segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Zoo, nunca mais!

José Manuel

Aproveitando a oportunidade da publicação pelo blogue "O cão que fuma" com o título Os animais têm direitos: a mudança do paradigma na interação animal-homem, com um convite ao seminário que será realizado no dia 27 de fevereiro de 2015, das 13 às 17h, no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo, no viaduto Jacareí, 100 -8º andar, gostaria de deixar aqui uma pergunta no ar, para que  as pessoas ao lerem este texto, tentem responder a si próprias com toda a honestidade e pureza de alma possível.

POR QUE     ATÉ    HOJE   EXISTEM     ZOOLÓGICOS    NAS     CIDADES MODERNAS ?

Ao longo da minha vida, também frequentei esses chamados parques, onde morava, ou mesmo a passeio por algumas cidades do mundo, mas sempre em lá estando, me questionei sobre toda uma cultura hedionda de maldades e atrocidades para com os nossos irmãos de quatro patas.

A pergunta que sempre me fiz era a de como eu me sentiria no lugar de um ser indefeso e enjaulado. Sempre procurei por minutos me colocar no lugar deles.

Bem, a resposta mais imediata que consigo visualizar é a de que sempre convivi com eles. Cães, quase vinte, gatos, mais que uma dezena, um bode chamado Desejo, duas cabras, um casal de gansos, galinhas aos montes, uma égua, etc. etc.

Hoje, ainda me restam três cães e duas gatas pretas, uma com quase quinze anos, a Tizzy e a outra com quase cinco, a Sorte . Ambas foram resgatadas quando ainda bebês e na rua. Nunca os meus amigos usaram coleira, corda ou qualquer objeto que lhes cerceasse a liberdade.

Apenas a Sorte, usa um pingente ao pescoço, um trevo, porque é recepcionista em nossa loja. É tão conhecida no bairro, que faz parte da logomarca da empresa e está inclusive no facebook.

Por falar em facebook, hoje podemos ver através desta rede social, o quanto esses seres são queridos e podem perfeitamente conviver com o dito homem civilizado, que muitas vezes deixa a desejar.

Até aqui no Brasil, já existe uma consciência de que os seres da selva podem ser visitados em parques, livres e soltos como em seus habitats.

Em São Paulo existem vários exemplos disto, sem falar no resto do mundo que cada vez mais se predispõe a fazê-lo.

ENTÃO, POR QUE CONTINUAREM OS ZOOLÓGICOS?

Essa forma estúpida e arcaica de manter os pobres seres em recintos minúsculos, muitas vezes em jaulas, é absolutamente desprezível em uma sociedade moderna.

Eles sempre têm muito a nos ensinar, e eu próprio confesso que aprendi muito, por mais de trinta anos na convivência com eles, que já se foram, mas pelos quais sinto muita saudade.

Tive uma cadela Weimaraner, a Layla, que sabia quando eu iria chegar, depois de dias fora e colocava no portão a minha toalha, para que eu visse que ela sabia da minha chegada.
Isto é apenas um exemplo da convivência amigável que tive com o que os humanos chamam de animais.

Tive centenas de exemplos que poderia citar, mas não cabem aqui e os estou guardando para um livro que quero escrever sobre os meus amigos que eu criei, fizeram parte da minha vida e se foram.

Quando escrevo sobre esses seres, apesar das minhas histórias, não me refiro apenas aos domésticos, muito pelo contrário, gostaria de fazer um tributo aos ditos selvagens, que apenas carregam esse estigma, pois o verdadeiro selvagem é aquele que tem a coragem de os colocar em uma jaula.

Convido-os a uma reflexão, à participação neste evento em São Paulo, e ao início de um grande movimento para erradicar os zoológicos do mundo.

ZOO, NUNCA MAIS!

