Nome completo: Rubem Oscar Bürgel
Nome de guerra: Oscar Bürgel
Onde nasceu? Canoas – Rio Grande do Sul
Quando começou a trabalhar?
Meu primeiro emprego foi como Auxiliar
de caminhão (Mercedes-Benz) de entrega de Pepsi-Cola nos mercados, para um
motorista de meu pai em 1967/68, eu tinha então 14 anos.
Meu pai possuía dois
caminhões, sendo um destes contratado pela Pepsi-Cola de Porto Alegre.
Estudava também?
Estudava simultaneamente, das
19h30 às 22h45, fazendo o Ginásio (Colégio Carlos Chagas) e depois o Científico
(Colégio Marechal Rondon), em Canoas, Rio Grande do Sul.
A rotina de entrega das caixas
de Pepsi encerrava às 18h00, voltava para casa no caminhão.
Naquela época, as vinte e
quatro garrafas eram acondicionadas em caixas de madeira, sendo as mais pesadas as de Pepsi Família, designação para as de um litro.
Até hoje a Pepsi é mais consumida do que a Coca-Cola no Rio Grande do
Sul, certo?
A Pepsi-Cola foi trazida por
um advogado português em 1953 e se instalou em Porto Alegre, fundando a
Refrigerantes Sul Riograndense.
Utilizou empréstimo da
comunidade portuguesa e o Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado a ter o
produto.
Como gaúcho é bairrista
acreditava que a Pepsi era um produto gaúcho.
Os que iam aos EUA, diziam,
¨Mas bah, tchê?! vendem a nossa Pepsi aqui também!
Curiosamente, em Portugal, depois ou por
causa do slogan criado por, nada mais, nem menos, Fernando Pessoa, “Primeiro, estranha-se.
Depois, entranha-se”, a Coca-Cola foi proibida em Portugal até 1974. Entrou
oficialmente em Portugal em 4 de julho de 1977.
Neste trabalho (Pepsi-Cola,
sem vínculo empregatício com a empresa) tomei conhecimento pela primeira vez de
uma artimanha de mercado: as garrafas (embaixo da cortiça das tampinhas) que
continham prêmios, como bolas, violão, e até carros (Fusca) de campanhas
publicitárias, e que a imprensa divulgava que havia saído aleatoriamente para o
senhor tal, não era bem assim;
O representante levava um
engradado com uma delas premiada e colocava na prateleira do estabelecimento
que tinham interesse em aumentar as vendas.
Eu, guri de 14 anos, crédulo
do mundo, tive uma decepção de como agiam e como éramos enganados…
Bom, e depois desse primeiro trabalho…
Foi para a Varig.
Prova de seleção dificílima,
em 1968 para ingresso na “escolinha” - ESVAR (Escola Senai-Varig).
Convênio entre o governo a a companhia
aérea vigente por muitos anos, onde fazíamos formação de mecânico de manutenção
de aeronaves, acrescido das disciplinas de curso científico. Éramos admitidos
como funcionários remunerados para aprender avião.
Ingressou na escolinha com 14 anos… E por quê? Quer dizer, o que o
levou a tentar a ESVAR?
Ingressei na escolinha com 17 anos
(1969), tinha de estar com o curso ginasial pronto.
Porque Varig:
Meu pai (Oscar Sênior, o
caminhoneiro, era mecânico), tinha trabalhado na Varig quando jovem e tinha ótimas
referências;
Canoas possuía a Base Aérea e
o Aeroclube do Rio Grande do Sul (atualmente em Belém Novo - POA), face a isto
eu tinha intimidade diária com aviões, quer seja no céu, ou em todos os anos
nas visitas escolares, aí apaixonei-me por aviões;
No Rio Grande do Sul, na área
técnica havia três opções de trabalho, Aços Finos Piratini, Petrobras e Varig
(atualmente nem estas existem mais);
Diz a lenda que gaúcho ou
nascia cavalo, ou avião da Varig;
A companhia aérea era orgulho
gaúcho, (Viação Aérea RioGrandense), e ser funcionário desta empresa era
orgulho na família, emprego de tecnologia de ponta, viagens de cursos aos USA, crédito
aberto em todas as “casas do ramo”, salários bons, e sucesso junto às prendas…
Então começou em que setor?
Aluno da Escola por doze
meses, era aluno mas já pertencia ao quadro funcional (matrícula 18.320).
Durante o curso, pela manhã tínhamos
aulas do CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (Matemática, Física, Inglês, Português, etc.
À tarde, prática de oficina da
escola (ajustagem), e depois de algum tempo fazíamos pequenos estágios nos
diferentes setores das oficinas de manutenção do estaleiro da Pioneira em Porto
Alegre.
Concluído o curso ficou na Manutenção POA…
Sim, inicialmente na oficina
de Acessórios Mecânicos, depois Acessórios Hidráulicos, depois Inspetor de
Controle de Qualidade.
Posteriormente, fiz seleção
para entrar no grupo de voo, como Mecânico de Voo (Flight Engineer) no Electra
II, somente Ponte Aérea.
Começa a voar aos vinte anos…
Não, comecei a voar aos 33
anos. Houve uma parada na seleção para F/E por um longo período, e quando
voltou a ocorrer não fui selecionado de imediato.
Neste período pre-F/E
trabalhei por muitos anos, pós-expediente, num bico extra para ajudar a
faculdade da esposa, como preparador de veículos de competição. Nossa equipe
competia no campeonato brasileiro de Fórmula Ford - Monoposto, o que me
obrigava a viajar bastante, conflitando com o expediente na Pioneira, mas meu
chefe era compreensivo, e foi possível trabalhar nas duas atividades.
