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Imagem: AD |
Rivadávia Rosa
No Parlamento Francês, aqueles
que não gostavam do governo do rei estavam sentados no lado esquerdo do
plenário da assembléia. Hoje ninguém quer sentar à direita.
Originalmente, isto é, antes
de Karl Marx, o termo "direita" referia-se aos partidários do governo
representativo e liberdades civis, como o oposto da "esquerda" que
favorecia ao absolutismo real e a ausência de direitos civis. O aparecimento
das idéias socialistas alterou o significado destes termos. Alguns da
"esquerda" foram sinceros ao expressar as suas opiniões. Por exemplo,
Platão [427-347 AC] era honesto ao declarar que um filósofo deveria governar. E
Augusto Comte [1798–1857] dizia que a liberdade foi necessária no passado, uma
vez que tornou possível para ele publicar seus livros, mas agora que os livros
foram publicados não há qualquer necessidade de liberdade. E da mesma forma Etienne
Cabet [1788-1856] falava de três categorias de livros: os maus livros, que deveriam ser queimados; os
livros intermediários, que deveriam ser corrigidos; e os "bons"
livros restantes. Portanto, houve uma grande confusão quanto às liberdades
civis que seriam concedidas aos cidadãos no estado socialista. Isto aconteceu
porque as idéias marxistas não progrediram em países que possuíam liberdades
civis, mas em países onde as pessoas não possuíam tais liberdades.
Nikolai Bukharin [1888–1938],
um autor comunista que viveu em um país comunista, escreveu um panfleto em 1917,
no qual ele disse: “nós pedimos as liberdades de imprensa, de pensamento e
liberdades civis no passado porque nós estávamos na oposição e necessitávamos
destas liberdades para conquistar. Agora que nós conquistamos, não existe
qualquer necessidade de tais liberdades civis.” [Bukharin foi julgado e
condenado à morte nos expurgos dos processos Moscou em março de 1938] Se o sr. Bukharin
fosse um comunista Americano, ele provavelmente ainda estaria vivo e livre para
escrever mais panfletos sobre o porquê da liberdade não ser mais necessária.
Estas peculiaridades da filosofia
marxista só podem ser explicadas pelo fato que Marx, embora vivesse na Grã-Bretanha,
não estava tratando das condições da Grã-Bretanha, onde, ele acreditava, as liberdades
civis já não eram necessárias, mas com as condições da Alemanha, França, Itália,
e assim por diante, locais onde as liberdades civis ainda eram necessárias.
Desta forma nós vemos que a distinção entre direita e esquerda, que tiveram
significado na época da Revolução Francesa, já não tem qualquer significado.” In Marxismo segundo Ludwig von Mises Ludwig von Mises, economista e filósofo
austríaco (Ludwig Heinrich Edler von
Mises -1881-1973).
Título e Texto: Rivadávia Rosa
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