Título e Texto: José Manuel - Layla, ainda vamos conversar novamente, 9-2-2015


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6 comentários:

  1. Seu comentário é muito proveitoso, e vai de encontro ao que eu escrevo, que sem um controle da natalidade eficiente no mundo, as espécies animais tenderão a desaparecer.
    No Brasil de 200 milhões de habitantes há pouco mais de 200 milhões de PETS.
    Quanto mais gente, mais áreas desmatadas para o agro negócio, menos paraísos florestais.
    O número de animais em cativeiro aumenta justamente pela falta de espaço naturais que o homem rouba.
    Os animais selvagens estão em um cativeiro natural, cada vez menor, quase igual as prisões domiciliares aos quais estamos submetidos no cotidiano de nossas vidas.
    Os gastos mensais com minha dálmata, dariam quase para sustentar, um outro filho.
    Abri mão do segundo filho justamente por motivos ecológicos.
    Seria um paradoxo pregar uma atitude social de controle natal tendo um segundo filho.
    Muitos falam da água, mas para fazer um rolo de papel higiênico gasta-se 100 litros.
    Para produzir no agro negócio são 40% de água natural potável.
    Um pequeno criadouro com porcos e galinhas gasta mais de 400 litros de água por dia.
    Sem controle da natalidade os porcos humanos jogam dejetos e lixo nos mananciais.
    O Rio Tietê joga 2 represas da cantareira por dia no mar.
    O sudeste tem o terceiro maior manancial hídrico do Brasil, perde somente para a região norte e centro-oeste.
    Somente há uma maneira de preservar a natureza, diminuindo o número de humanos e PETS, consequentemente, menos uso dos mananciais hídricos, e da agropecuária.
    Não há lei maior na natureza que o teorema de Lavoisier.
    Nada se cria, tudo se transforma em humanos.
    Não tenho nada contra a fábrica de almas dos divinos deuses, mas tenho contra a fábrica de humanos.
    As espécies animais estão a desaparecer, seja pelo uso de seus habitats, seja pela caça desenfreada.
    Em 1980 havia 30000 rinocerontes, dos quais 6000 aproximadamente eram NEGROS da sub espécie Diceros bicornis longipes, hoje extinta, os rinocerontes BRANCOS estão reduzidos a 5 animais vivos, e hoje temos cerca de 100 rinocerontes da Java e cerca de 4000 rinocerontes africanos.
    Há alguns animais que somente sobreviverão em zoológicos, infelizmente, estia-se que o rinoceronte branco desaparecerá em 2020.
    bom dia

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  2. Alberto Cavalcanti
    21:36 (Há 12 horas)

    para mim
    Animais, em verdade são os que estão fora da jaula. Os animais racionais tem matado com selvageria milhares de equinos, aqueles seres bonitos e fiéis de quatro patas. Eles tem sido levados à força para as guerras idealizadas pelos seus donos e são destruídos pelas minas, morteiros, granadas, lanças e sabres! Em Londres, eu vi uma praça onde existe uma estátua e uma placa em homenagem aos Cavalos de Batalha! Acho ridículo uma estátua e uma placa face ao gigantesco sofrimento dos cavalos obtigados a ir à guerra! Nas guerras recentes cães foram treinados para entrar nas linhas inimigas carregando explosivos - o que os terroristas fazem atualmente - e, até a US Navy treina golfinhos para carregar explosivos. Alem disso, o mundo só terá paz quando acabarem os "Porcão "da vida! Muito boa a sua abordagem!

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  3. Boa noite meu grande amigo, saudações.
    Eu também sou bicho; bicho homem.
    Espero que tudo esteja bem, as mil maravilhas, por aí e ái que não esteja!
    De fato, o zoo deveria ser para espécies de outro tipo; daqueles que não tem caráter, ética, respeito tampouco simancol e para eles, o tratador poderia ser um outro bicho empedernido e sem noções de educação, já bastante conhecido do nosso povo zoonado.

    Também sou bicho porque na minha vida, tive vários amigos bichos e vou nominá-los com orgulho.