O ambiente de autódromo é
muito bom, possui semelhanças com a atividade aérea, equipes, pernoites,
resultados, panes, arremetidas. Requer técnica e bastante conhecimento para
fazer um bom serviço, como na aviação.
Do Electra foi para o Boeing?
O competente Electra foi um
grande aprendizado.
O avião tinha conceitos hoje
utilizados nos Airbus e Boeing 777 como controle automático de combustível, num
sistema a “válvula”que era o tal de TD System. Também o sistema elétrico do
avião ia eliminando o supérfluo para resguardar o esssencial em caso de pane,
automaticamente, atraves de relés, cabos, roldanas, valvular.
Motores eficientes, com duas
rotações 10.000 e 13.800 RPM somente, cabendo à hélice fazer a variação de potência,
etc.
Tudo isto reforçado por uma
manutenção de primeira feita pela companhia, trouxe um sucesso inigualável.
Do grupo de voo:
O convívio com a família da
Ponte Aérea foi um enorme aprendizado.
Eu procedia de Porto Alegre,
tenho perfil reivindicador. Na manutenção, reivindicar era mal visto pelos
chefes, e até colegas.
Conheci colegas como Cirtoli e
Antenor (FE’s) que me explicaram o que era regulamentação, senioridade,
sindicato e associação. Gostei do que ouvi, e imediatamente me envolvi.
Existia em CGH (aeroporto de
Congonhas) junto ao D.O. (Despacho Operacional), salas das associações AMVVAR, ACVAR
e APVAR, e quando na Reserva podíamos debater/discutir os problemas comuns do
trabalho de aeronauta.
Do Electra foi promovido para…
B727-100. Excelente máquina da
Boeing, o mais bonito de todos devido a ter as suas asas limpas, três motores
na cauda, esta lembra uma baleia.
Avião veloz, voa Mach.82 (82%
da velocidade do som), B737 voam Mach.72, dava trabalho aos colegas tripulantes
sociais, pois dividido em duas cabines, com galley
no meio, oferecia serviço de pratos quentes até no voo 120/121, pinga-pinga
SAO-CWB-FLN-POA, cada etapa de trinta e cinco minutos minutos.
Este avião serviu para mim
como um educador comportamental, vindo da Tchêlandia, voando Electra na mesmice
da Ponte, repentinamente passei a conviver em outro ambiente, hoteis Sheraton,
Hilton Renaissance, etc, foi o removedor da casca/grossura, inerente às origens.
Voando com escala nacional
candidatei-me e fui eleito, inicialmente, vice e depois presidente da AMVVAR.
Isso foi exatamente quando? Foi chapa única ou tinha outra?
Primeira gestão foi em 1988-1990.
Fui presidente por mais duas gestões 2004-06 e 2008.
A primeira vez foi complicada
pois o grupo de antigões da Internacional não me conhecia, e sabes que existe
uma cultura discriminatória nesse sentido na aviação.
Eu voava B727, base SAO e presidia
a AMVVAR, sede na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, ou seja, foram muitas
chegadas de voos e ficar no Rio, dia de FR (Folga Regulamentar) vir de SAO para
trabalhar na Associação, mas foi uma grande experiência.
Tive de aprender rapidamente a
conhecer o Grupo, os Pilotos-Chefes, os Mecânicos de Voo Chefes, o Diretor de
Operações, e seus assessores, e a Empresa na qual estava trabalhando e me
expondo.
Em dois anos fiz um estágio
junto ao staff da EMPRESA que todas
as outras horas de voo posterior não me ensinariam tanto.
A Diretoria de Operações,
gestão Comerlato, vinha de retaliações e tivemos alguns embates, mas tivemos
sucesso.
As outras duas gestões (da
AMVVAR), sempre com gente muito leal e competente trabalhando junto como
Ferraresi, Gouveia, Roberto Santos, Felix Oliveira (RIP) e outros, trabalhamos para
criar a nova AMVVAR, pois já não havia mais vínculo com a companhia aérea.
Tornamos ela uma EMPRESA, hoje com mais de quatro mil associados, sempre
cuidando dos seus jubilados, os Mecânicos de Voo.
Diga-nos, na sua vida profissional passou por alguma situação de
emergência?
A Varig possuía excelência em
todos os serviços relacionados com o voo e com a aeronave: planejamento
adequado, manutenção de qualidade, e tripulantes bem treinados.
Dessa forma, a possibilidade de
existir uma emergência fica remota. Tive panes, distensão do trem de pouso sem
comando, perda de sistema hidráulico principal, perda de óleo de motor, pouso
com pouco combustível no alternado devido a greve no destino, todas coordenadas
a contento, gerando apenas desconforto, e um pouco mais de adrenalina.
Eu gostava de fazer
treinamentos periódicos de simulador, para treinar emergências, debater e
aprender sobre a máquina.
Depois que parei de voar
fiquei algum tempo dando instrução de simulador no VFTC, na PANAM e Aeroservice
de Miami, através duma Escola que conveniamos com AMVVAR + VFTC.
Quando parou de
voar?
Acho que nunca parei de voar,
pois sempre fiquei com o grupo através da Associação, TGV, etc… e não consigo
ficar um dia sem pensar/lembrar de avião, amigos e da Pioneira. O que mudou foi
eu poder fazer a escala, que é o pior item da vida na aviação.
