Reviravolta frente ao Sporting criou a ilusão de que tudo era risonho, até porque ainda não havia reforços. Não era. Há muito a fazer
Hugo do Carmo
O Benfica venceu o clássico da Luz com clara superioridade, com Bruno Lage num ápice a fazer os adeptos benfiquistas esquecerem-se da derrota e, principalmente, da exibição com o Bayern. A estratégia do treinador dos encarnados em Munique foi de risco, com a equipa a adotar um posicionamento muito defensivo, que, contudo, não evitou a derrota, a segunda (consecutiva) na Liga dos Campeões. Todavia, jogadores como Florentino, Di María ou Pavlidis foram poupados na Alemanha e depois acabaram por fazer a diferença frente ao FC Porto.
Uma diferença das águias para os dragões que não se via há muito. Mais: o Benfica não marcava quatro golos ao FC Porto para o campeonato há 60 anos! Só por aqui se vê que o clássico do último domingo foi atípico, o que de imediato teve consequências, com os azuis e brancos a terem muitas dificuldades em aceitar resultado tão pesado. Vítor Bruno assumiu logo a responsabilidade da derrota no final da partida e André Villas-Boas não perdeu tempo e no balneário da Luz pediu atitude aos jogadores e respeito pela história do FC Porto. O presidente sentiu-se envergonhado com a exibição e desde logo vincou que os níveis de exigência têm de estar sempre no topo. Um outro desempenho que os adeptos também exigem. De resto, cerca de duas centenas esperaram a equipa no regresso ao Olival e, claro, não foram nada meigos.
A exibição do FC Porto foi
pobre, mas não considero que tenha existido falta de atitude. Talvez tenha
havido até atitude a… mais. O FC Porto mudou muito nos últimos meses. Novo
presidente, novo treinador e também muitos jogadores novos. Basta ver a defesa
que se apresentou de início na Luz: três reforços (Nehuén Pérez, Tiago
Djaló e Francisco Moura) e um jovem promovido da equipa B (Martim
Fernandes).
Muitas mudanças que teriam
naturalmente reflexos na equipa, até porque há pouco mais de três meses de
competição e Vítor Bruno, sublinhe-se, também dá os primeiros passos como
treinador principal. São as chamadas dores de crescimento.
Entendo que o maior erro
do FC Porto, na Luz e já em outros jogos de maior grau de dificuldade,
seja de abordagem. Vítor Bruno quer que a equipa seja dominadora, mas esta nem
sempre está preparada para isso. Arrisco até a dizer que a conquista da Supertaça Cândido
de Oliveira tenha sido o pior que aconteceu a este FC Porto. Vencer
o Sporting por 4-3 depois de estar a perder por 0-3 criou a ilusão de
que tudo era risonho, até porque ainda não havia reforços. Não era. Há muito a
fazer. Principalmente nos jogos grandes. Em Portugal ou na Europa.
Título e Texto: Hugo do
Carmo, A Bola, 14-11-2024, 8h30
Três possíveis sucessores de Vítor Bruno no FC Porto
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