A recente vaga de assaltos violentos em Massamá aumentou o sentimento de insegurança de moradores e comerciantes da freguesia. Muitos lamentam a transformação sócio-económica ocorrida nos últimos cinco anos com a vinda de mais moradores. A PSP garante que, embora recentemente tenham ocorrido crimes violentos, os dados apontam para redução de crimes violentos, cometidos na maioria das vezes por jovens.
Nas arcadas, junto à rotunda Dr. Laura Aires, muitos são os moradores e comerciantes que garantem ouvir falar de assaltos quase diariamente. A proprietária de uma lavandaria, Ana
Lavado, é uma dessas pessoas. “Felizmente ainda não fui assaltada. A semana passada uma das minhas clientes foi roubada e espancada por um grupo. Deveriam perguntar é quantas pessoas é que ainda não foram assaltadas em Massamá”, disse.
A funcionária de uma mercearia lamentou o assalto à sua residência a 15 de Outubro, e admite que os assaltos e a insegurança são alguns dos temas mais ouvidos naquele local. “Levaram uma data de coisas. Aqui em Massamá até as matrículas dos carros roubam”, garante, enquanto atende uma cliente habitual do estabelecimento. Esta cliente, que optou por não ser identificada, disse ao Correio de Sintra que recentemente também viu a sua residência ser alvo de um assalto. “Até o enxoval que eu tinha para dar aos meus filhos roubaram. Ainda me levaram ouro e uma televisão nova. Felizmente não estava em casa, mas quando cheguei tinha tudo de pantanas”, disse.
As proprietárias de uma loja de Joaquim Reis decoração, nas Arcadas, lamentam a transformação que ocorreu em Massamá de “há cinco anos para cá”, e ponderam deixar a freguesia. “Antes os cafés fechavam às onze da noite, agora, se às nove se encontrar um aberto é uma sorte. Há muito tempo que as pessoas têm medo de sair de casa durante a noite”, disse Clementina de Deus. Esta comerciante adiantou que tem ponderado sair da freguesia, dado o sentimento de insegurança que diariamente vive naquele local. “Isto aqui é muito perigoso. Estamos sempre à espera que entre aqui alguém e que nos assalte. Faz-me muita confusão que eu ande aqui a trabalhar e depois vir alguém e roubar-nos”, sublinha.
No último mês foram assaltados vários estabelecimentos comerciais na freguesia com recurso a armas. Os assaltantes da loja de comercialização de ouro, Valores, de farmácias e de uma mercearia já foram detidos pela Policia Judiciária, e encontram-se em prisão preventiva a aguardar julgamento.
Fonte da PSP disse ao Correio de Sintra que apesar de recentemente ter ocorrido “uma série de assaltos violentos” em Massamá, os números mostram que a criminalidade diminuiu relativamente a 2009. “Essas foram as situações mais graves. Mas continuam a haver roubos por esticão, mais orientados a pessoas idosas, com roubos de fios de ouro e de malas. O sentimento de insegurança também tem algo de irracional, e os assaltos recentes terão contribuído para isso”, justificou a fonte.
PSP garante que crimes violentos diminuiram em Massamá em relação a 2009. Foto: Joaquim Reis |
Segundo o presidente da Junta de Freguesia, Pedro Matias, este sentimento de insegurança surge principalmente em zonas mal iluminadas. São os casos das Arcadas e da envolvente à
estação da CP, as quais o autarca refere ter já sondado os comerciantes para contratarem segurança privada.
O autarca admite que muitas vezes as pessoas não apresentam queixa à PSP. “As pessoas têm que apresentar queixa para que a polícia tenha conhecimento e para que possa mobilizar mais efectivos para esses locais.
Pedro Matias garante que nos últimos cinco anos a freguesia teve uma transformação sócio-económica que poderá explicar a realidade actual. “Muita gente que vivia aqui já desapareceu ou mudaram para localidades como Oeiras, Cascais e Mafra. Tem havido uma mudança na tipologia de pessoas que estão a viver em Massamá. Isso nota-se em todos os aspectos, sobretudo nas escolas. Têm outro tipo de cultura, recursos e de educação”, diz.
Joaquim Reis, Correio de Sintra, 02-12-2010
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