Ok, quando foi exatamente que você pôde começar a fazer a sua escala?
Ano de 2000.
A associação em 1999 reuniu
seus associados e informou que estava acontecendo uma redução drástica na
frota, devolução dos Boeing 747 e DC-10.
Feito um PAA (Plano Auxílio Aposentadoria)
para evitar demissões que contemplava quem tinha (M/Vs) até 50 anos, depois
estendeu-se para 47. Nas reuniões entre a companhia e associação conseguiu-se
não demitir ninguém, desde que todos os com mais de 50 saíssem nesse PAA.
Adoro voar e aviões mas não me
permitiria ficar em detrimento de demissão de um colega mais jovem.
Como nenhum planejamento funcionava na companhia, neste país onde o governo atrapalha bastante, logo em seguida a companhia voltou a precisar de M/Vs, readmitindo vários.
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Hotel em Mainz, voo 741,
aeronave DC-10. Da esquerda para a direita: Klaus Prinz, Komori, Ageu
Filgueiras, Vitor Stepanski e Oscar Bürgel
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Como nenhum planejamento funcionava na companhia, neste país onde o governo atrapalha bastante, logo em seguida a companhia voltou a precisar de M/Vs, readmitindo vários.
Você voltou?
Voltei parcialmente, já
explico.
O retorno para as vagas de F/E
na VarigLog (antiga Varig Cargo) foi coordenado pela AMVVAR, conforme acordo
firmado na saída dos F/Es, seguindo uma ordem sequencial.
Eu era o número dois e fiz
todo o curso teórico do B727 e na semana que antecedia o embarque para o
Simulador (agora nos USA, pois haviam desmantelado o existente na Ilha, VFTC),
ocorreu um grave acidente com meu adolescente filho e veio a óbito…
Fiquei fora da casinha por um
relativo período, tendo de abrir mão da vaga, de voltar a voar aquele maquinaço
do B727.
Voltando à associação, não entendi “A Diretoria de Operações, gestão Comerlato, vinha de retaliações”… que retaliações?
Naquela minha gestão o Diretor
de Operações era o Comandante Comerlato que tinha tomado várias medidas de
retaliação pós-greve.
- pilotos demitidos do quadro
de nossa co-irmã APVAR;
- não havia eleições para
escolha dos chefes, e sim indicação/imposição da Diretoria;
Sempre vimos o chefe como um
representante do grupo junto à diretoria, não o contrário. Nesta forma, sem
eleição, gerava descontentamento e baixos resultados. Lembro de uma frase que
ouvi do Cmte. Ruhl num destes debates, nisto ele era democrático: “aviador
contente, aviação pra frente”;
- passe particular
cancelado/restrito, sendo fornecido somente para os amigos do rei, ou minhocas (fura
greve);
- interrompido o convênio entre a Empresa e as
Associações para débitos, etc…
- não agendavam reunião
Empresa + Associação.
A que greve você se refere?
Greve de 1987.
A greve foi em
dezembro de 1987, seguida por nova greve em fevereiro de 1988…
Falando em greves, como você avaliava a atuação do Sindicato Nacional
dos Aeronautas nessas décadas, de 70 e 80?
Vou me deter a duas gestões.
Lavoratto:
Durante a grave de 1987
percebi que não havia transparência nas informações passadas aos tripulantes,
participei em todas as assembleias, e percebi que o grupo nada sabia. Éramos
usados e manipulados, arriscando nossos empregos.
Este foi um dos motivos que
aceleraram a intenção de apresentar uma chapa e presidir a AMVVAR, logo depois.
Decidi que todas as vezes que existisse um embate com a empregadora, eu estaria
discutindo com a EMPRESA e lutaríamos pelo que sabíamos, sem distorções. Assim
ocorreu quando fizemos composição com ACVAR, APVAR, APRUS na luta para evitar a
quebra da Varig anos 2000 em diante…
Graziella:
Os pilotos através de sua associação
haviam contratado auditoria de renome e tentavam mostrar para a admistração da companhia
que muito precisava ser feito para evitar a falência da empresa, assim como o
fundo de pensão, devido ao comprometimento de administradores.
A empresa (Conselho), ao invés
de ouvir e somar nos esforços, usou de retaliações demitindo cerca de sessenta
e cinco pilotos, para dispersar o movimento, e continuarem com a mesmice e
obsoleto sistema que levou à bancarrota.
O SNA, ao invés de apoiar aos
trabalhadores que pretendiam alertar o caos, omitiu-se completamente na defesa
dos seus associados.
Esta conduta sindical foi o
principal motivo da criação da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig).
Quem era o presidente da Empresa nessa época?
Luis Carlos Martins, aeronauta
ex-M/V e comandante.
Em que momento você sentiu (ou testemunhou) que algo não ia bem na
Empresa?
Qualquer empresa com muitas décadas
de existência carrega passivos tributários, trabalhistas, etc, motivados por
consultorias advocatícias que sempre acham que existe um recurso, etc, para não
pagar, aqui, ali, etc, (advogados não perdem causas, quem perde são os
clientes), isto não seria diferente na nossa Empresa.
A política de governança
brasileira pelo seu também despreparo atrapalha muito a classe empresarial
brasileira.
Os novos tempos exigiam
decisões mais dinâmicas e administradores de gabarito internacional,
conhecedores do mercado mundial.
