João Pereira Coutinho
Passei os governos Sócrates a
escrever sobre a mediocridade política do homem. Quando ele entregou as chaves
(com o país falido) e partiu para Paris, respirei de alívio: finalmente podia
descansar a cabeça. Erro meu. Sócrates nunca nos larga. Nem ele, nem os
delírios que se escreveram após a detenção.
O regime está a apodrecer e
Salazar não tarda? Uma pergunta destas só faz sentido num país onde a justiça
era tradicionalmente incompetente para lidar com suspeitas graves sobre
políticos e outras figuras maiores. Não quando a separação de poderes funciona
– e a justiça também.
A detenção de Sócrates pode
ser inédita e, para o PS, uma hecatombe. Mas, como escreveu Henrique Raposo
(com razão), é um sinal de vitalidade democrática: um país onde ninguém está
acima da lei não está a caminho do abismo. Pelo contrário: talvez esteja a
caminho da salvação.
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