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Índios respectivamente das
tribos:
Assurini, Tapirajé, Kaiapó,
Tapirapés, Rikbaktsa e Bororó
Fotos: Licínio Miranda, Lecen,
2009
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Valfrido M. Chaves
As discussões em torno de
temas controversos e de interesse da sociedade são fundamentais numa democracia
imatura como a nossa e onde, por suprema ironia, o poder central se encontra
nas mãos de grupos cuja ideologia, historicamente, nunca foi compatível com a
propriedade privada, com o pluripartidarismo, com os direitos individuais, a
liberdade de imprensa e, sobretudo, de opinião. Mas não apenas isso: trata-se
de um modelo de pensamento e prática baseado na crença de que “o conflito é o
motor da história” e de que tanto a moral quanto a verdade seriam relativos:
verdadeiro e moral é o que promove o conflito, sendo mentira e imoral tudo o
que entrava o “avanço”, dentro da concepção ideológica onipotente dessa
militância. Na prática, “avanço” seria o que fragiliza a propriedade privada e
promove o conflito dentro da sociedade. Assim se compreende, leitor, o boicote
ao plantio de erva-mate em áreas guarani, algo compatível com a cultura desse
povo, e manga e caju em áreas terena, cujo povo sempre soube plantar e
comercializar. Índio plantando, comendo bem, comercializando, prosperando,
integrado, se constitui num “mal” a ser evitado, pois não promove o conflito e
o afastamento entre as comunidades. Quem está no poder e tem maioria no
Congresso, porque não se interessa em simplesmente comprar terras de
proprietários legítimos, para o índio? Por quais razões ignora o financiamento
externo para violação dos mais legítimos direitos de cidadãos brasileiros,
através de invasões? Em que país do mundo isso é tolerado? Porque os militantes
tão hábeis em distorcer a alta criminalidade entre indígenas, apresentando-a
como violência cometida “contra os povos indígenas”, protegem a cultura do ócio
entre esses povos, não denunciando o assistencialismo e as ações para segregar nossos
índios? Em que cultura o ócio não é o “caldeirão do diabo”, estando aí a raiz
da alta criminalidade nessas comunidades, volto a dizer, mentirosamente
alardeada como “violência contra o indígena”? Quando este escriba emitiu
opiniões deste teor em outro artigo, elas melindraram o Dr. Hermano Melo, que
escreveu nesta página o artigo “O psicanalista e o índio”. Lembrei-me então de
outro melindre do referido escritor, expresso por ocasião da libertação da
franco-colombiana Ingrid Bettencourt, das mãos dos narco-terroristas das FARCs.
A Imprensa mundial deu toda divulgação à brutalidade, bestialidade dos
seqüestradores, que foram muito bem analisados pela ex-prisioneira. “São como
autistas, vivem em outro mundo, são inacessíveis, nada os comove”, disse ela com
extrema precisão e sabedoria. Pois, bem, nosso professor, por suas razões,
melindrado, expressou em um artigo que a imprensa “fez o maior chororó” em
torno de nossa Íngrid. Ou seja, desqualificou as oportunas divulgações de nossa
imprensa sobre a barbárie exposta na ocasião. Da mesma forma, quanto a nossos
pontos de vistas: se não estivéssemos dispostos a ler ou ouvir críticas
oportunas ou não a elas, não nos manifestaríamos nesta segunda página do
Correio. O que quer que ocorra e se manifeste, se presta à análise do leitor,
no contexto dessa liberdade de imprensa que tanto incomoda justamente aqueles
que dela se valem para a promoção do conflito e distorção da realidade. Coisa
só mesmo para Marx e Lênin explicar.
Título e Texto: Valfrido M. Chaves,
Psicanalista, Pós Graduado em Política e Estratégia
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