Os Conselheiros da FRB eram
funcionários de carreira, vários dos membros sequer o idioma internacional
falavam, o Colégio Deliberante com um sistema de escolha dos membros
comprometida, e tinham a prerrogativa de votar decisões que desconheciam
completamente, porém, de custos altos, aviões, simuladores, linhas, etc e
diretrizes que iriam trazer resultados a médio prazo.
Havia um consenso coletivo na
empresa criado por décadas de que ninguém falava em custo de qualquer mudança.
Os prejuízos de decisões mal
analisadas eram jogados de lado, e continuava a mesma prática, com os mesmos
errantes contumazes.
A cultura de assistencialismo
predominava em vários setores, todos tirando da mesma fonte.
Exemplo: uma passagem comprada
por um fiel passageiro na Ponte Aérea tinha que cobrir para pagar a
fonte/chafariz que um Conselheiro resolveu botar na área de lazer de POA, ou a
nova quadra de tênis da FRB no RJ.
Se fazia necessário um choque
de gestão urgente, para explorar o novo mercado do mundo globalizado de Low Cost, uma Varigpop (popular).
Testemunhei isto acima quando
comecei a fazer reuniões com administradores e perceber os feudos, as rixas
entre localidades, a duplicidade de atividades, a não concentração de
atividades num só local. Havia segmentos em POA, SAO, RIO que exigiam
deslocamentos morosos e dispendiosos, numa época de decisões imediatas.
Funcionários ocupando espaço
de clientes a bordo, despesas de hotel, etc e cada um cuidando do seu umbigo.
Ninguém olhava de cima da árvore
mais alta na floresta para ver de onde vinham os inimigos.
Rubem, na sua opinião, quem foi o ‘melhor’ e o ‘pior’ presidente da
Empresa?
Melhor presidente:
Ruben Berta, quando entrei na Varig já tinha falecido, mas seu
legado estava no mundo.
Era voz corrente junto aos
funcionários sua gestão dinâmica e ousada, criou uma Fundação para gestar a
companhia composta por funcionários escolhidos e eleitos, que fossem destacados
nas funções e que demonstrassem amor pela Empresa. Escolha por meritocracia,
sistema que que mais tarde virou puxa-saquismo, conchavos, etc. Tornou uma
empresinha nascida no Estado do Rio Grande do Sul na maior companhia aérea da
América Latina, isto é fato.
Não tenho informações para
avaliar outros, pois nos seus períodos de gestão, eu não enxergava
administrações, era (mais) peão.
No entanto, a gestão e o
próprio Luiz Martins, conheci
relativamente:
Vinha de uma carreira,
mecânico de voo, co-piloto e comandante, sempre amigo da alta cúpula,
carreirista. Nada contra, desde que a carreira traga sucesso também para a
Empresa. Descobriu cedo por onde circular e como obter vantagens pessoais às
custas da Empresa.
Ele conhecia o grupo de voo e
os párias da administração, sabia que o grupo/Associação estavam certos nos
alertas, avisos, protestos sobre a imperiosa necessidade de mudanças para
evitar chegar ao fim, arrastando o fundo de pensão. Escolheu o confronto, demitiu
a Diretoria dos pilotos para esvaziar e ficar confortável ao lado dos
Conselheiros e da FRB, que estavam levando a companhia para uma situação que
seria aproveitada pela concorrência sedenta do seu espaço.

Certamente estes dois poderiam ter mudado totalmente este situação nefasta a que chegamos.
Será que Ruben Berta foi isso tudo? Não tem nessa imagem porreta muito de construção de marketing? Gerir na década de 50, na década de 60, com o ‘environment’ sobejamente conhecido, seria a mesma coisa do que (foi) gerir nas décadas sequentes?
Rubem Berta, concordo que a
imagem tem construção, mas ninguém engana tanto tempo a tanta gente.
Os tempos eram diferentes mas
exigem sempre competência para atravessar oceanos.
Qual foi a Diretoria que Luiz Martins demitiu?
Sessenta e cinco pilotos de
uma só vez pertencentes/associados e envolvidos com a APVAR.
Não tenho autorização para
falar pela Associação de Pilotos, cabe uma entrevista com estes profissionais
que estão expatriados.
Estive com esta Instituição
logo após as demissões junto com outros F/Es designados pela AMVVAR, ativos e
assistidos para somarmos, lutarmos pela reintegração e evitar o fechamento da
Empresa, e consequentemente a falência do fundo de pensão.
Explicite, por favor, os ‘dois senhores’ aos quais Bottini teria
servido?
Tentou servir ao grupo de
funcionários reunidos pela sigla TGV e também aos Conselheiros reunidos na
sigla FRB.
Numa resposta anterior você referiu a necessidade de “um choque de gestão urgente”. Seria a TGV capaz de o fazer?
Nós, tripulantes das duas
diretorias, enxergávamos o mundo administrativo de uma Empresa com a pouca visão
que o para-brisa do avião permite.
Até acho que pelo fato de
testemunharmos a prestação de serviços de atendimento da companhia no solo e em
voo, manutenção, voo diariamente e em diferentes Estados/Países nos dá uma
visão boa e um pouco mais ampla dos defeitos e virtudes.
A Associação de Pilotos fez um
grande lance no início do movimento, a contratação de Paulo Rabello de Castro [foto] e
sua empresa, economista de renome, para dar assessoria. Este grande
profissional teve papel importantíssimo no movimento, responsável pelos vários
acertos e pela resistência e duração na luta dos funcionários contra a máquina
da companhia e posteriormente do governo. Ele, profissional do mercado, elaborou
um Plano de Restruturação Ampla (PRA) que era debatido conosco nas reuniões
frequentes (quase diariamente), além de discutir estratégias para lograr êxito
aos ataques do sistema conservador e cego.
