Francisco Sarsfield Cabral
Haverá políticos mais hábeis
do que Passos Coelho, mas nenhum com a mesma força de carácter.
Passos Coelho foi
primeiro-ministro nos quatro anos mais difíceis da democracia portuguesa. Errou
na campanha eleitoral de 2011 ao prometer coisas que não foi possível
concretizar. Mas teve uma linha firme e coerente na chefia do executivo, o que
lhe valeu o ódio de muita gente, convencida de que a austeridade era uma opção
sádica de Passos e não a consequência das loucuras financeiras de Sócrates.
É o que caracteriza um líder:
não ser um catavento ao sabor das sondagens e das modas, nem ter medo de tomar medidas
necessárias, embora impopulares. Passos Coelho mostrou sentido de Estado,
sobretudo quando levou o instável Paulo Portas a desistir da sua “demissão
irrevogável”; e quando negou a Ricardo Salgado a ajuda financeira que ele
solicitava (e que provavelmente obteria de outro primeiro-ministro).
Haverá políticos mais hábeis
do que Passos Coelho, mas nenhum com a mesma força de carácter.
Mas se o seu
partido quiser ser sobretudo uma mera agência de empregos, poderá substituí-lo
para, por exemplo, ganhar as autárquicas. Assim desaproveitaria o grande trunfo
do presente líder.
Título e Texto: Francisco Sarsfield Cabral, Jornal de Notícias,
4-4-2016
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