quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Entendam como a Venezuela opera sua “lei de mídia”, diretamente das confissões de Altamiro Borges


Luciano Henriques
Como sempre digo, é só deixar Altamiro Borges falar que ele já entrega exatamente as intenções do PT para censurar a mídia. Veja o texto Venezuela investe na mídia alternativa:

O presidente Nicolás Maduro anunciou nesta semana que o governo venezuelano deverá investir 3,6 bilhões de bolívares (cerca de 1,32 bilhão de reais) no sistema público de comunicação com o intento de ampliar a liberdade de expressão e a pluralidade informativa. A verba prevista para o próximo ano contemplará 14 canais de tevê, uma rede global por satélite (a Telesur), quatro jornais diários e dezenas de rádios públicas. O projeto também prevê transferir parte dos recursos diretamente para mais de 500 emissoras comunitárias de rádio e televisão.

Está aí: a Venezuela cada vez mais quebrada e, exatamente por isso, cada vez mais dependente de um investimento assombroso em mídia estatal. São simplesmente 1,32 bilhão de reais para um país onde a maioria não tem onde cair morto.

O anúncio já provocou a ira dos barões da mídia “privada” – nos dois sentidos da palavra. O jornal espanhol El País, ferrenho inimigo do governo venezuelano, postou matéria afirmando que o projeto visa fortalecer a “revolução bolivariana” e debilitar a “liberdade de imprensa” – um velho clichê usado para defender a liberdade dos monopólios midiáticos. A “reporcagem” só não informa que a maioria dos veículos de comunicação do país ainda segue sob o controle das velhas oligarquias e continua destilando diariamente seu veneno contra a democracia venezuelana.

Aqui fica claro que, independentemente do nível de censura (máximo, no caso da Venezuela), eles sempre definirão alguns jornais como “mídia golpista”. No caso da Venezuela, são aqueles que publicam uma única coluna dissidente no meio de milhares de colunas governistas. Algo como o Brasil247 publicando no meio de milhares de colunas da extrema-esquerda textos de Alberto Goldman. Leia aqui direto do NY Times como funciona esse tipo de censura sutil por lá. A dissimulação é total.

Aliás, clique aqui para ler a matéria do jornal espanhol El País, desmascarando muitos truques de Maduro.

Para os barões da mídia – da Venezuela, da Espanha ou do Brasil –, os recursos públicos, oriundos de impostos, deveriam ser destinados apenas para os monopólios. Eles adoram bravatear sobre o “estado mínimo” neoliberal, mas vivem sugando os cofres do Estado através de anúncios e de outros privilégios. Conforme apontou o deputado Júlio César Chávez, que preside a Comissão de Meios da Assembleia Nacional, o orçamento previsto na Lei de Comunicação do Poder Popular fortalecerá os veículos alternativos no país. Ele destacou, em especial, a proposta de criação de um fundo público “para que os meios de comunicação comunitários se financiem e não dependam de governos e prefeituras”.

Hahaha…
É incrível como eles se repetem. Agora Altamiro surge de novo com a rotina Quem prefere um estado menor deve apoiar que uma publicação não receba verbas estatais.

Entendam como “veículos comunitários” as emissoras e jornais dados a sovietes já fechados com o governo. É exatamente assim que o truque funciona na Venezuela, e não há diferença alguma na comparação com a lei ambicionada pelo governo brasileiro. Lei igualzinha à da Argentina também. Por que não estou surpreso?

Sem copiar modelos, a presidenta Dilma Rousseff bem que poderia estudar a rica experiência bolivariana na área de comunicação. Do contrário, ela terá que utilizar apenas os poucos minutos que dispõe em rede nacional de rádio e televisão para criticar os golpistas que infestam a mídia nativa. A revista Veja, com as suas ações criminosas – como as criticadas pela presidenta na campanha eleitoral – continuará fazendo a cabeça dos seus seguidores fascistas. Para o bem da democracia e do próprio jornalismo, o governo brasileiro deveria seguir o exemplo venezuelano, ampliando a liberdade de expressão e garantindo a pluralidade e a diversidade informativa.

Espere. Não é para “copiar modelos”, mas “seguir o exemplo venezuelano”? Esse sujeito é um piadista macabro.

Mas aí está o exemplo da lei de mídia apoiada pelos arquitetos do projeto de censura petista. O próprio Altamiro entregou o ouro. Tudo se baseia no investimento em mídias de propriedade de sovietes (exatamente como hoje funciona a BLOSTA), mas tudo funcionando a partir da limitação econômica das maiores empresas, que se tornam, de uma maneira ou de outra, organizações sob chantagem governamental.

E tudo com os truques de sempre. Enquanto Maduro usa seus canais e jornais mantidos pelo estado para xingar opositores de “golpistas” e “fascistas”, o projeto petista pede… exatamente o mesmo.
Título, Imagem e Texto: Luciano Henriques, Ceticismo Político, 19-11-2014

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