Rabello agendou encontros com
políticos, senadores, empresários nacionais e internacionais, trouxe
investidores fornecedores de combustível, bancos, organizando a Nova Varig.
Em todas as reuniões levava os
presidentes das associações para total transparência e nosso aprendizado.
Do mesmo modo que o Judiciário
retirou a Fundação Ruben Berta do controle da companhia via canetaço (depois
devolveu um zumbi mais endividado ainda), era possível fazer o choque de
gestão, com apoio dos funcionários, voltando a incluir a FRB quando a empresa
estivesse com a emergência resolvida e o plano PRA em andamento.
Leu o livro de Armando Levy, Os abutres e a Varig – A história da destruição da maior companhia aérea brasileira de todos os tempos e o artigo do comandante Marcelo Lins, "Os abutres da Varig" e "o abutre"?
Afirmativo.
O Marcelo, grande guerreiro,
resumiu muito bem o conteúdo do livro.
Lamentavelmente, este
escândalo VARIGATE e AERUSGATE foi um crime irreparável contra o país e seus
trabalhadores. Os mafeitores continuam impunes e o público sem conhecimento.
Mas… a TGV não depositou o dinheiro compromissado e o juiz anulou o
lance… ele errou?
No início de 2001, vendo o
aprofundamento da crise VARIG e AERUS foi constituída uma empresa NV Par, que
era a mais importante ferramenta do P.R.A. (Plano de Recuperação Ampla).
Serviria para captar recursos
a serem utilizados na recomposição dos ativos da Varig e introduzir na empresa,
associando-se a FRB Par, com administradores profissionais.
Obtidos os parceiros
investidores, participou com o único lance efetuado no leilão da companhia, em
8 de junho de 2006.
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Sede da Varig, após o leilão quando a NV
Participações fez o único lance para a compra da VARIG, 8 de junho de 2006
|
A homologação do leilão (laudo
de arrematação) prometido em viva voz/edital no ato para setenta e duas horas
demorou dez dias para ser entregue. Quando isto ocorreu a frota da empresa
havia caído de quarenta e nove aeronaves para vinte e as rotas eram um terço
daquelas descritas no edital do leilão.
Este fato e a insegurança
jurídica reinante causada pela demora no fornecimento do documento afastaram os
nossos investidores, (que exigiram sigilo comercial na época via contrato de
confidencialidade), nos impossibilitou de fazer o aporte previsto no lance.
Considerando a desvalorização
do valor do bem entre o leilão e a homologação, a NV Par apresentou
requerimento de revisão do valor devido, mas foi ignorado pelo Juízo que, além
disto, declarou o leilão deserto.
Estes dez dias entre o leilão
e a homologação, foram ajeitados para que o nosso lance se diluísse, (obtiveram
sucesso) pois não estava previsto no plano entre eles - venda para Lap Chan e
asseclas, existir qualquer lance naquela data, 8 de junho, e arrematariam a
preço vil no próximo leilão, assim aconteceu (obtiveram sucesso novamente).
Quem eram “eles” que não previram o lance?
O projeto de vender o espaço
aéreo e nossos passageiros brasileiros para os grupos internacionais foi
arquitetado nos porões de Brasília, junto com eles. Não vou mencionar a
nominata dos envolvidos, pois atualmente é conhecida de todos a grande
falcatrua, ministro, advogado, presidente, investidores representados, etc,
etc, do governo petista.
Para que eles explorassem, sem
restrições (como está atualmente), se fazia necessário eliminar uma grande e
respeitada companhia aérea existente, que teria o direito de reciprocidade em
cada nova linha explorada.
E operávamos com muita
qualidade e experiência, que iria atrapalhar mais ainda as demais operações.
Aproveitaram-se dos desmandos
da FRB e dos passivos acumulados, e em acordo/conchavos financeiros com o
governo federal iniciaram o processo de estrangulamento da empresa, primeiro,
cortando combustível, e dali em diante o início de descida de emergência até à
venda no segundo leilão na bacia das almas.
Quando foi para leilão, 8 de
junho de 2006, (nosso leilão), este grupo que gerenciava o projeto de
extermínio da companhia, tinha a certeza que face ao panorama ruim que eles e mídia
tinham criado sobre a situação da empresa, certamente não haveria lance de
ninguém.
Também porque o edital do
leilão foi cheio de “pano preto”, que impediram que outros grupos
internacionais participassem.
Nosso lance da NV
Participações causou alvoroço, e imediatamente tiveram de articular forte em
todas as frentes para eliminar a possibilidade, que iria recuperar a companhia aérea.
O Lap Chan foi um oportunista,
foi chamado (vide o seu próprio depoimento nos anais do processo) para ficar
com os peixinhos pequenos que sobraram, negociar o resto, ganhar dinheiro sem
investir, repassar para um operador que não atrapalharia internacionalmente.
Adquiriu por 23 num leilão vergonhoso, sem nenhum passivo, e empurrou para a
GOL por 300, só esperou baixar a poeira…
O que significa “pano preto”?
Desculpe usar o termo sem
explicar. Exemplo: tinha colegas que escondiam as informações de como realizar
um serviço na área técnica, para promover-se. Estes eram chamados os “panos
pretos”, encobriam a verdade.
No caso do leilão da Pioneira
foram criadas dificuldades para possíveis, e eram muitos, interessados
internacionais, em participar do leilão.
