(…)
A ideia de um supranacionalismo europeu nunca
agradou a Inglaterra. Ao contrário dos seus parceiros europeus, saíra da
Segunda Guerra Mundial como um vencedor inequívoco, o que contribuiu para
assegurar a legitimidade das suas instituições políticas, particularmente a
soberania do Parlamento como pilar da democracia.
A Inglaterra via os países europeus ou como
ex-fascistas ou como proto-comunistas, com poucas tradições de democracia,
instituições políticas e sistemas eleitorais peculiares, berços de estranhas
culturas e idiomas. Os seus laços emocionais eram com os aliados da Commonwealth – principalmente com os
canadenses, os australianos e os neozelandeses, que tinham lutado contra Hitler
desde o início e cujas instituições parlamentares eram claramente britânicas e
democráticas. A América foi também considerada democrática e de língua inglesa,
com raízes no Império Britânico.
Para a maior parte do povo britânico, a Europa era
simplesmente estranha e uma fonte de guerras e de ideologias estranhas.
(…)
Excerto do artigo de Alan Sked, “A União Europeia é uma experiência falhada”, na
publicação “XXI – Ter Opinião 2014”.
Alan Sked, professor de Estudos Internacionais e
antigo responsável pelos Estudos Europeus na London School of Economics (LSE). Foi fundador e dirigente do United Kingdom Independence Party
(UKIP), partido que abandonou por considerar que se tinha desviado para a
direita. Em setembro de 2013 fundou um novo partido anti-EU, de
centro-esquerda, o New Deal.
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