No último sábado, a estrutura da ponte
ferroviária cedeu com o peso de um caminhão que estava sendo utilizado para
transportar o ferro extraído ilegalmente de sua estrutura, que já praticamente
não existe mais
Quintino Gomes Freire
Uma ponte de ferro fundido, em
Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, que fazia parte de uma linha ferroviária
desativada, foi alvo de furto de criminosos. Mas eles não roubaram pedacinhos
não; estacionaram um imenso caminhão na ponte e começaram a retirá-la
praticamente inteira, como um quebra cabeça, pedaço por pedaço. O fato ocorreu
no último sábado (12/8) no Bairro Imperial e causou alarde devido à importância
histórica que se atribui à estrutura, além da grande operação de furto de
metais ter feito a estrutura desabar, impedindo a comunidade de pescadores
locais de trabalhar. A região sofre com a forte influência da milícia.
A denúncia veio à tona no SBT Rio. De acordo com relatos dos moradores da localidade, a ponte metálica, datada do Século XIX que ligava Santa Cruz a Itaguaí e passava sobre o Rio Guandu, não só sofreu com a remoção de partes de sua enorme estrutura de ferros cruzados, mas também com furtos das válvulas de contenção que ali existiam.
O ponto alto da destruição
gradativa da ponte veio após o desabamento da estrutura por conta do peso de um
caminhão, que estava sendo utilizado clandestinamente para transportar o ferro
roubado. O incidente levantou ainda mais preocupações, por parte dos
frequentadores da redondeza, em relação à atuação dos grupos paramilitares, que
já tinham furtado outros objetos históricos de valor na área, que sediou a
antiga Fazenda Imperial de Santa Cruz e tem grande importância histórica para o
estado. Mesmo depois da queda da ponte, os bandidos continuavam a levar as
peças de ferro.
A denúncia da emissora também
destacou que a queda da ponte está causando sérios transtornos para os
pescadores da região, uma vez que os barcos enfrentam dificuldades de navegação
no trecho afetado, comprometendo o sustento desses trabalhadores, há cinco
dias.
A situação e os vídeos
detalhando o ocorrido chegou até a Central Logística, um órgão
vinculado à Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana,
que enviou uma equipe ao local e constatou a ação criminosa. O Grupamento
de Policiamento Ferroviário (GPFER) foi acionado para a resolução do
caso.
Pedaço por pedaço, os metais
foram furtados, e no momento apenas uma pequena parte da estrutura subsiste no
local. A cidade tem enfrentado graves problemas causados pela
instrumentalização de pessoas em situação de vulnerabilidade pelas centenas de
ferros velhos ilegais que lucram com a destruição do patrimônio público e
privado, de forma praticamente impune, em todos os bairros. Recentemente, um
prédio em Botafogo quase explodiu ao ter sua tubulação de gás em funcionamento
roubada por cracudos.
O DIÁRIO DO RIO noticia
frequentemente operações que coíbem as ações clandestinas de ferros-velhos,
espalhados por toda cidade, que recebem parte desses materiais furtados, muitas
vezes importantes para o funcionamento dos serviços básicos. E nenhuma região
escapa da atuação dos criminosos, como por exemplo, bairros como Tijuca, Penha, Praça da Bandeira, Flamengo e Centro.
Título e Texto: Quintino Gomes Freire, Diário do Rio, 17-8-2023
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