Que espécie de estado de
direito temos no país? Quando se fala na preservação de nossas instituições,
essas instituições fundamentais estão a serviço de quem? A pena precisa, clara
e extremamente lúcida de J. R. Guzzo discute o tipo de democracia que o
Brasil construiu. Não é um tema fácil. Mas a Revista Oeste propõe-se a
debater com você assuntos complexos, análises que não estão no radar dos
tradicionais produtores de conteúdo. Vale a reflexão, caso queiramos de verdade
um país menos disfuncional no futuro.
A reportagem de capa desta
Edição 3 da Revista Oeste dedica-se ao debate acerca da
hidroxicloroquina. A editora Paula Leal relata como o Brasil perdeu mais de
duas semanas discutindo questões ideológicas impropriamente associadas ao
medicamento. Qual foi o resultado dessa perda de tempo? Há os que aproveitam a
crise para faturar politicamente. Há os “formadores de opinião” que não têm
comprometimento com o resultado daquilo que propõem. Há a chamada grande mídia
— esta, invariavelmente, opõe-se a alternativas não oriundas do establishment.
Nosso papel, aqui, é remover a fumaça desse incêndio ideológico e tornar fatos
e dados mais claros para sua interpretação. Se há um remédio, tratemos das
questões científicas e da pertinência ou não de utilizá-lo num momento de
emergência, apesar de existirem testes científicos ainda em curso.
Evidentemente, saúde é tema
prioritário. Mas, nas democracias liberais, convém atentar para questões hoje
aparentemente periféricas que poderão em breve tornar-se riscos sérios à
liberdade e à soberania.
No Ocidente, já se observam
flertes com o regime policialesco da ditadura chinesa. Há quem considere o
controle extremo como uma opção adaptável às democracias — esse é o alerta de Selma
Santa Cruz. As investidas chinesas têm avançado além dos limites razoáveis
e Alexandre Borges conta como o Partido Comunista tornou a Organização Mundial
da Saúde uma entidade a seu serviço.
O vírus do autoritarismo
dissemina-se velozmente. No Brasil, tiranetes demonstram apetite pelo poder absoluto
e contam com o silêncio de ativistas de direitos humanos, feministas e ONGs,
como demonstra o colunista Guilherme Fiuza.
Em tempos de polarização cega,
Augusto Nunes lembra que o Brasil já dispôs de hábeis articuladores capazes de
articular tréguas estratégicas em situações de alta tensão. E trégua é o que
propõe a articulista Ana Paula Henkel, num texto preciso e emocionante. Ana
Paula trata também de patriotismo, um valor que, no Brasil, a sociedade passou
a tratar como uma excentricidade, como nos lembra Bruno Garschagen.
Como o planejamento do futuro
se impõe, o economista e professor Ubiratan Jorge Iorio avisa que haverá caos
inflacionário caso encontre ressonância a ideia de imprimir dinheiro, expressa
por Henrique Meirelles. No momento, “chamar o Meirelles” é desatino.
A Edição 3 da Revista Oeste
também registra a estreia do economista americano Jeffrey Tucker como
colunista na imprensa brasileira. Entusiasta defensor da Escola Austríaca,
Tucker é um arguto observador da cena contemporânea. A partir de uma
experiência prosaica, ele nos mostra como a pandemia tornou-se um molde por
meio do qual um contingente expressivo de bem-nascidos tenta encaixar sua visão
de mundo ideal, seus ressentimentos, seus desejos.
Boa leitura!
Os Editores
Título e Texto: Revista Oeste
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