quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Chavezismo mostra indiferença perante a febre mortal

“Não existe doença nem epidemia”, diz o governo de Maduro, enquanto a febre hemorrágica vai empilhando cadáveres no país socialista.
Francisco Vianna


Grassa na Venezuela um surto epidêmico provocado por um vírus conhecido como “chicungunha” ou “catolotolo”, um arbovírus que é também transmitido pelos mosquitos do gênero Aedes e tem um início de infecção viral semelhante à dengue. Inicialmente restrito à área silvestres da África e Ásia, já apareceu contudo no Brasil desde agosto de 2010 e na Venezuela explode agora num surto epidêmico que já matou em torno de dez pessoas pela chamada “febre chicungunha hemorrágica”.

Ante tal virose severa que pode matar suas vítimas em muito pouco tempo, os venezuelanos apavorados com o surto epidêmico da infecção, estão a esperar que as autoridades sanitárias do país se manifestem a respeito e tomem qualquer providência em relação a essa que poderá se tornar na maior tragédia nacional da história de Venezuela.

No entanto, os pedidos da população para que o governo mostre qualquer ação com relação ao problema têm sido recebidos com indiferença pelo regime de Nicolás Maduro, cujo único pronunciamento oficial a respeito foi para dizer à população que a doença, bem como o surto epidêmico, não existe.

As mortes já registradas nas últimas semanas causadas por esta febre misteriosa e mal conhecida, que conforme a mídia local pode já ter passado de dez casos neste último fim de semana, são os assuntos dominantes nas redes sociais, enquanto médicos venezuelanos qualificam de “irresponsável” a indolência das autoridades sanitárias do regime em reconhecer o surto epidêmico e em adotar medidas que possam combater o mosquito vetor e circunscrever as áreas de maior incidência.

O negativismo do regime chega a afirmar que “na Venezuela não está acontecendo nada disso”... Com o ex-ministro da Saúde e Assistência Social, Angel Rafael Orihuela, em declarações feitas à Rádio Caracas, afirmar que “é uma irresponsabilidade criminosa menosprezar este problema em face da quantidade de pessoas que estão indo a óbito. Trata-se de uma doença pouco conhecida, que evolui de forma fulminante nos casos letais, uma febre parecida com a dengue hemorrágica, na qual os infectados tem seu estado agravado e falece em duas ou três horas por falência múltipla de órgãos”, explicou Orihuela.

Os venezuelanos não desgrudam da TV e do rádio na ânsia de saber mais e ter notícias dessa doença desconhecida e terrível, que aparece com febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, náuseas e vômitos, e petéquias na pelo (manchas de micro-hemorragias subcutâneas) que logo evoluem para grandes bolhas de sangue, e hemorragia interna disseminada e generalizada, levando o doente rapidamente à morte, conforme explicaram os membros do Colégio de Médicos do estado venezuelano de Aragua, onde foram registrados os primeiros casos letais.

A morte sobrevém por insuficiência respiratória, hepática e renal aguda, sem que os médicos venezuelanos, e muito menos os cubanos, tenham qualquer noção de como combater essa doença e muito menos condições materiais de instalar um regime de isolamento capaz de dificultar a difusão epidêmica da virose.

O pessoal médico tem recolhido amostras de tecidos dos pacientes para que sejam submetidas a exames anatomopatológicos pelas autoridades sanitárias do país, mas, até o momento, a única reação oficial do regime comunista chavezista tem sido a negação da existência tanto da doença em si como do surto epidêmico. E, é claro, não tem faltado as ameaças que faz aos médicos que inicialmente tentaram advertir a população sobre os riscos sanitários a que estão expostos.

Quando o presidente do Colégio de Médicos do estado de Aragua convocou uma conferência de imprensa para dar detalhes da doença e do surto epidêmico, potencial na época, o governador chavezista do estado de Arágua, Tarek El-Aissami, bradou: “eu o desminto categoricamente e acuso o presidente do Colégio de Médicos de prática de terrorismo. Vou solicitar do Ministério Público uma investigação judicial para que ele responda por este ato criminoso e terrorista. É um bandido que se vale de sua condição profissional e do cargo que ocupa”.

Para agravar ainda mais a situação, os bons infectologistas da Venezuela já foram embora do país em busca de poder exercer sua especialidade de forma mais condigna em outros países da vizinhança. Por isso, as preocupações de que uma pandemia nacional e regional da doença possa vir se concretizar por pura incúria governamental. Muitos acham que, na Venezuela de hoje, onde morrem mais de cinquenta pessoas por dia pela violência urbana, a febre hemorrágica chicungunha só será levada a sério pelo regime comunista de Caracas quando as mortes estiverem ocorrendo às centenas.

A vida humana nunca valeu tão pouco na Venezuela como sob o “socialismo del siglo XXI”...
Título, Imagem e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 16-09-2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-