concerto, o nosso palco foi autenticamente invadido por muitos portistas precisamente na altura em que cantávamos esta canção. Falei então com o meu amigo Alberto Almeida [foto abaixo] que trouxe a ideia ao clube e tudo começou a desenrolar-se. Foi o clube perfeito para tornar esta ideia em realidade”, acredita.


Para Saul Davies, que tem uma ligação forte a Portugal e ao FC Porto “é um enorme privilégio” trabalhar ao lado do clube que também é seu: “Acredito que juntar este clube e esta música resulta numa combinação perfeita.”

A campanha “Many Faces”, recorde-se, insere-se na política do FC Porto de promoção da inclusão, respeito e igualdade e está alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável e, também, com os objetivos de sustentabilidade delineados em 2015 pela Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas (UNWTO), organização da qual o Museu FC Porto é membro afiliado, partilhando a responsabilidade de promoção da igualdade na receção de todos os públicos.

“Sei que a música não vai mudar o mundo, mas pelo menos temos de tentar”

A apresentação da campanha decorreu esta quarta-feira o que equivale a dizer que a mensagem já começou a espalhar-se, quer nas redes sociais, quer na comunicação social. O objetivo é, naturalmente, chegar ao máximo de pessoas possível, salientando que não há espaço para utopias. Apenas boas intenções.

“Sabemos que esta campanha não vai mudar o mundo, mas fará parte da conversa das pessoas para tentar que as coisas mudem. É nisso que acredito. Espero que no Estádio todos se envolvam sem qualquer constrangimento e possam cantar connosco”, desejou Saul Davies.

O músico lembra que vivemos um tempo em que questões como a discriminação ocupam espaço a mais do que seria desejável. “No passado havia muitos casos documentados na Europa e no futebol. Pensávamos que tinha desaparecido, mas parece estar a regressar e por isso é uma questão atual. Sei que a música não vai mudar o mundo, mas pelo menos temos de tentar”, insiste.

Saul Davies encerra agradecendo ao FC Porto ter transformado o que começou por ser uma ideia numa campanha de larga escala.

“Não esperava chegar tão longe em tão pouco tempo. A postura do clube e das pessoas que aqui trabalham foi incrível, cinco estrelas. A ideia é simples, a execução é mais complicada, mas este clube tem uma reputação internacional e por isso gosto de pensar que o nome FC Porto pode ajudar a abrir a algumas portas”, finalizou.
Título e Texto: FC Porto, 16-1-2020, 16h14

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