Feito às pressas, sem
divulgação, afinal não era uma padaria, ou frigorífico que iria a leilão.
A consulta aos dados
financeiros, dívidas, patrimônios, slots, não era possível acessar on-line. A
taxa de inscrição/participação somente junto à Vara do RJ, etc, tudo para
reduzir as chances de alguém mais participar, passando despercebido. Vários
grupos do exterior contrataram, às pressas, escritórios advocatícios de São
Paulo e Rio de Janeiro para tentar entender e cadastrar-se.
Lembremo-nos, era o leilão da
maior companhia e operadora de voos, slots, hotran (horário de transportes), de
horários nobríssimos em todos os aeroportos do mundo.
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Associações (TGV) reuniram-se com o Vice-Presidente, José de Alencar para
debatermos o PRA, março de 2006. O presidente Lula nunca nos
recebeu.
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A Lei de Recuperação Judicial
11.101 era novíssima e poucos escritórios conheciam-na. Os escritórios
perceberam que era uma farsa com cartas marcadas, recomendaram a seus clientes
a não se envolver.
Conseguiram desta forma que um
chinesinho esperto, Lap Chan, arrematasse sozinho por um valor irrisório, sem
passivo nenhum, mas claro, deixando as comissões, conforme atualmente
descoberto na Petrobras, por enquanto.
A empresa fechou as portas em julho/agosto de 2006, e até agora os
“demitidos” ainda não receberam, integralmente, os seus direitos trabalhistas…
Classifico os “demitidos” em
três grupos:
- Guerreiros: lutaram e
fizeram (quase) tudo que podiam ao lado de suas associações de classe, ou
simpatizantes destas (muitos aeroviários aderiram) para evitar o fechamento.
- Incrédulos: não acreditavam
que pudesse fechar. Nos consideravam um bando de loucos alarmistas.
- Omissos/oportunistas: nada
fizeram para tentar evitar o fechamento, por minhocagem, são pelegos. Nos
consideravam irresponsáveis, inconsequentes.
Mas como o mundo dos justos
não existe, todos tiveram, por enquanto, o mesmo prejuízo.
Quem lutou tem a seu favor a
sensação de dever cumprido, sem culpa pelo que fizeram com a Empresa. Como culpa é um sentimento de
quem possui caráter, não sei se oportunistas conseguem ter.
Penso que para receber seus
direitos trabalhistas se faz necessário união, liderança, verba e contratação
do escr…
Os lutadores na época estão
cansados, tentando cuidar de suas vidas, pois perderam muito nos muitos anos de
luta.
Agora é mais fácil a luta, não
se corre riscos de represálias/demissões, requer esforço, perseverança…
“e contratação do escr…” Você
quer dizer “escritório de advogados”?
Veja bem, a LEI de Recuperação
e Falências 11.101 foi descumprida inúmeras vezes na vigência com nossa companhia,
conforme os registros constante nos autos, e peças jurídicas incluídas no
processo por escritórios contratados por clientes.
Todas as vezes que a Lei foi
rasgada resultou em benefício para outras classes não trabalhadoras, ou para
prosseguir o plano de liquidar a companhia.
Se for deixado assim não vai
sobrar nada, do nada que ficou para trabalhadores, os XX salários mínimos máximos.
A companhia em Recuperação
judicial aumentou em xis vezes sua dívida durante esse específico período.
Isto já soa como grande absurdo,
se foi vendido o principal, ou seja, a empresa aérea, o que ficaria em Recuperação?
Criaram, o alto clero, um
zumbi chamado FLEX dentro da Recuperação, com uma aeronave, etc, etc, que
somente serviu para aumentar muuuuito a dívida. E estes são credores novos que
agora entraram no bolo do pouco que havia sobrado para trabalhadores/demitidos.
Existem ativos que poderiam
produzir bem, o VFTC (Varig
Fligt Training Center), por exemplo.
Já teve grupo que explora
treinamento no exterior querendo parceirizar, trazendo simuladores de aeronaves
novas, construir hotel na área de lazer, etc…
Não conseguiram nada, a
doutrina é transformar aquilo em terra arrasada, para vender a preço vil, a um
novo chinês esperto, brevemente.
Assim foi com a Varig
Manutenção, VarigLog… Enquanto houver alguma coisa para vender, mantêm o faz de
conta.
Existem escritórios de
advogados no Rio de Janeiro que acompanharam o andamento, conhecem o assunto e
possuem cópia de quase todo o processo do VARIGATE.
Um grande e unido grupo, com
dinheiro e pronto para tudo, poderá alterar esta proa.
Se os demitidos ficarem
passivamente esperando justiça… sobrará nada!
E não sobrará! Demitidos, reprovados, aposentados, pensionistas,
familiares, amigos e curiosos, (uma grande maioria), optaram por depender única
e exclusivamente de sindicato petista e cutista para representá-los e
defendê-los de… um governo petista e cutista…
Este governo PeTista
se cercou de uma corriola em todos os setores, incluindo os sindicatos.
Desta forma conseguiu e
continua fazendo negociatas, distribuindo benesses financeiras e arrasando com
tudo que este país construiu.
Estas empresas de bandeira
forte, como a nossa, Petrobras e outras, possuem por características de
disciplina de trabalho, funcionários acomodados, crédulos no que qualquer chefe
de gravata diz.
Estes, os de gravata,
tiveram/têm privilégios e benefícios/aportes nas aposentadorias, não se
importando com o que aconteceu/acontecerá com a empresa ou o fundo de pensão do
baixo clero.
