Rodrigo Constantino
O presidente Lula escreveu:
"Vamos colocar o rico no imposto de renda e o pobre no orçamento. É isso
que fizemos ontem, ao sancionar a lei de valorização do salário-mínimo e propor
a Medida Provisória para taxar os super-ricos. Proporcionalmente, o mais pobre
paga mais no imposto de renda que o dono do banco. Vamos mudar isso".
Gregorio Duvivier comemorou:
"Pra isso que eu fiz o L". "Muitas vezes eu vejo na imprensa
isso ser tratado como ação Robin Hood, revanche, e não é nada disso. O que
estamos levando à consideração do Congresso, com muita consideração e respeito,
é aproximar nosso sistema tributário do que tem de mais avançado no
mundo", afirmou o ministro Fernando Haddad.
O governo também defende o PL
que trata da tributação anual de rendimentos de capital de residentes no Brasil
aplicados no exterior, o que inclui offshores e as chamadas trusts.
As alíquotas são progressivas e variam de 0% a 22,5%. O texto é similar ao que
estava na MP que ampliou a isenção na tabela do IR, mas agora foi transformado
em projeto de lei, em razão de resistência no Congresso.
Tudo isso é música para a esquerda populista. O socialismo é a idealização da inveja. Com base na premissa claramente falsa de que economia é um jogo de soma zero, onde João é rico porque tirou algo de José, o governo surge em cena como um instrumento da "justiça social", para combater as "desigualdades". Não importa que o empreendedor que fica rico tenha criado riqueza e empregos...
Se "valorizar o salário-mínimo"
fosse uma política desejável, então alguém precisa explicar porque não colocar
logo em R$ 5 mil o piso salarial. Todos entendem que isso traria desemprego e
informalidade, pois o patrão não paga o salário que quer para explorar
funcionários, e sim aquele de mercado, pela lei da oferta e demanda, dependente
da produtividade do trabalho. Há quem aceite trabalhar por menos do que o
mínimo, por ser menos experiente e/ou mais jovem, e este ficará sem emprego. O
inferno está cheio de boas intenções...
Quanto aos
"super-ricos", fica claro que isso é demagogia pura. O que chamam de
ricos num país como o Brasil é a classe média americana. E ao taxar fundos de
investimentos, isso cria desincentivo para o acúmulo de capital, que é
fundamental para o crescimento sustentável da economia. Ao taxar offshores
e trusts, isso afugenta cidadãos com poupança, que podem dar saída
fiscal e se tornar cidadãos em outros países.
Em suma, as medidas atendem ao
discurso sensacionalista da esquerda, mas não entregam resultados positivos. E,
no fundo, o governo petista só pensa em arrecadar mais e mais, pois não entra
sequer na equação dessa turma a possibilidade de reduzir gastos de um estado
hipertrofiado e ineficiente. É preciso taxar mais e mais! E vai ter humorista
bobinho - e rico - comemorando, pois a mistura da ignorância com a inveja é
algo explosivo...
Título e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 29-8-2023, 11h02
Relacionados:Lula quer inflar a importância econômica do Brasil no Brics, mas não faz contas direito
[Livros & Leituras] A 25ª hora
PROIBIDO o porte de camiseta do Brasil em... Brasília! Exatamente, lá mesmo!
Edição falsa do jornal do 'Meia Hora' circula pelas ruas do Rio e engana leitores
BRICS : un sommet sur la multipolarité et la dédollarisation
O verdadeiro perigo
Alemanha: Banir a dissidência para salvar a democracia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-