quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A comunicação social que temos...

Vasco Lobo Xavier
O PCP defende que, em 2016, o salário mínimo deve ser de 600 euros e a comunicação social faz eco acrítico disso, como se fosse possível. O líder da CGTP diz que recusa a desculpa de que não há dinheiro e ninguém o interpela para saber onde ele o vai buscar. O Bloco apregoa que a austeridade não funciona como elemento de consolidação das contas públicas e não há um microfone que o interrogue como é que o desbaratar de dinheiro que não existe fará a consolidação das contas públicas.

Freitas, Félix, Carvalho da Silva, Louçã e outros, sempre contra qualquer corte da despesa pública, contra aumento de impostos, e críticos de cada vez que o Estado se arrisca a não cumprir o défice ou as previsões, exigem agora que o Estado gaste uma catrefada de centenas de milhões de euros dos contribuintes na PT, coisa que os media divulgam aplaudindo.

O desemprego desce e a TVI vai para a porta dos centros de emprego interrogar as pessoas desempregadas. PCP e Bloco desmentem o INE em todos os noticiários e ninguém se lembra de lhes perguntar em que estudos, análises ou estatísticas foram eles basear-se para tais afirmações.

A Troika, com o FMI à cabeça, passou a ter razão plena a partir do momento em que criticou o Governo, e com o aplauso entusiástico de toda a oposição, não obstante as críticas se centrarem no aumento do salário mínimo aprovado pelo Governo e na diminuição de austeridade.

O INE só é uma entidade boa, séria e credível quando o desemprego sobe. Acaso desça o desemprego, o INE passa a ser o pior dos malfeitores. Ler os jornais ou ouvir noticiários passou a ser um enjoo. E ninguém se indigna.

A única coisa que este país merece, mesmo, é a comunicação social que tem.
Título e Texto: Vasco Lobo Xavier, “Corta-fitas”, 6-11-2014


Pois é, os leitores mais pacientes desta nossa revista já sabem o que penso da imprensa portuguesa: uma cambada de pessoas – ditas ou apeladas de jornalistas, comentadores, investigadores – que nada mais são do que militantes de partidos que fazem oposição ao atual governo (de “Direita”), eleito pelos portugueses em junho de 2011.

Nem os primeiros são profissionais, pois não seguem nenhuma deontologia; os segundos são uns oportunistas, que ganham para fingir que são comentadores quando são militantes partidários; os terceiros, ah! esta é a figura mais interessante, são ‘investigadores’, por exemplo, o ex-secretário-geral da CGTP, departamento sindical do Partido Comunista Português, uns tantos quantos do Bloco de Esquerda (aquela esquerda ‘ipanemense’ que de povo nada conhece e nada quer, a não ser explorar-lhes as fraquezas ou insuficiências), estão todos no Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra, fazendo companhia a Boaventura Santos, a mesma universidade que concedeu o honoris causa ao Guia Universal dos Povos…

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