José Manuel
Faz quinze dias que os meus
ouvidos foram transformados em uma grande bacia sanitária, assim como os meus
olhos, ou seja, todos os meus sentidos viraram um grande e tradicional penico.
Se ligo a televisão lá está em
áudio visual, se ligo o rádio, está em áudio, no computador em áudio e visual,
enfim, a praga não me abandona.
Black Friday, é mais uma macaquice de Banânia, que entre
outras mil és tu a que mais copias tudo o que se faz lá no exterior, onde os
bananenses adoram largar todo o dinheiro que conseguem, seja por meios lícitos,
ou melhor ainda, pelos ilícitos como agora estamos comprovando.
Se você não sabe o que é Black Friday, não se preocupe
pois 40% dos bananenses não sabem o que significa a palavra Black, nem muito menos a
outra, Friday.
Você não está sozinho nesta
enrolação importada dos EUA e macaqueada aos trouxas virtuais, que acham que um
dia a comida e bens de consumo vão sair pelas telas dos monitores, cair no seu
colo, sem que seja preciso levantar a bunda da cadeira.
Você também deve estar se
perguntando o que significa Banânia, não é?
Bem, Banânia é um ponto na
crosta terrestre, ao sul do equador, habitada por duzentos milhões de
bananenses, que acham que moram em um país.
Já até o foi por lapsos de
tempo, mas agora teve a sua classificação rebaixada a um lugar perdido no
tempo, pois um país para ter esse nome precisa antes de tudo muito trabalho e
respeito aos seus cidadãos, o que não é bem este o caso.
Um país, para ter esse nome e
honrar uma bandeira, precisa respeitar os mais velhos, os aposentados, que
deram sangue por ele, os mais novos com escolas adequadas para que sejam o seu
futuro, precisa ter um sistema social moderno e adequado ao volume
populacional.
Precisa criar riqueza e postos
de trabalho.
Precisa saber gerir as suas
riquezas naturais, de forma que elas nunca acabem para que sejam o lastro de
seus cidadãos ao longo dos tempos.
Precisa saber gerenciar os
seus gastos públicos, economizar, gostar do seu dinheiro, valorizá-lo e nunca o
levar para o exterior da forma que está criminosamente sendo feito.
Como nada disso acontece em
Banânia, então não é um país, mas um lugar comum onde todos podem assaltar à
vontade, onde pessoas com idades avançadas dormem no chão na "casa do povo",
para tentar reaver as migalhas que sobraram do que lhes foi roubado.
Um lugar onde 36 milhões de
bananenses se esquecem de votar, onde as vigas de um elevado e os trens de uma
importante via-férrea desaparecem naturalmente, onde quadrilhas de ratos se
infiltram no poder, que diz não saber de nada, definitivamente,
isso não é um país.
Agora, se quiserem saber
melhor o que significa a frase "sexta-feira
negra", tradução literal da estrangeira aí de cima,
é só esperar nos próximos dias, com a petroleira lá nos EUA, ou mesmo pela
inacreditável omissão nas urnas.
O que vai acontecer daqui para
a frente, também é só esperar pelo fantástico "All Days Black" que inexoravelmente
começa a chegar.
Existe uma saída para tanta
besteira reunida, e o aeroporto está nos esperando, mas, por favor, apaguem a
luz antes de sair.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig,
28-11-2014
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