    Quando eu era ainda um filhote imberbe; inclusive estudava num colégio de feras, um tal de Amaro Cavalcanti, minha mãe ganhou de uma amiga francesa uma delícia de gata siamesa e viramos irmãos siameses. Meus outros irmãos não sabiam que nome dar àquela preciosidade e eu carinhosamente a chamei de Phelka. Essa maravilha de criatura viveu tanto que quando eu casei, em 1972, levei de presente para minha nova casa, uma cria que nasceu bastante grande; um macho lindo e, eu por já ser um jovem velho gavião do ar, dei-lhe o nome de Jumbo.

    Naquela época, eu e minha doce esposa, morávamos num apê na Praia da Bandeira em Governor's Island e o esperto felino conhecia o ronronar do meu potente fusca e antes de eu entrar na perna do vento" e iniciar a curva de aproximação para a reta final , ele já começava a sua ópera e a minha doce mulher achava aquilo o máximo.

    Se ela quizesse me enganar com o leiteiro ou padeiro, já teria um "sistema" de alarme e assim o Ricardão poderia ir embora sem nenhum perigo. Minha mulher estava grávida da minha filha e nos foi falado diversas vezes que o gato de raça Siamês é muito ciumento e que não deveríamos deixar a nossa criança; um bebê, desassistido pois ele poderia arranhá-la. Tanto fizeram que nós não pagamos para ver.

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    1. Uma das tias da minha mulher, solteirona mas boa gente, gostava demais do Jumbo e se prontificou em ficar com ele até que a minha doce Caroline crescesse e virasse uma gata com super poderes para se proteger. O gato não se adaptou com a tia gatosa e na primeira opportunity, deu um "balão" tipo "alfa" nela, que ela até hoje ela ainda o procura. Depois que meu filho Andrei, o Terrível, nasceu em 74, minha filha um dia adentrou na sala da casa da irmã da minha mulher com um filhote de pastor alemão quase do tamanho dela e pediu que a gente o levasse para casa.

      Consegui convencê-la que se aquele german dog crescesse lá na nossa casa, provavelmente eu teria de me mudar, pois não caberiam dois grandes cães naquele apartamento que era tão pequeno para nós que até o chamávamos de apto. portanto inapto para tal acolhida. Naquela mesma noite, nos enleios dos lençóis, minha mulher usando das suas bem urdidas graças sensuais, ao meu ouvido sussurrava que as crianças queriam um cachorrinho e ela tinha visto um anúncio de venda de Cocker Spaniels filhotes em Laranjeiras, especificamente na Rua Alice. Tentei lhe dizer que na Rua Alice não era um Kennel Club com venda de filhotes mas, ela estava irredutível e num sábado cinza e chuvoso, parti para tal missão. A pessoa que vendia os tais filhotes não sabia o que era cocker spaniel pois, os bichos eram filhotes de Labradores e eu voltei para casa de mãos vazias e com a sensação de que teria de dar a outra face. Mas, a sorte sempre me sorri e não fui castigado. Descobri e não me lembro como, que perto de casa, havia uma senhora criadora de Scottish Terrier, o cachorrinho da Casa Tavares e fui até lá. Cheguei lá e contei toda a história para ela e ela me disse que não criava Scottish Terrier e sim Schnauzer miniatura e que eram parecidos mas, não eram mesmo. Conversando com essa gentil senhora chamada Mirtes, ela me disse ser esposa de um Flight Enginer da Varig cujo nome era Clóvis.

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    2. Bem mais tarde, nos anos 90, voei com ele. Quando perguntei quanto custava cada filhote, ela me disse o preço e eu falei que teria de voar dois meses para pagar e ela riu. Fiz quatro cheques e levei para casa, com registro do Kennel Club do Brasil, a doce Valerie of Tropical Sun que infelizmente só durou 8 meses e morreu. Nem o Veterinário soube dizer o porque. Dias depois, comentei com a Dona Mirtes e ela me disse que os pais da Valerie, ambos South American Champions, tinham tido outra ninhada e quando estivem com 45 dias, vermifugados e etc, que ela nos ligaria para que fossemos à casa dela escolher outra cria pois ela, nos daria.