Requer movimento,
concientização, debates, aprendizado, ida às ruas e…
- Governantes, assim como
fraldas, devem ser substituídos regularmente pelos mesmos motivos, já disseram;
- Perdoemos nossos inimigos,
mas não esqueçamos seus nomes, foi dito.
Rubem, e sobre o AERUS, hein? Quer dizer, o que sobrou dele…
1 - nós, funcionários, todos,
pagamos/descontamos sempre a nossa parcela.
2 - a União
ilegal/irregularmente cancelou a parte do usuário.
3 - a Empresa ficou
INADIMPLENTE e não pagou a sua parte.
E agora estes dois
responsáveis pelo buraco no caixa querem que nós fiquemos com o prejuízo?
Negativo!
Tudo que a EMPRESA tem ou que
foi vendido para outrem (novamente com aval da UNIÃO) deve ser direcionado para
pagar a nossa aposentadoria.
Para obtermos sucesso, toda a
energia e esforço deve ser feito, pelos atuais dirigentes UNIDOS das
seccionadas frentes existentes, com máxima URGÊNCIA, enquanto ainda existem
forças atuantes e PATRIMÔNIO.
UNIÃO e CONFRONTO com os
responsáveis: UNIÃO e EMPRESA.
Há dias você escreveu um artigo fazendo uma analogia entre Tiradentes e os tempos atuais e clamou:
“Voltar a comparecer nas
manifestações de rua já será um início do exercício de cidadania.” Isto quer dizer que você é apologista das
manifestações de rua? Valem elas mais ou tanto quanto conversas em gabinetes?
Ou, onde está o campo para o confronto?
As manifestações quanto mais
fortes mais resultados trazem.
Entretanto, devem ser bem
planejadas, com tempo, propósito e alternativa.
O grupo manifestante conquista
respeito, ou gera medo/apreensão do opositor.
Quisera poder enumerar os
alvos, locais e principalmente a nominata de todos que foram algozes dos
funcionários da Empresa, que não podem ficar impunes.
Entretanto, estes possuem a
máquina jurídica e financeira à sua disposição e, certamente, iriam criar
problemas jurídicos, como já aconteceu e está acontecendo a alguns.
Atualmente exerce alguma atividade e/ou hobby?
Possuímos, eu e um outro
aeronauta, uma pequena locadora de veículos (www.alugacarrors.com.br) junto ao
aeroporto Salgado Filho, Porto Alegre, atendendo bem os turistas que visitam a
bonita serra gaúcha.
Por ir frequentemente ao
aeroporto devido Entregas/Devoluções de veículos tenho a oportunidade de matar
saudades de aviões, pousos, decolagens, e também de encontrar vários
tripulantes ex-Pioneira, muitos agora clientes.
Também os que voam lá fora,
EXPATRIADOS, alguns devido a perseguições, outros não querem a mediocridade dos
empregos oferecidos por aqui, ou fugir do país PeTista, que estão enriquecendo
as companhias asiáticas com o ótimo trabalho feito (aprendido na Pioneira),
prestigiam nossa locadora ao vir a POA.
Por falta de dinheiro me
permito um hobby: tenho escrito “CAUSOS DE AVIAÇÃO”, narrando sem compromisso,
estórias contadas pela nossa AFA. Já escrevi e divulguei trinta ‘causos’, penso
em editar um livreto.
Tenho viajado quando possível,
em pacotes econômicos, fui até à Russia recentemente.
Tenho uma filha (total de três)
que fez faculdade nos USA e trabalha/reside atualmente em Dallas, Texas, antes
Chicago, Illinois, que visito.
Em tempo: filha estudar/morar
fora do país é parte do bom legado que a Empresa nos proporcionou.
Há sessenta anos atrás,
Estados Unidos da América era um lugar muuuuito longe daqui, nascer no Rio
Grande do Sul nos dava duas opções, ou ser cavalo, ou avião da Varig (risos),
optei pela segunda e com isto descobri o mundo, e mostrei-o para os meus
filhos.
Muito obrigado, Oscar Bürgel.
Conversas anteriores:
Relacionados:
Os abutres e a Varig – A história da destruição da maior companhia aérea brasileira de todos os tempos
Tiradentes - 1792 versus Delação premiada - 2015
Tiradentes - 1792 versus Delação premiada - 2015
Muito bom!
ResponderExcluirLV
Nenhuma empresa aérea será como a VARIG no seu auge ! Excelente entrevista !
ResponderExcluirMto boa e esclarecedora esta entrevista c Oscar Burgel,pelo q sei o tal do Bottini,assinou p conta própria sua rescisão de contrato trabalhista e "fugiu" p MIA onde trabalha e mora,vivendo trannquilamente,aquele q nos chamava de "guerreiros" e nos traiu,o Cmte Martins,p acaso,um colega nosso,encontrou-o,firme e forte,no cargo de presidente ou Diretor Geral,n sei o certo do Detran-RJ enfim,retrato e ocaso da maior empresa Aerea da América Latina e juntos o q foram alguns dos personagens q ajudaram a escrever c dignidade a história da nossa grande Varig tal qual o grupo de Mecanicos de Vôo e Cmros da Empresa,aos qual fiz parte e me dediquei 32 anos e meio de minha existencia e outros q mancharam seus nomes c participações pouco dignas sequer de serem lembradas.Aliás,minha reverência e respeito a todos funcionários da Varig q deram seu suor e sangue p companhia e q hj lutam p receberem o q eh de fato e direito,nosso.Parabéns Oscar Burgel p entrevista.
