sábado, 23 de novembro de 2013

Liberdade de informação

Pinho Cardão
O país que aparece na comunicação social é o país dos funcionários públicos em greve, dos trabalhadores das empresas públicas que querem ser sempre funcionários, daqueles professores do ensino público que tudo contestam e nada aceitam, dos polícias em manifestações, dos militares contestatários, dos deputados que, num contínuo palavreado oco e violento, mostram que nada entendem da sua missão e da tolerância que a democracia impõe, dos políticos profissionais doentes e incendiários por falta de protagonismo ou de poder. E dos seus compagnons de route, que sem tal nicho de mercado desapareceriam por completo de cena.

Escondido, há o país que trabalha. Que investe e motiva, que produz e exporta, que labuta sem greves nem desânimo. O país a quem todos devemos ser ainda país. E aquele a quem o primeiro deve o receber o ordenado, maior ou menor, no fim do mês.

A comunicação social, inculta e ignorante, e também arrogante, aplaude o primeiro, promove-lhe a agitação, acompanha-lhe os passos, cobre-lhes as iniciativas em directo. Ao mesmo tempo que, dando-lhes toda a voz, censura, em absoluto, o segundo.
E dizem que isto é liberdade de informação.
Título e Texto: Pinho Cardão, “4R – Quarta República”, 22-11-2013
 
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