“Não existe doença nem
epidemia”, diz o governo de Maduro, enquanto a febre hemorrágica vai empilhando
cadáveres no país socialista.
Francisco Vianna
Grassa na Venezuela um surto
epidêmico provocado por um vírus conhecido como “chicungunha” ou “catolotolo”,
um arbovírus que é também transmitido pelos mosquitos do gênero Aedes e tem um
início de infecção viral semelhante à dengue. Inicialmente restrito à área
silvestres da África e Ásia, já apareceu contudo no Brasil desde agosto de 2010
e na Venezuela explode agora num surto epidêmico que já matou em torno de dez
pessoas pela chamada “febre chicungunha hemorrágica”.
Ante tal virose severa que
pode matar suas vítimas em muito pouco tempo, os venezuelanos apavorados com o
surto epidêmico da infecção, estão a esperar que as autoridades sanitárias do
país se manifestem a respeito e tomem qualquer providência em relação a essa
que poderá se tornar na maior tragédia nacional da história de Venezuela.
No entanto, os pedidos da
população para que o governo mostre qualquer ação com relação ao problema têm
sido recebidos com indiferença pelo regime de Nicolás Maduro, cujo único
pronunciamento oficial a respeito foi para dizer à população que a doença, bem
como o surto epidêmico, não existe.
As mortes já registradas nas
últimas semanas causadas por esta febre misteriosa e mal conhecida, que
conforme a mídia local pode já ter passado de dez casos neste último fim de
semana, são os assuntos dominantes nas redes sociais, enquanto médicos
venezuelanos qualificam de “irresponsável” a indolência das autoridades
sanitárias do regime em reconhecer o surto epidêmico e em adotar medidas que
possam combater o mosquito vetor e circunscrever as áreas de maior incidência.
O negativismo do regime chega
a afirmar que “na Venezuela não está acontecendo nada disso”... Com o
ex-ministro da Saúde e Assistência Social, Angel Rafael Orihuela, em
declarações feitas à Rádio Caracas, afirmar que “é uma irresponsabilidade
criminosa menosprezar este problema em face da quantidade de pessoas que estão
indo a óbito. Trata-se de uma doença pouco conhecida, que evolui de forma
fulminante nos casos letais, uma febre parecida com a dengue hemorrágica, na
qual os infectados tem seu estado agravado e falece em duas ou três horas por
falência múltipla de órgãos”, explicou Orihuela.
Os venezuelanos não desgrudam
da TV e do rádio na ânsia de saber mais e ter notícias dessa doença
desconhecida e terrível, que aparece com febre alta, dor no corpo, dor de
cabeça, náuseas e vômitos, e petéquias na pelo (manchas de micro-hemorragias
subcutâneas) que logo evoluem para grandes bolhas de sangue, e hemorragia
interna disseminada e generalizada, levando o doente rapidamente à morte,
conforme explicaram os membros do Colégio de Médicos do estado venezuelano de
Aragua, onde foram registrados os primeiros casos letais.
A morte sobrevém por
insuficiência respiratória, hepática e renal aguda, sem que os médicos
venezuelanos, e muito menos os cubanos, tenham qualquer noção de como combater
essa doença e muito menos condições materiais de instalar um regime de
isolamento capaz de dificultar a difusão epidêmica da virose.
O pessoal médico tem recolhido
amostras de tecidos dos pacientes para que sejam submetidas a exames
anatomopatológicos pelas autoridades sanitárias do país, mas, até o momento, a
única reação oficial do regime comunista chavezista tem sido a negação da
existência tanto da doença em si como do surto epidêmico. E, é claro, não tem
faltado as ameaças que faz aos médicos que inicialmente tentaram advertir a
população sobre os riscos sanitários a que estão expostos.
Quando o presidente do Colégio
de Médicos do estado de Aragua convocou uma conferência de imprensa para dar
detalhes da doença e do surto epidêmico, potencial na época, o governador
chavezista do estado de Arágua, Tarek El-Aissami, bradou: “eu o desminto
categoricamente e acuso o presidente do Colégio de Médicos de prática de
terrorismo. Vou solicitar do Ministério Público uma investigação judicial para
que ele responda por este ato criminoso e terrorista. É um bandido que se vale de
sua condição profissional e do cargo que ocupa”.
Para agravar ainda mais a
situação, os bons infectologistas da Venezuela já foram embora do país em busca
de poder exercer sua especialidade de forma mais condigna em outros países da
vizinhança. Por isso, as preocupações de que uma pandemia nacional e regional
da doença possa vir se concretizar por pura incúria governamental. Muitos acham
que, na Venezuela de hoje, onde morrem mais de cinquenta pessoas por dia pela
violência urbana, a febre hemorrágica chicungunha só será levada a sério pelo
regime comunista de Caracas quando as mortes estiverem ocorrendo às centenas.
A vida humana nunca valeu tão
pouco na Venezuela como sob o “socialismo del siglo XXI”...
Título, Imagem e Texto:
Francisco Vianna, (da mídia internacional), 16-09-2014
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