ResponderExcluirObrigado pela leitura e pelos votos. Abraços, Oscar Bürgel
ExcluirOs incrédulos e os omissos/oportunistas que ainda estão vivos que me perdoem mas se todos fossem guerreiros como o entrevistado certamente a Varig ainda estaria voando! Alberto José
ResponderExcluirObrigado! a luta deve continuar para o resgate do que nos é devido.
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=o3Qa0jMy0HA
ResponderExcluirSou a ex cmra Betina matricula 37114. Abraços,
ResponderExcluirNão sei o que aconteceu com meu comentário que ficou incompleto desapareceu da telinha, caso, tenha chegado ao Sr. Editor, peço não publica-lo e por e-mail devolver-me o texto para conclui-lo.A matéria enriqueceu meus conhecimentos sobre o assunto VARIG, suas Coligadas.e o AERUS.
ResponderExcluirParabenizo o Oscar Burgel e ao Editor pelos relevantes trabalhos.
Nelson Schuler
Obrigado pelos votos Nelson Schuler, espero a postagem interrompida. Abraço
ExcluirUm abraço, saudades do 07 e 27 com vocês ajudando muito.
ResponderExcluirFala Panaro Filho dos Flt 302,488, 120, .etc Abraço
ExcluirAté agora, excelente repercussão. Mais de mil acessos diretos!
ResponderExcluirObrigado.
Postado pelo Escritório Castagna Maia:
ResponderExcluirNovo julgamento favorável
Ontem, dia 27 de abril, o Desembargador Daniel Paes Ribeiro levou nosso processo em mesa para a 6ª Turma do TRF analisar os embargos de declaração da União. O pedido trazido pela União buscava, mais uma vez, derrubar nossa antecipação de tutela.
Na semana passada, diante da possibilidade de julgamento, entregamos memoriais para os Desembargadores. Na sessão de ontem, a 6ª Turma negou provimento aos embargos da União. Assim, nossa antecipação de tutela está mantida.
O próximo passo é o Desembargador Daniel, monocraticamente, se manifestar sobre a questão das pensionistas de aposentados falecidos após 2006, sobre os ativos elegíveis e sobre a taxa de administração que o AERUS está retendo.
Para além disso, o Desembargador, diante da decisão de ontem, deve liberar os valores depositados pela União. Realizamos, nesse sentido, um pedido para que a União faça os depósitos diretamente no AERUS ou que o AERUS tenha uma autorização judicial para realizar a movimentação da conta sem a necessidade de novas autorizações judiciais. Tal medida, além de agilizar os pagamentos, configuraria uma economia processual, já que eliminaria a necessidade de o Desembargador, mensalmente, despachar nosso caso.
Ao final da sessão de ontem o Desembargador se comprometeu a proferir essa decisão da forma mais rápida possível.
Vamos em frente.
Parabéns Oscar pela sua narrativa.
ResponderExcluirO que se nota, é o de sempre, muitos bandidos em todos os setores, nós os honestos e crédulos trabalhadores, e um amadorismo infinito, sem par, chegando às raias do absurdo.
Tenho orgulho de ter participado desta empresa , mas com toda a certeza nunca, nunca fui nem tive capacidade para amadorismos dessa natureza.
Isso tem nome : Democracia de baixa qualidade
José Manuel
Muito bom, o posicionamento do entrevistado bem como a condução desta entrevista .
ResponderExcluirBate , mais ou menos, com o texto da entrevista a qual participei junto ao "Cão que fuma".
A Varig foi uma grande empresa de aviação e reconhecida ao redor do mundo . O lado técnico- operacional , terra & ar, era composto por profissionais gabaritados e comprometidos com a filosofia da Aérea . Os "cartolas" nem tanto . Boa parte conhecia superficialmente o idioma estrangeiro oficial na aviação comercial.
Havia um colégio deliberante que mais parecia ser conduzido por pastores ( A maioria composta por carneiros e ovelhas) .
Muitas vezes , secretárias de diretores emanavam mais poder do que os próprios titulares das cadeiras.
Contudo , a VARIG respeitava "Sua excelência, o passageiro" e os funcionários eram tratados como filhos de uma grande família. Era difícil entrar para a VARIG ; mais difícil , sair dela .
A física demonstrou que tudo o que atinge o ponto máximo na trajetória , começa a descida implacável . É atribuída a Rubem Berta a frase :
" A Varig só terminará se os funcionários quiserem" . Assim foi.
Os dizeres no texto da referida entrevista expõe diversos pontos positivos envolvendo a "Pioneira" ; da mesma forma ilustram passagens e momentos enfraquecidos que , talvez por falta de tenacidade , tirocínio, fez com que a empresa sucumbisse.
Não obstante , foi e continua sendo um orgulho ter participado durante longos anos numa empresa de aviação considerada a embaixada brasileira nos portos por ela servida.
Forte abraço a todos.
Sidnei Oliveira
Assistido Aerus RJ
Orgulho e nossa postura de Variguianos nunca sera vendido por esta corja que liquidou nossa Empresa. O comprador (que nos deve) iludido, que tem slogan de ¨linhas inteligentes¨ achou que a Pioneira era uma marca somente. Desconsiderou que o que fazia ela ser grande era seus funcionarios. Não levou junto, e não conseguiu decolar. Abraços
ExcluirQuerido amigo Oscar,
ResponderExcluirobrigado por mais uma vez nos brindar com a sua coragem e força!
Um beijo saudoso,
Lucia Lopes