      Vinte dias depois, fomos lá e escolhemos a nossa saudosa amiga Warm of Tropical Sun, queridamente chamada de Sica, que viajou conosco e foi baseada em LAX durante o tempo que lá estivemos. Ela sabia de tudo e de todos; entendia inclusive English pois, até meu vizinho na Ruby Street sabia quando o carteiro estava chegando, pelos very loud barkings que ela dava de welcome to Mr. Postman.

      O Bolognese quando ia lá em casa, ela adorava também. Durou 13 longos e maravilhosos anos de companhia e vive até hoje nos nossos pensamentos. Tenho até uma estátua dela na frente da minha casa.

      Num incidente nessa casa em LA, um gambá entrou por baixo de um gazebo onde ficavam churrasqueira, mesa e bancos mas, era tudo sobre um estrado de madeira de lei, e ela foi latir perto do bicho e ele espirrou aquele spray fétido nas narinas dela e tivemos de levá-la para os Vets que colocaram-na no soro e medicaram mas, aquilo viria à se tornar mais tarde numa cirrose hepática e quando nós voltamos do baseamento, três meses depois ela se foi.

      Juramos que nunca mais teríamos outros companheiros assim pois, inconformados choramos até hoje quando nos lembramos com saudade dela. Vendemos o nosso apartamento e compramos a casa em que vivemos até hoje e a vizinha quis nos dar um Pastor Manto Negro e decidimos não aceitar mas, minha doce companheira quis me presentear e comprou uma Husky siberiana filhote, com a mesma cor azul dos olhos dela e nos apaixonamos pela cã.

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    3. Eu já estava aposentado nessa época. Dei-lhe o nome de Huska e ela era uma loucura. Não podia ver outro bicho que corria atrás e se pegasse não largava. Até um "Batman" desavisado ela pegou, não sei como. Durou 8 anos e também deixou lágrimas conosco até hoje. Logo depois que a Huska veio morar conosco, a vizinha insistiu e eu aceitei um filhote de pastor manto negro que chamei de Blackie. Também cresceu e ficou lindíssimo, mas com um boca enorme e dois olhos cor de mel, com olhar sempre "pidão". Ele e a Huska brincavam o dia todo e quando eu ia vê-los, se atiravam em cima de mim e quase me derrubavam. Huska morreu de doença do carrapato, adquirida em casa de banho e tosa e Blackie era epilético grau IV mas, o veterinário só descobriu depois que ele já era adulto e passou à usar gardenal durante muitos anos mas, um dia pela manhã, o encontrei caído,já sem vida.

      Passamos mais de um ano sem amigos de quatro patas até que um dia, ao chegar em casa, depois de desligar o carro, escutei uns vagidos de filhotes e em frente à nossa casa; o vizinho estava fazendo obras e havia um monte de areia deixada para utilização e os vagidos vinham de lá. Apurei mais os ouvidos e comecei à cavar e encontrei três filhotes de gato recém paridos ainda melados da placenta e cheios de areia. Peguei-os cuidadosamente, enrolei num pano e os trouxe para casa. Era inverno e eu os limpei cuidadosamente e coloquei-os numa pequena caixa de papelão que ficava sobre uma bolsinha de àgua morna. Com conta gotas dei leite diluído com água filtrada para alimentá-los e de hora em hora verificava se estavam aquecidos e limpos. Um gatinho morreu na noite do mesmo dia e um outro não durou uma semana. A que restou, até hoje é a minha sombra, se chama Sissy pois, é a Imperatriz da casa e de vez em quando aparece no Facebook para mostrar que é uma linda gata de olhos azuis, como a mãe dela, a minha doce mulher. Dorme nos meus pés, na nossa cama e de vez em quando, os morde ou mete as unhas, puxando-os para si, "carinhosamente".
      Também é uma amiga fantástica e entende tudo, pois é gente como a gente.

      Meu caro amigo, fico por aqui pois são 01:20 hs da manhã e agora sigo para dormir.
      Grande abraço fraterno,

      Jonathas Filho

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