Luciano Henrique
Me enviaram um vídeo a
respeito da disputa eleitoral para o DCE-FURG. Pelo que entendi, são liberais
(até pelo discurso) que disputavam uma vaga para o DCE.
O vídeo tem tudo a ver com o
que falei no texto O que fazer para eliminar o hábito mais terrível da direita e começar a conquistar resultados políticos. Todos os seis princípios de
David Horowitz foram ignorados por esses liberais. O resultado, como não
poderia deixar de ser, é um desastre de proporções bíblicas.
Assista:
Como já disse, o discurso
padrão é o liberal. Ok, eu sou também um liberal, mas não gosto da forma de
visualizar a realidade usada hoje pela maioria dos liberais. Muitos deles
idealizam um mundo como deveria ser, e então discursam como se este mundo já
existisse. Dá para notar nos momentos em que eles dizem como “o debate
deveria ser” ou como “o diálogo deveria ser”, manifestando surpresa genuína,
algo praticamente proibitivo para quem adentra a um território de guerra
política. Ou seja, a recusa de se ver a realidade como ela é (especialmente no
momento da guerra política) é uma mania de muitos liberais. Algo digno de
vergonha alheia.
Por causa disso, o primeiro
princípio da guerra política (“política é guerra por outros meios”) foi
solenemente ignorado, o que já nos anunciava o desastre iminente.
Outro problema visto
foi o discurso muito complicado, idealista, mas sem apelo ao coração. E,
pelo princípio 6, “a vitória fica do lado do povo”.
A coisa começou a degringolar
quando a extrema-esquerda usou o termo “racista” impunemente. O ideal seria,
desde que se um discurso estrategicamente bom estivesse sendo utilizado, já ir
ameaçando ao mesmo tempo de processo como também lançar frames de shaming.
Lembremos que acusar alguém de racismo é denunciação caluniosa, ou seja,
imputar a alguém um crime que ela não cometeu.
Notava-se a tensão no rosto
dos três liberais, sinal de que não perceberam estar em um cenário de guerra
política.
Dai veio o horror, o horror…
pois os dois principais debatedores liberais ficaram na defensiva. Mas na
guerra política, o agressor geralmente prevalece. E, para piorar, o discurso
seguia complexo e não apelava ao coração.
Depois deles serem chamados de
racistas, foram ofendidos com a expressão “branco, heterossexual e burguês”. De
novo ficaram na defensiva. Até aqui a nota para o desempenho é um zero bem
redondo.
Lá pelas tantas até tentaram
uma ridicularização, mas o dano já era irreversível. Os liberais não tinham
ataques prontos, nem sequer slogans.
Mesmo ficando na defensiva,
ainda foram avacalhados por um pedido de direito de resposta, o que é a mesma
técnica de metralhar direitos de resposta usada por Dilma durante as eleições.
É, eu sei, eles vivem caindo nessa, sem qualquer estratégia de contenção…
Como era de se esperar, os
liberais foram ofendidos no direito de resposta. Nada que também não tenhamos
visto na campanha do PT nas eleições.
Depois do ataque, o que
aconteceu? Eles fecharam a cara definitivamente. Ou seja, ficaram bravos por
entrarem em uma guerra e tomarem tiros. Com isso, a matilha de extrema-esquerda
sentia o cheiro de sangue cada vez mais forte, o que levou ao aumento das
táticas de intimidação.
Um desastre tão grande só
poderia concluir da maneira mais patética possível: os liberais resolveram
desistir do debate. Um erro tão absurdo e imperdoável que nem vale a pena
comentar.
Esse vídeo serve para nos
mostrar que não estou exagerando quando digo que para a direita começar a obter
resultados políticos é preciso de fato de uma mudança de estrutura mental.
Não é possível que pessoas
adultas, que podem ser perfeitamente funcionais em outras áreas da vida
(incluindo a vida profissional), se transformem em crianças de 7 anos diante de
adultos no momento da guerra política.
Vencer a guerra interna, onde
a ingenuidade política da direita deve ser esmagada e triturada sem dó nem
piedade, para o surgimento de uma verdadeira consciência política, é o maior
desafio para a direita neste momento.
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