quarta-feira, 9 de novembro de 2011

[Portugal] Transportes: o sofisma da "oposição"

A matéria (a opinião) está no Correio da Manhã. É uma opinião de um deputado do Partido Socialista, oposição.
Como sempre, a desonestidade intelectual campeia: o senhor deputado sabe melhor (e antes) do que eu, que a “proposta” não é do inefável Álvaro (Ministro da Economia), mas de um Grupo de Trabalho. Grupos de Trabalho e Comissões que tanto o Partido Socialista, quando no governo, muito patrocinou. Aliás, neste momento, vejo na SIC um “comentador”, mais um dos arautos do naufrágio deste pequeno país, Pedro Adão Silva. Que, na SIC, como eu já disse, aparece lá embaixo na telinha como “Comentador da SIC”. Não, não é! É militante graduado de um partido político. E não sei porque me veio à mente um outro comentador, Pedro Lains... (?)
Ah, sobre a “proposta” do inefável Álvaro, confira, por favor, no vídeo que se segue à opinião do senhor deputado do PS, o que o ministro disse, no dia  04 de novembro de 2011.

A pé ou de burro?
As propostas do inefável Álvaro assentam na ideia tacanha de que o transporte público é coisa para pobres.
Eduardo Cabrita, Deputado do PS
A mobilidade é essencial para a competitividade e para o crescimento. O défice externo é o grande problema da economia portuguesa, levando ao insustentável endividamento das empresas, das famílias e do Estado. A maior causa do défice externo é a balança energética, devido à importação de petróleo rodoviário (gasolina e gasóleo). A emissão de carbono pelos automóveis tem de ser drasticamente reduzida e vai custar cada vez mais caro.
Portugal tem mais automóveis por habitante do que a Alemanha e uma rede de auto-estradas superior à média europeia.
A qualidade dos transportes públicos melhorou substancialmente nas áreas metropolitanas com a ligação ferroviária pela ponte 25 de Abril, o Metro do Porto, as extensões do Metro em Lisboa, os autocarros amigos do ambiente e com informação útil ou a nova frota fluvial. Mas os preconceitos relativamente ao transporte público num País em que o automóvel é um símbolo do desenvolvimento tardio e a não criação de regras claras de financiamento do setor abriram a porta para uma estratégia de governação baseada no chauvinismo social e na mobilidade terceiro-mundista.
O problema dos transportes nas cidades não é de oferta é de défice de procura, de financiamento e de regras claras para os gestores. As propostas do inefável Álvaro assentam na ideia tacanha de que o transporte público é uma coisa para pobres, que atrapalha o trânsito e que os automobilistas têm de pagar os prejuízos sem a intenção de os utilizar. Daí a rutura social iminente que poderá ser provocada por um retrocesso de décadas na mobilidade, sobretudo na grande Lisboa, impedindo o emprego, proibindo a circulação depois do anoitecer, para além de ser ambientalmente criminosa e suicida para a balança energética. Procura-se alguém lúcido no Governo que promova a eficiência dos transportes própria de cidades cosmopolitas, que reduza o uso do veículo individual, que financie a rede com as receitas dos impostos sobre os combustíveis e o imobiliário, que olhe para a Europa e não para a América Latina para que a opção não seja para a maioria andar de cavalo para burro ou a pé…



"O problema dos transportes nas cidades não é de oferta é de défice de procura, de financiamento e de regras claras para os gestores."
Que lindo! Então o PS não teve oito anos para definir "regras claras para os gestores"??

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-