Luciano Henriques
Como sempre digo, é só deixar
Altamiro Borges falar que ele já entrega exatamente as intenções do PT para
censurar a mídia. Veja o texto Venezuela investe na mídia alternativa:
O presidente Nicolás Maduro
anunciou nesta semana que o governo venezuelano deverá investir 3,6 bilhões de
bolívares (cerca de 1,32 bilhão de reais) no sistema público de comunicação com
o intento de ampliar a liberdade de expressão e a pluralidade informativa. A
verba prevista para o próximo ano contemplará 14 canais de tevê, uma rede
global por satélite (a Telesur), quatro jornais diários e dezenas de rádios
públicas. O projeto também prevê transferir parte dos recursos diretamente para
mais de 500 emissoras comunitárias de rádio e televisão.
Está aí: a Venezuela cada vez
mais quebrada e, exatamente por isso, cada vez mais dependente de um
investimento assombroso em mídia estatal. São simplesmente 1,32 bilhão de reais
para um país onde a maioria não tem onde cair morto.
O anúncio já provocou a ira
dos barões da mídia “privada” – nos dois sentidos da palavra. O jornal espanhol
El País, ferrenho inimigo do governo venezuelano, postou matéria afirmando que
o projeto visa fortalecer a “revolução bolivariana” e debilitar a “liberdade de
imprensa” – um velho clichê usado para defender a liberdade dos monopólios
midiáticos. A “reporcagem” só não informa que a maioria dos veículos de
comunicação do país ainda segue sob o controle das velhas oligarquias e
continua destilando diariamente seu veneno contra a democracia venezuelana.
Aqui fica claro que,
independentemente do nível de censura (máximo, no caso da Venezuela), eles
sempre definirão alguns jornais como “mídia golpista”. No caso da Venezuela,
são aqueles que publicam uma única coluna dissidente no meio de milhares de
colunas governistas. Algo como o Brasil247 publicando no meio de milhares de
colunas da extrema-esquerda textos de Alberto Goldman. Leia aqui direto do NY
Times como funciona esse tipo de censura sutil por lá. A dissimulação é total.
Aliás, clique aqui para ler a matéria do jornal espanhol El País, desmascarando muitos
truques de Maduro.
Para os barões da mídia – da
Venezuela, da Espanha ou do Brasil –, os recursos públicos, oriundos de
impostos, deveriam ser destinados apenas para os monopólios. Eles adoram
bravatear sobre o “estado mínimo” neoliberal, mas vivem sugando os cofres do
Estado através de anúncios e de outros privilégios. Conforme apontou o deputado
Júlio César Chávez, que preside a Comissão de Meios da Assembleia Nacional, o
orçamento previsto na Lei de Comunicação do Poder Popular fortalecerá os
veículos alternativos no país. Ele destacou, em especial, a proposta de criação
de um fundo público “para que os meios de comunicação comunitários se financiem
e não dependam de governos e prefeituras”.
Hahaha…
É incrível como eles se
repetem. Agora Altamiro surge de novo com a rotina Quem prefere um estado menor deve apoiar que uma publicação não receba verbas estatais.
Entendam como “veículos
comunitários” as emissoras e jornais dados a sovietes já fechados com o
governo. É exatamente assim que o truque funciona na Venezuela, e não há
diferença alguma na comparação com a lei ambicionada pelo governo brasileiro.
Lei igualzinha à da Argentina também. Por que não estou surpreso?
Sem copiar modelos, a
presidenta Dilma Rousseff bem que poderia estudar a rica experiência
bolivariana na área de comunicação. Do contrário, ela terá que utilizar apenas
os poucos minutos que dispõe em rede nacional de rádio e televisão para
criticar os golpistas que infestam a mídia nativa. A revista Veja, com as suas
ações criminosas – como as criticadas pela presidenta na campanha eleitoral –
continuará fazendo a cabeça dos seus seguidores fascistas. Para o bem da
democracia e do próprio jornalismo, o governo brasileiro deveria seguir o
exemplo venezuelano, ampliando a liberdade de expressão e garantindo a
pluralidade e a diversidade informativa.
Espere. Não é para “copiar
modelos”, mas “seguir o exemplo venezuelano”? Esse sujeito é um piadista
macabro.
Mas aí está o exemplo da lei
de mídia apoiada pelos arquitetos do projeto de censura petista. O próprio
Altamiro entregou o ouro. Tudo se baseia no investimento em mídias de
propriedade de sovietes (exatamente como hoje funciona a BLOSTA), mas tudo
funcionando a partir da limitação econômica das maiores empresas, que se
tornam, de uma maneira ou de outra, organizações sob chantagem governamental.
E tudo com os truques de
sempre. Enquanto Maduro usa seus canais e jornais mantidos pelo estado para
xingar opositores de “golpistas” e “fascistas”, o projeto petista pede…
exatamente o mesmo.
Título, Imagem e Texto: Luciano Henriques, Ceticismo Político, 19-11-2014
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