domingo, 24 de novembro de 2013

Euroceticismo

Alan Sked 

(…)
A ideia de um supranacionalismo europeu nunca agradou a Inglaterra. Ao contrário dos seus parceiros europeus, saíra da Segunda Guerra Mundial como um vencedor inequívoco, o que contribuiu para assegurar a legitimidade das suas instituições políticas, particularmente a soberania do Parlamento como pilar da democracia.
A Inglaterra via os países europeus ou como ex-fascistas ou como proto-comunistas, com poucas tradições de democracia, instituições políticas e sistemas eleitorais peculiares, berços de estranhas culturas e idiomas. Os seus laços emocionais eram com os aliados da Commonwealth – principalmente com os canadenses, os australianos e os neozelandeses, que tinham lutado contra Hitler desde o início e cujas instituições parlamentares eram claramente britânicas e democráticas. A América foi também considerada democrática e de língua inglesa, com raízes no Império Britânico.
Para a maior parte do povo britânico, a Europa era simplesmente estranha e uma fonte de guerras e de ideologias estranhas.
(…)
Excerto do artigo de Alan Sked, “A União Europeia é uma experiência falhada”, na publicação “XXI – Ter Opinião 2014”.

Alan Sked, professor de Estudos Internacionais e antigo responsável pelos Estudos Europeus na London School of Economics (LSE). Foi fundador e dirigente do United Kingdom Independence Party (UKIP), partido que abandonou por considerar que se tinha desviado para a direita. Em setembro de 2013 fundou um novo partido anti-EU, de centro-esquerda, o New Deal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-