quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O desespero de Arménio Carlos

Camilo Lourenço
Arménio Carlos está entalado. Ele sabe que já perdeu a guerra da contestação à austeridade. É por isso que ensaia todas as semanas uma manifestação contra as medidas que a Troika impôs a Portugal.

O líder da CGTP precisa de acções que levem as televisões a fazer aberturas de noticiário com os protestos que organiza. Mesmo que algumas dessas acções não mobilizem mais do que algumas dezenas de pessoas. O que interessa é o barulho que os manifestantes fazem, exactamente quando começam os directos. Para passar a (falsa) ideia de que o país está à beira da ingovernabilidade.

Foi isso que o levou a inventar a ocupação de quatro ministérios. Perdida a batalha da votação do Orçamento, era preciso um golpe de asa para manter viva a ideia de contestação.

O problema é que Arménio já perdeu a guerra. A maioria dos cidadãos que diz representar está-se a marimbar para a CGTP. E a prova disso é que, embora com dificuldade, as famílias lá vão apertando o cinto, ao mesmo tempo que se "matam" por manter o emprego. Ou seja, vão-se ajustando a um mundo que mudou sem aviso prévio. Contrariados? Claro. Ninguém gosta de dar dois passos atrás. Mas realistas.

É esta imensa mole de cidadãos que está a mudar o país. Passando por cima de Arménio Carlos e da sua CGTP. Embora descontentes, eles sabem que a contestação "à la PREC" não serve para nada... a não ser para destruir emprego e para criar mais pobreza. São esses estóicos cidadãos que merecem uma homenagem. Vamos ver se o governo não vacila nas reformas que o país tem de fazer, para que eles possam dizer, daqui por três anos, que os sacrifícios valeram a pena.
Título e Texto: Camilo Lourenço, Jornal de Negócios, 28-11-2013

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