Eva Gaspar
Indicador avançado da OCDE
acelerou em Setembro, continuando a apontar para uma recuperação da economia
portuguesa e da Zona Euro.
Pelo 16º mês consecutivo, o
indicador avançado da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE), concebido para antecipar pontos de viragem na actividade económica em
relação à tendência, voltou a subir em Setembro (último para o qual há dados),
e numa amplitude superior à registada nos dois meses anteriores, cujas leituras
foram, no entanto, revistas em baixa.
O indicador subiu de 101,16
pontos em Agosto (leitura revista em baixa face aos anteriores 101,37) para
101,33 em Setembro, o que traduz uma subida em cadeia de 0,17% e uma variação
homóloga de 3,37%, superiores, em ambos os casos, às observadas nos dois meses
anteriores, o que sugere um reforço das expectativas de recuperação. É o décimo
mês consecutivo em que o indicador apresenta uma leitura acima de 100 pontos,
que corresponde à média de longo prazo.
A actualização dos indicadores
avançados da OCDE aponta ainda para uma melhoria das expectativas relativamente
à Irlanda, Espanha, Alemanha e França que, pela primeira vez em longos meses,
apresenta um indicador acima da linha de 100 pontos.
O PIB português cresceu no
segundo trimestre face anterior, o que não acontecia desde finais de 2010,
embora a variação homóloga (por comparação com o segundo trimestre de 2012) se
tenha mantido negativa. Nesta quinta-feira, o INE publica a primeira estimativa
sobre o comportamento do PIB no terceiro trimestre, depois de ontem ter divulgado números positivos para as exportações.
Segundo a previsão do Banco de
Portugal, a actividade económica cairá neste ano menos do que o esperado
(-1,6%, em vez de 2%, o que compara com uma previsão de -1,8% do Governo e da
troika) e a taxa de variação do PIB, em cadeia mas também em termos homólogos,
será positiva no terceiro trimestre. Para 2014, a previsão do Governo e da
troika aponta para um crescimento de 0,8%. Já a Zona Euro deverá crescer 1,1%
no próximo ano, uma décima a menos do que se esperava, segundo as mais recentes
previsões da Comissão Europeia.
Título e Texto: Eva Gaspar, Jornal de Negócios, 12-11-2013
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