Rui A.
As boas almas – e Portugal
está cheio delas – contorcem-se com o destino do PSD liderado por Pedro Passos
Coelho.
Não há opinador que
não garanta que Passos está a prazo, e o partido condenado à desgraça enquanto
ele por lá andar. Rui Rio, a mais ilustre promessa da política portuguesa desde
D. Sebastião no dia seguinte a Alcácer-Quibir, garantiu hoje à nação que só não
irá ao congresso do seu partido por excesso de virtude e humildade, certo e
seguro de que seria o centro das atenções dessa gloriosa epopeia
social-democrata. Ele aposta, como faz desde que nasceu para a política, que,
tal como Maomé, se ele não for ter com o PSD, o PSD irá ter inevitavelmente com
ele.
Mas, afinal de contas, qual
foi a desgraça de Passos que o encheu de sarna e, ao partido, de lepra? Fez
disparates irredimíveis enquanto governou? Recebeu um país rico e entregou-o
falido? Não deu o peito às balas, quando o país precisava dele, e refugiou-se
nalguma sinecura do regime ou de Bruxelas? Perdeu, absurdamente, as eleições a
que se candidatou?
Mistério! Para o resolver,
talvez fosse interessante olhar aqui para o lado, para a vizinha Espanha, para
o partido homólogo do PSD, o Partido Popular, e para o seu líder, Mariano Rajoy.
Pois bem, Rajoy preside ao PP desde 2004. Só ganhou eleições em 2011. Nesse
breve entretanto, de mais de sete anos, em que perdeu eleições, o PP soube
aguardar. Não consta que tenha aparecido por lá nenhum Sebastião nortenho com ganas de
o substituir. Levou o PP ao governo em 2011 e ganhou as eleições de 2015, mas
também perdeu, por enquanto, o governo.
Por estas e outras razões,
deste humilde cantinho, deixo uma sugestão a Passos Coelho, em relação aos seus
coveiros: levante a cabeça e mande-os à merda.
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